quinta-feira, 28 de dezembro de 2006

Último post

Três dias antes do previsto, dou por suspenso este "meu rumo".
Devido a outros afazeres a que empresto maior entusiasmo, e para que não se torne fastidioso para mim e para quem o visita, suspende-se! É fundamental fazer-se as coisas com entusiasmo.
Porém, enquanto o fiz, foi engraçado. Alguns ecos foram muito interessantes e motivadores. O silêncio de muitos que o visitaram (alguns, quase diáriamente) também não deixa de ter o seu interesse e merecer o seu registo.
No mais, sempre se há-de encontrar por aqui alguma coisa que preste. A música, entretanto recuperada e ouvida vezes sem conta, é inseparável.
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Pronto! Façam favor de ser felizes. Um grande abraço a todos.
A. J. Brandão de Pinho

sexta-feira, 8 de dezembro de 2006

Arouca na primeira metade do século passado

Obras e Inaugurações
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Em Janeiro de 1901, são encetadas diligências com vista ao estabelecimento de um chafariz na Praça Brandão de Vasconcelos.
Em Novembro de 1917, realiza-se a festividade de inauguração da capela da Senhora do Rosário, no lugar de Zendo, freguesia de Rossas.
Neste mesmo mês, é esboçado o projecto da instalação de um Museu de Arte Sacra numa das dependências do Mosteiro.
Em Maio de 1924, é retirado o portão que obstruía a passagem para o Terreiro.
Em Janeiro de 1928, realiza-se o concurso público para arrematação da construção de duas casas contíguas destinadas à habitação dos magistrados judiciais, a edificar à entrada da vila.
Em Junho de 1929, a Comissão Administrativa da Câmara Municipal delibera oferecer a cerca do Convento para lá ser instalado um posto zootécnico para apuramento de gado bovino da raça arouquesa.
Em Novembro de 1933, é inaugurado o actual edifício dos Paços do Concelho. No dia seguinte, inaugura-se o Museu de Arte Sacra de Arouca.
Em Março de 1938, foi inaugurada a energia eléctrica em algumas freguesias e vila de Arouca.
Em Maio de 1943, é inaugurado o Campo de Jogos dos Desportistas de Alvarenga.
Ainda neste mesmo mês, chega o telefone a Rio de Frades. O primeiro aparelho foi instalado nas minas pertencentes à Companhia Mineira do Norte de Portugal.
Em Junho de 1949, dão-se por concluídos os trabalhos de encanamento e cobertura do Rio Marialva, que atravessa pelo centro da Vila, numa extensão de 601m.
fonte: "A HISTÓRIA DE AROUCA EM DATAS", de A. J. Brandão de Pinho

Arouca na primeira metade do século passado

Política
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Em Abril de 1906, o Dr. Egas Moniz e José Maria d’Abreu Freire, acompanhados do Administrador Carlos Vaz Pinto e seu irmão Alfredo Vaz Pinto, chegam a Arouca para fazer oposição ao Conselheiro Dias Costa, Dr. Inácio Brandão de Vasconcelos e a Manuel de Sousa Brito, na campanha das eleições para as Cortes.
Em Outubro de 1910, José Gomes de Figueiredo Sobrinho, de Arouca, toma posse como Presidente da Comissão Administrativa Municipal, de acordo com as novas orientações saídas da revolução de 5 de Outubro.
Em Março de 1936, Dr. Alfredo Ferreira Peres, ilustre arouquense, é empossado Governador Civil de Aveiro.
Em Dezembro de 1941, António de Almeida Brandão, de Rossas, toma posse como presidente da Câmara Municipal.
fonte: "A HISTÓRIA DE AROUCA EM DATAS", de A. J. Brandão de Pinho

quarta-feira, 6 de dezembro de 2006

Arouca na primeira metade do século passado

Poucos anos após o último grande incêndio no Convento
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Em Agosto de 1942, dá-se o falecimento de Maria Rosa do Sacramento, empregada do Convento, que aí entrara com apenas 12 anos, para servir as monjas, e aí permaneceu toda a sua vida. Durante a sua permanência cuidou e zelou dos objectos e relíquias de culto, impedindo que se delapidasse esse valiosíssimo espólio.

Quatro meses depois do falecimento da guardiã do Convento, a Companhia Mineira do Norte de Portugal, a explorar Volfrâmio na região de Arouca, arrenda parte do rés-do-chão do denominado antigo celeiro do Convento para lhe servir de armazém.

No primeiro mês do ano seguinte, é concedida autorização à Companhia Alemã, a explorar Volfrâmio na região de Arouca, para instalar nas celas da ala poente do Convento, um internato tipo hospital para acolher os acidentados da Companhia, bem como os portadores de desinteria bacilar que grassava entre a população mineira.

segunda-feira, 4 de dezembro de 2006

Arouca na primeira metade do século passado

O último grande incêndio no Convento
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«Exintas as ordens religiosas, por Decreto de 28 de Maio de 1834, os bens conventuais foram incorporados nos próprios da Fazenda Nacional. Manteve-se às freiras a continuação da residência até ao falecimento da última professa: não lhes cumprindo porém o artigo 4 do Decreto que lhes garantia o pagamento duma pensão anual. Vieram a passar, como escreveu Carlos de Passos relativamente a este mosteiro, "horas de infortúnio e penúria, largas e sem remédio", pelo que se viram obrigadas a vender certas espécies de valor, como os dois cálices de D. Melícia de Melo.

Faleceu a última religiosa, D. Maria José Gouveia Tovar de Meneses, a 3 de Julho de 1886.

A Fazenda Nacional procedeu ao arrolamento da existência do mosteiro. Tentando-se levar o recheio, conforme o estabelecido, o povo local opôs-se violentamente e obstou em grande parte à saída, conseguindo-se a conservação das peças que constituem o recheio do valioso museu.

A igreja, claustro e certas partes anexas acabaram por serem entregues à Irmandade de Santa Mafalda, que zelosamente a tem mantido com dignidade; a parte propriamente monástica ficou à Câmara Municipal.

Foi esta arrendando celas para residência de gente de modestos recursos, acabando por aí se concentrarem numerosas famílias. Cozinhavam estas, em grande parte, nos próprios quartos; na noite de 19 para 20 de Outubro de 1935, deflagrou incêndio numa cela da ala norte, que se estendeu. Diversas corporações de bombeiros que acorreram conseguiram salvar as alas de nascente e de poente.

Deverá destacar-se o nome da empregada Maria Rosa do Sacramento que, para salvar o tesouro do mosteiro, não se lembrou do que era seu, perdendo-o nas chamas. O interesse manifestado pelo Presidente do Conselho de Ministros, numa visita ao edifício incendiado, levou os serviços dos Monumentos Nacionais a uma profunda e criteriosa restauração, na qual se lhe reconstituiu o carácter antigo, completando ainda as alas do claustro que haviam ficado inacabadas; obras de consolidação e valorização que têm continuado, com zelo e competência.»

in "Inventário Artístico de Portugal...", Lisboa 1991, pág.35.

O incêndio anterior deflagrou em Fevereiro de 1725, e devastou o sector velho do mosteiro, salvando-se a igreja, inaugurada apenas sete anos antes, depois do restauro que a levantou da ruína, e o lanço novo do dormitório.

domingo, 26 de novembro de 2006

Arouca na primeira metade do século passado

As duas últimas grandes cheias na vila
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Em Outubro de 1929, dá-se uma inundação de grande impacto no centro da vila, devido ao repentino engrossamento do caudal do Rio Marialva.

O Jornal “Defesa de Arouca” noticiou o acontecimento nos seguintes termos: «A impetuosidade da corrente deslocou…as pesadas pedras, que na Rua Direita, formavam o passeio junto do rio, amolgando e arrastando o gradeamento de ferro que nesse passeio existia.
A ponte que liga as Ruas Direita e da Lavandeira com a Rua d’Arca ficou muito danificada e a que dava passagem da Rua Direita para a Ribeira completamente destruída, como destruído ficou o pontão que existia próximo ao Lagar de Azeite.
».
O Jornal “Gazeta de Arouca” refere que as águas «na sua passagem pela vila derruiram e destruíram 2 pontes e a uma terceira levaram-lhe o pegão central…».
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Em Maio de 1934, dá-se uma nova inundação de idênticas proporções, levando novamente as pontes e margens do rio, deixando um rasto de destruição e amontoados de lixo, «…uma enorme cheia, causada por uma tromba de água que desabou sobre o Monte da Senhora da Mó e redondezas, provocando grandes prejuízos não só na Vila, como nos campos e construções sitas à margem do rio Arda. Todos os açudes e levadas, existentes nas proximidades da Pedra Má, desapareceram, assim como o Pontão de Eidim, que era de cimento. O moinho que estava rente à Ponte da Costa também teve a mesma sorte.», e a própria Ponte, então de pedra, baixa e estreita, também foi água abaixo.

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Em 1945 iniciam-se os trabalhos de regularização e encanamento do rio Marialva. Em 1949 dão-se por concluídos os trabalhos de encanamento e cobertura do rio, que atravessa pelo centro da vila.

sexta-feira, 17 de novembro de 2006

O primeiro tractor

O primeiro tractor a chegar a Arouca, acompanhado da respectiva charrua, foi adquirido pelo Grémio da Lavoura, no ano de 1947.
Era da marca Ferguson e foi adquirido a uma empresa de Aveiro.
Campo de Milho, nas imediações do Convento

O primeiro semeador

O primeiro semeador a chegar a Arouca foi fornecido, por um construtor do Minho, a Alberto Brandão de Sousa e Vasconcelos, da Casa de Alhavaite, no final dos anos trinta.
O Grémio da Lavoura, fundado em 1942, espalha o novo instrumento por todo o concelho e, doravante, começa a praticar-se a sementeira à linha.

Arouca na primeira metade do século passado

Feira da Colheitas
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«Corria o ano de 1944 e estávamos em plena guerra mundial – a Segunda Grande Guerra.
O nosso país mantinha-se neutral, mas, apesar disso, e sob múltiplos aspectos, teve de suportar as terríveis consequências do conflito. Dum modo especial, no que se refere ao abastecimento de géneros alimentícios e carburantes, além de muitos outros produtos, Portugal viu-se forçado a sofrer grandes privações e os preços exorbitantes do mercado negro. E a situação manteve-se sempre grave, tanto nos grandes centros como nas próprias aldeias, onde faltava o pão, alimento essencial ao trabalho do campo.
Então, os Grémios da Lavoura e as próprias Câmaras foram chamadas a colaborar na regularização dos abastecimentos, sendo criadas, junto destas, comissões especiais encarregadas de proverem à distribuição de géneros às populações rurais. O milho e os outros cereais panificáveis escasseavam também, mercê dum açambarcamento desenfreado, que por toda a parte se fazia sentir.
Foi considerando esta dramática situação e as funestas consequências dela derivadas, que o Grémio da Lavoura de Arouca resolveu adoptar uma medida altamente simpática, destinada, por um lado, a atenuar a crise, e pelo outro a promover uma benéfica acção de fomento, que se impunha realizar.
Tornava-se imperioso estimular a produção de todos os cereais, sobretudo do milho, que é o de maior consumo na região e, para tanto, o Organismo resolveu realizar diversos concursos, entre os lavradores seus associados, tendo em mira, todos eles, conseguir um aumento substancial das produções.
Adoptada tal medida, que logo teve o apoio e o auxilio financeiro da Câmara e doutras entidades, foi elaborado um plano de acção e estabelecido o respectivo programa, do qual constavam o número e a natureza dos concursos a realizar, montante dos prémios a distribuir, que eram numerosos e de valor elevado, como convinha, sobretudo para a cultura do milho, pois era esta que mais se pretendia estimular.
Os concursos da «Melhor Seara» - de milho, cevada e trigo – da «Melhor Fruta», da «Melhor Adega» e do «Melhor Linho», foram o fundamento justificativo da criação da «Feira das Colheitas», pois assim passou a designar-se o certame, no qual foi integrado também o «Concurso de Raça Bovina Arouquesa», já criado no concelho.(…)»

(in BRANDÃO, António de Almeida, "Memórias de Um Arouquense", Universidade Nova de Lisboa, 2000, pág. 113 ss.)

terça-feira, 14 de novembro de 2006

Partida da carreira Arouca - Porto

Arouca na primeira metade do século passado

A exploração de volfrâmio em Arouca
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«Os pequenos lugarejos, que ao longo de séculos ou mesmo milénios foram sustentando gerações sem horizontes nem futuro, transformaram-se a partir de 1939 na terra prometida, que atraía multidões. A guerra, que se alastrou aos quatro cantos do mundo, transformou a região inóspita, que os habitantes consideravam um inferno, num espaço gerador de vinganças e felicidade.
Depressa Rio de Frades, Regoufe, Janarde, Silveiras, Alvarenga e outros lugares de arremessados nomes, perdidos nos confins remotos a nascente do concelho de Arouca, se transformaram em pequenas “cidades”, providas de luz eléctrica, que, na sede do concelho, era privilégio de apenas alguns, e para onde a estrada se dirigia a toda a velocidade, rasgada na rocha, serpenteando a montanha irregular, para rapidamente facilitar o transporte do minério que, enriquecendo alguns, iria contribuir para o maior holocausto que o mundo já conhecera.
Arouca, minério ou volfrâmio significavam uma e a mesma coisa para uma multidão de gente dos concelhos vizinhos que, dia a dia, enchendo camionetas ou táxis, se dirigiam à vila, para daí iniciarem a longa caminhada que os levava ao sítio da fortuna.
Na vila animou-se o comércio, principalmente o fornecedor de alimentos, na razão inversa do racionamento de bens imposto pelo conflito mundial. Alastrava o contrabando. A gente honesta desta região rural, que não vivera a agitação política das lutas liberais e das pequenas sacudidelas da implantanção da República, não conservava memória, não resistia à tentação da riqueza fácil que lhe batia à porta.
Terra de lavradores, num minifúndio que não permitia grandes distinções entre o proprietário e o rendeiro, salvo na mesa mais abastada e na roupa domingueira, ainda no respeito/medo que os bons costumes recomendavam, via-se confrontada nos finais de 1939 com a invasão de gente de toda a espécie, aventureiros quase todos, desprovidos de fortuna e sem nada a perder na vida.
A terra era fonte certa de alimentação para os proprietários e os celeiros o melhor banco. No entanto, para as numerosas famílias que constituíam a grande massa de assalariados agrícolas e rendeiros, “os brasis” estavam agora por trás da montanha, a uns vinte quilómetros de distancia e custavam apenas algumas horas de jornada, sem necessidade dos papeis, que a maioria não sabia escrever, nem da carta de chamada, que quase todos não sabiam ler, que eram exigidos a quem quisesse embarcar para Terras de Santa Cruz.»
in VILAR, António, “O Volfrâmio de Arouca”, Câmara Municipal de Arouca, 1998, pág. 98

sábado, 11 de novembro de 2006

Rua 5 de Outubro

Arouca na primeira metade do século passado

Electrificação do Concelho de Arouca
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«Desde há muito tempo que o povo se vinha interessando pelo melhoramento e o Dr. Pinho Brandão, segundo afirmava, tinha já resolvido que se procedesse à elaboração de um projecto para a construção de uma barragem no rio Caima, em Albergaria, com o fim de se obter a energia necessária ao abastecimento do concelho. E afirmava que, do estudo feito, tal era possível, a partir daí.
Mas sucedeu que, pelo Decreto-Lei n.º 26.956, de 28 de Agosto de 1936, foi ampliada, aos concelhos de Felgueiras, Castelo de Paiva, Arouca e Castro Daire, com declaração de utilidade pública, a concessão de energia eléctrica em alta tensão, dada à Empresa Eléctrica Duriense Lda., por Decreto de 9 de Abril de 1931.
(…)
A Câmara não hesitou um instante e logo autorizou o seu presidente a entender-se com a Eléctrica Duriense, no sentido de resolver tudo o que se tornava necessário para a concretização do empreendimento, delegando nele os poderes necessários para representar a Câmara no contrato a efectuar com a referida empresa, para o fornecimento de alta tensão, de harmonia com o já referido Decreto-Lei. O presidente foi autorizado, ainda, a convidar um engenheiro ou um técnico competente para fazer o estudo da rede de distribuição da energia eléctrica, em baixa tensão, na Vila e imediações, assim como nas freguesias de Alvarenga, Burgo, Santa Eulália, Urro, Várzea e Rossas, incluindo a localização e o modelo dos postos de transformação a construir naquela área, que a Câmara se propôs electrificar de imediato.
(…)
Em Fevereiro de 1937, foi assinado o contrato para o fornecimento de energia entre a Câmara e a Eléctrica Duriense, Lda., assinado pela Câmara, pelo seu presidente Reinaldo de Noronha, e pela Eléctrica Duriense o Eng.º Mário Guimarães, estando presente o consultor técnico da Câmara, Eng.º Gouveia Neves.
(…)
E todos os trabalhos foram tão bem organizados e correram com rapidez, que foi possível proceder à inauguração da energia eléctrica em 27 de Março de 1938, o qual foi um dia grande para Arouca e pode considerar-se uma data verdadeiramente notável, o inicio de uma era nova, de mais progresso e desenvolvimento para o concelho. Uma data histórica, sem dúvida!»
(in BRANDÃO, António de Almeida, "Memórias de Um Arouquense", Universidade Nova de Lisboa, 2000, pág. 37 ss.)

quarta-feira, 8 de novembro de 2006

Praça Brandão de Vasconcelos

segunda-feira, 6 de novembro de 2006

Convento

Arouca na primeira metade do século passado

Quando falamos na primeira metade do século XX, depressa nos vem à memória os dois acontecimentos que mais a marcaram: as duas Grandes Guerras Mundiais. E, sendo certo que esta não é a sede para abordar esse assunto, não poderemos deixar de fazer uma abordagem aos reflexos que as mesmas (mormente a segunda) tiveram no concelho de Arouca. Foram vários e significativos.
O deflagrar da segunda contenda mundial para além dos prejuízos vários que ia somando, fazia submergir «numerosas embarcações carregadas de géneros alimentícios e outros produtos necessários ao abastecimento do povo português, dependente do estrangeiro.»
Como está fácil de ver, tais factos levaram a que tais géneros e produtos escasseassem, «ao ponto do Governo decretar o seu rateio para toda a gente e a distribuição dos mesmos passou a ser feita em condições bem precárias.»
«Às câmaras municipais, foi confiado tal encargo, bem ingrato por sinal, visto, em alguns casos, pouco ou nada haver para distribuir, na data destinada. Tudo faltava, incluindo milho, o qual, neste meio, costumava chegar para ocorrer às necessidades, mas que um descarado açambarcamento fazia escassear como qualquer outro produto.
Este sistema de abastecimento (que não o era, afinal) causava muitas dores de cabeça aos presidentes das câmaras, e não só a eles como aos próprios vogais. E não eram somente os cereais e os géneros alimentícios, próprios das mercearias, que escasseavam por forma tal que, por vezes, faltava totalmente, mas muitos outros, como produtos para a lavoura (adubos, sementes, insecticidas e fungicidas) os quais também eram rateados como os primeiros.
Até o tabaco desapareceu totalmente, em certas ocasiões, tentando os fumadores «matar» o vício usando folha de videira
seca e ralada, e coisas semelhantes.
A distribuição e rateio de produtos encontravam-se organizados através de uma comissão reguladora, anexa à Câmara e orientada por esta, a qual dispunha de uma delegação em cada freguesia, da qual faziam parte os párocos, presidentes da junta e regedores. É de salientar que os Reverendos párocos prestaram relevantes serviços nesta emergência. Nenhum se recusou.» (in BRANDÃO, António de Almeida, "Memórias de Um Arouquense", Universidade Nova de Lisboa, 2000, pág. 28 ss.)

domingo, 5 de novembro de 2006

sábado, 4 de novembro de 2006

Convento de Arouca
(lado nascente)

Convento de Arouca
(lado poente)

terça-feira, 31 de outubro de 2006

Noite das bruxas

A origem do Dia (ou Noite) das bruxas ou halloween remonta às tradições dos povos que habitaram a actual ilha da Irlanda, Gália e as ilhas britânicas entre os anos 600 a.C. e 800 d.C., embora com marcadas diferenças em relação às actuais abóboras ou da famosa frase "Doces ou Surpresas", exportada pelos Estados Unidos, que popularizaram a comemoração.
Originalmente, o halloween não tinha relação com bruxas. Era um festival do calendário celta da Irlanda, o festival de Samhain, celebrado entre 30 de Outubro e 2 de Novembro e marcava o fim do verão (samhain significa literalmente "fim do verão" na língua celta).
O fim do verão era considerado como ano novo para os celtas. Era pois uma data sagrada uma vez que, durante este período, os celtas consideravam que o "véu" entre o mundo material e o mundo dos mortos (ancestrais) e dos deuses (mundo divino) ficava mais ténue.
O Samhain era comemorado por volta do dia 1 de Novembro, com alegria e homenagens aos que já partiram e aos deuses. Para os celtas, os deuses também eram seus ancestrais, os primeiros de toda árvore genealógica.
Uma vez que entre o pôr-do-sol do dia 31 de Outubro e 1 de Novembro, ocorria a noite sagrada (hallow evening, em inglês) acredita-se que assim se deu origem ao nome actual da festa: Hallow Evening -> Hallowe'en -> Halloween. Rapidamente se conclui que o termo "Dia das Bruxas" não é utilizado pelos povos de língua inglesa, sendo esta uma designação apenas dos povos de língua oficial portuguesa.
A relação da comemoração desta data com as bruxas propriamente ditas, terá começado na Idade Média no seguimento das perseguições incitadas por líderes políticos e religiosos, sendo conduzidos julgamentos pela Inquisição, com o intuito de condenar os homens ou mulheres que fossem considerados curandeiros e/ou pagãos. Todos os que fossem alvo de tal suspeita eram designados por bruxos ou bruxas, com elevado sentido negativo e pejorativo, devendo ser julgados pelo tribunal do Santo Ofício e, na maioria das vezes, queimados na fogueira nos designados autos-de-fé.
Essa designação se perpetuou e a comemoração do halloween, levada até aos Estados Unidos pelos emigrantes irlandeses (povo de etnia e cultura celta) no Século XIX, ficou assim conhecida como "dia das Bruxas".
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Que saudades! Era dos dias (noites) que mais me divertia quando pequeno. Então, ainda se usava levar o leite ao posto de recolha e, ao escurecer, eram muitas as mulheres e raparigas casadoiras que passavam à minha porta em direcção ao posto de Sinja, com as respectivas latas de leite. Divertia-me imenso a pregar-lhes sustos e partidas nessa e nas noites seguintes. Recordo esses tempos com saudade e essas mulheres com amizade.

domingo, 29 de outubro de 2006

Gostei de ler

As 428 páginas de Memórias do P. António Vaz Pinto.
Vale a pena uma pequena passagem: «Um verão, estávamos de férias em Arouca e fomos, como de costume, à missa das onze ao Convento da Vila. À saída da missa, um dos meus tios que por lá se encontrava, já não sei porque motivo, voltou-se para mim e disse: «António, olha que tu tens de ser santo!» Aquelas palavras fortuitas perturbaram-me bastante na altura. Fiquei a cismar, como alguém que encontra a evidência inesperada. «Ele tem razão, tenho de ser santo», pensava comigo, sem saber muito bem o que isso podia significar...
Mas a verdade é que a perspectiva de ser santo não me atraía nem me apetecia nada...
Por outro lado, devia ser, tinha de ser... Então, uma nuvem oportuna afastou de mim o excesso de sol: os santos, lembrei-me, são conhecidos pelas suas terras de origem; nasci em Lisboa, chamo-me António; felizmente já existe o Santo António de Lisboa, portanto o meu lugar na galeria dos santos já está ocupado... Assim, vi-me então livre da grande e pesada responsabilidade de ser santo. Mais tarde a ideia veio perigosamente a atacar-me de novo, como direi...»

Gostei de ver

As placas colocadas nas principais entradas da freguesia de Rossas. Também na vizinha freguesia de Várzea se fez o mesmo. Está agora mais facilitada a vida de quem, vindo de fora, procura estas freguesias ou algum dos lugares pertencente às mesmas.
Sobre este e outros assuntos, e relativamente à freguesia de Rossas, tive a oportunidade de me pronunciar na Assembleia de Freguesia que teve lugar na passada sexta-feira. Desde o fim do mandato anterior, em que apenas faltei a uma Sessão, que não assitia a uma Assembleia de Freguesia. No geral, devo dizê-lo, agradou-me a elevação com que a mesma decorreu e achei interessante o desempenho do presidente da Junta. De facto, ideologicamente, ficar-lhe-ia muito melhor a camisola comunista ou socialista. Para quem ainda coloca as coisas nestes termos, claro. Mas, uma coisa é certa: a acção de uma Junta de Freguesia, mormente das zonas rurais, terá sempre este pendor.

quinta-feira, 26 de outubro de 2006

Rossas tem grande associativismo

É o título da entrevista do presidente da Junta de Freguesia de Rossas, José Paulo Oliveira, ao jornal "O Primeiro de Janeiro". Entrevista que vai no sentido daquilo que há muito defende e toca os pontos que em seu entender consubstanciam as principais lacunas da freguesia de Rossas, na área de competências da Junta.
No mais, a entrevista é floreada por um facto da história, estou certo que da responsabilidade daquele Jornal, mas, com algumas incorrecções. Na passagem que se segue, as frases a negrito estão incorrectas.
«A Ordem foi fundada na Palestina pelo provencense Gerardo Tom, seu 1º grão–mestre, subsistindo até ao ano de 1798 quando era seu grão-mestre Hompesch. Foram diversos os seus grão-mestres de nome sonante na história de Portugal. Tudo leva a crer que foi em meados do século XIII que a Comenda de Malta passou a contar entre os seus bens a freguesia de Rossas.»

Deve ser frustrante...

Não ter personalidade, não ter carácter ou ter necessidade de se esconder para acusar, denunciar ou criticar sem beliscar o seu pedestal, mas um pedestal indiferente que só por si não alcança os objectivos que tem em vista. Talvez porque esses, de acordo com a ideia defendida por Gustave Flaubert, não possam ser um objectivo, antes uma consequência. Mas, uma pessoa que age assim, é porque não pode nem sabe agir doutra forma.
No ponto de mira deste tipo de pessoas, estarão sempre aqueles que na sua pretendida área de influência assumam algum protagonismo ou ameaçem algum poleiro estratégico, pensem pela sua própria cabeça, actuem de acordo com a sua livre consciência e não se deixem comprar ou condicionar.

segunda-feira, 23 de outubro de 2006

Da janela p'rá minha aldeia

Marco n.º 45
Bogalheta, Rossas

sábado, 21 de outubro de 2006

"HOSPEDARIA DO CONVENTO"

«Da informação prestada pela Câmara à Assembleia Municipal, depreende-se que existe alguma vontade das entidades oficiais para que, finalmente, se concretize este sonho e o Convento possa contribuir para o desenvolvimento de Arouca.
Isto tem acontecido em muitos outros concelhos do país e muitas das pousadas existentes resultam do aproveitamento de alguns palácios e monumentos pelos mais diversos operadores turísticos.
O Convento de Arouca, com toda a sua história e com toda a sua riqueza, tem todas as condições para entrar nesse conjunto de iniciativas que muito têm contribuído para o turismo de qualidade e o desenvolvimento de várias regiões do país.
Ao persistir neste propósito, o actual Executivo Municipal merece o apoio de todos os munícipes para que consiga alcançar um objectivo que é de todos e todos devem contribuir para que se concretize.
O Convento de Arouca é um património tão importante que não pode continuar subaproveitado.»
Elisio de Azevedo, in jornal "Defesa de Arouca"
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Pese embora prefira e julgue mais apropriada a denominação Pousada, subscrevo!

sexta-feira, 20 de outubro de 2006

E a Capela da Misericórdia?

A Câmara Municipal faz questão de salientar também o seu envolvimento no processo que deu origem à comparticipação que assegurará o restauro do Órgão de Tubos do Convento, fazendo todos os esforços para que a comparticipação europeia fosse efectivamente investida naquela intervenção. É um papel que lhe fica bem!
No entanto, convém não esquecer o estado de acentuada degradação em que se encontra a Capela da Misericórdia, situada ao fundo da Praça Brandão de Vasconcelos, datada de 1612.
No mandato anterior, pelo menos o vereador Dr. Óscar Brandão, consciente daquele estado, argumentou neste sentido. O IPPAR foi a desculpa para que nada se fizesse até hoje.
Talvez os esforços da actual Câmara possam ser igualmente bem sucedidos quanto a este imóvel.
Dado não existir, ainda, na paróquia da Vila uma capela mortuária, cumprindo a Capela da Misericórdia inúmeras vezes essa função, também à Junta de Freguesia de Arouca são exigidos esforços neste sentido.
A Misericórdia, o povo de Arouca e os turistas agradecem!

quinta-feira, 19 de outubro de 2006

A propósito da Igreja do Convento de Arouca

Faz amanhã 288 anos era benzida a actual Igreja do Convento de Arouca, que depois de ser ter arruinado em 1704, foi restaurada pelo arquitecto maltês Carlos Gimac.
Igreja esta que, entretanto, passou a ser a Igreja Paroquial de Arouca, em substituição da pequena e velhinha igreja de S. Bartolomeu.
Em Fevereiro de 1887, a Paróquia de Arouca solicita autorização ao bispo da Diocese do Porto, Dom Américo, para a mudança do Santíssimo Sacramento da igreja de S. Bartolomeu para a igreja do Mosteiro.
Em Junho de 1889 é concedida autorização à paróquia de S. Bartolomeu para estabelecer a sua igreja matriz no templo do Convento. Para conseguir este desiderato, importante se mostrou a influência junto do Conde de Castelo de Paiva, Martinho Pinto de Vasconcelos Miranda Montenegro e, dentre outros, a influência do Doutor Inácio Teixeira Brandão de Vasconcelos e António Teixeira Brandão de Vasconcelos, da Casa de Alhavaite, freguesia do Burgo.
Logo em Julho deste mesmo ano (Diário do Governo, n.º158, de 18 de Julho de 1889) eram entregues à guarda e administração da Irmandade os paramentos, alfaias, relíquias, imagens e outros objectos de culto do mosteiro.
Em Março do ano seguinte, o Administrador do Concelho, em nome da Direcção Geral dos Próprios Nacionais, dá posse dos bens da igreja do Mosteiro à Junta de Paróquia de Arouca e à Real Irmandade da Rainha Santa Mafalda. Concessão autorizada pelo Cardeal Bispo do Porto por oficio de 30 de Janeiro.
Dois meses depois, a Junta de Paróquia de Arouca resolve fazer um leilão com os móveis, a pedra do campanário e a tribuna da igreja de S.Bartolomeu, antiga igreja matriz da paróquia de Arouca.
Em Fevereiro de 1891, a Diocese do Porto permite a demolição daquela antiga e pequena igreja que se encontrava edificada onde é hoje a Praça Brandão de Vasconcelos.
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Também aí, mais própriamente no antigo coro das freiras, se situa o Órgão de Tubos, um dos mais importantes da primeira metade do século XVIII em todo o mundo, que vai conhecer agora mais uma intervenção com vista a devolver-lhe as suas características originais. O investimento ronda os 380 mil euros, contando com 75% de comparticipação por parte do FEDER e 25% por parte da Real Irmandade da Rainha Santa Mafalda e do IPPAR.

Um ano a navegar com destino...

Há precisamente um ano dei inicio a este "meu rumo", com a certeza de que "Os grandes navegadores devem a sua reputação aos temporais e tempestades."
Contráriamente à frase do dia no citador, aqui ao lado, ("Quando se navega sem destino, nenhum vento é favorável"Séneca), o destino existe.
No mais, um bom controlo das velas possibilitou superar as contráriedades e resultar num ano extremamente positivo e repleto de realizações.
Quanto ao "meu rumo", própriamente dito, vai-se desenrolando à medida da disponibilidade.
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Nota: Em alto mar vê-se muita gente à deriva e a procurar impedir a navegação.

segunda-feira, 16 de outubro de 2006

Superman Returns

para descontrair. Nada de ficar viciado!

Albergaria da Serra anexada a Moldes, Chave ou Rossas

É a hipótese aventada por Pedro Tavares, presidente da Junta daquela freguesia ao jornal "O Primeiro de Janeiro", nos quadros da lei que, nas suas palavras, "está a ser cozinhada".
Com o devido respeito e consciente que preferiam não ser anexados a nenhuma das referidas freguesias, não me parece que anexação seja a melhor solução. Antes pelo contrário!
A situação requer a criação de uma nova freguesia e não a extinção ou anexação da freguesia em causa, embora consciente de que isto é contrário aos objectivos que aquela lei tem em vista.
Naquele sentido, propendo mais a defender a criação de uma nova freguesia que agrupe a freguesia de Albergaria da Serra, os lugares do Merujal, Póvoa e Souto Redondo (pertencentes à freguesia de Urrô), e o lugar de Provizende (pertencente à freguesia de Rossas). São sociológica e caracteristicamente mais semelhantes.
Recorde-se que tanto a freguesia de Urrô como a de Rossas se estendem até ao lugar do Merujal e poucos as olham assim. Os próprios habitantes daqueles lugares da encosta da Freita, quando têm que se dirigir às respectivas sedes de freguesia, usam dizer: "Vamos a Rossas!", "Vamos a Urrô!"
A ter que se mexer, parece-me ser esta a solução que melhor serve os interesses daqueles lugares. De contrário, continuam a ganhar as freguesias de Urrô e Rossas, dado o valor que aqueles lugares lhes acrescentam.

Que Dois

Já há sinais de regresso no Que Dois dos meus amigos André e Fatita, que, a propósito, fez um ano no mês passado. Quase no mesmo dia em que teve lugar o evento das suas vidas e um grande momento na vida dos seus amigos.
Parabéns e bem hajam por isso.

domingo, 15 de outubro de 2006

Clap Your Hands Say Yeah, ao vivo - Só hoje!

A propósito de "A História de Deus Comigo"

«(...) Vaz Pinto diz que é a Arouca, onde a família viveu, que regressa sempre que pode: a terra e a casa de família "não são apenas algo de remoto e de passado", antes uma "presença, uma referência contínua", para a qual o autor volta "permanentemente o olhar". Penúltimo de doze irmãos, o pai de António Vaz Pinto foi magistrado, até desempenhar o cargo de presidente do Supremo Tribunal Administrativo. Dele, o filho diz que "foi uma das mais notáveis figuras humanas" que conheceu. "Uma presença forte, discreta, contínua, tutelar, uma forte, positiva e marcante imagem de Deus, de Deus-Pai." Da mãe, guarda o padre Vaz Pinto a memória de uma mulher de "incansável dedicação e serviço ao próximo", mais "emotiva do que o pai", mas ambos profundamente católicos. Quando nasceu, em plena Guerra Mundial, sem táxis nem transportes públicos, o pequeno António foi para casa a pé: metido numa ceira de palha, foi levado pelos pais da Maternidade de Alfredo da Costa até ao Campo Grande, onde a família morava. "Vale a pena viver" Foi já na Faculdade de Direito, que frequentou juntamente com outros portugueses conhecidos - Mota Amaral, Basílio Horta, Manuela Eanes, Freitas do Amaral, Jorge Miranda, entre outros -, que se manifestou o desejo de ser padre. Antes de decidir entrar para os jesuítas, namorara com uma russa, identificada por Y. Confessa que, nessa altura, se via como ideologicamente moderado e pouco participativo nos movimentos associativos. Enfrentou uma crise de fé e, já na Alemanha, quando estudava Teologia e se preparava para ser ordenado padre, apaixona-se de novo - "a grande tormenta", como ele lhe chama no livro. Acaba por decidir ser padre. O 25 de Abril apanha-o ainda a estudar em Frankfurt. Regressa pouco depois a Portugal e conta a sua participação em vários actos contra a dominação política do Partido Comunista. O resto da história é mais conhecido: está nas equipas ou na ideia original da criação de dois centros universitários (Coimbra e Lisboa) ligados aos jesuítas, do Banco Alimentar Contra a Fome, da organização não-governamental Leigos para o Desenvolvimento. Diz, no fim, que "valeu a pena ser homem, ser cristão, ser padre, ser jesuíta" e que "vale a pena viver".»
por António Marujo, in Fóruns Paroquiais

Da janela p'rá minha aldeia

Pia do Gado
Comenda, Rossas

sábado, 14 de outubro de 2006

Sobre as datas esculpidas no verso do brasão de Rossas

No final do mandato anterior, a então Junta de Freguesia de Rossas e, nomeadamente, o seu presidente Luís Fernandes, tiveram por bem adquirir um brasão com a recém criada heráldica da freguesia, executado por um rossense, com um admirável e rigoroso jeito para trabalhar o granito. O referido brasão foi então colocado no corte da E.N.224 para o lugar das Regadas, entre outros. Trata-se de uma obra com assinalável qualidade, que engrandece o seu autor e enriquece a freguesia. De resto, tal como foi reconhecido no jornal "Defesa de Arouca" por altura da sua execução.
Recentemente, a Junta actual e, nomeadamente, o seu presidente José Paulo Oliveira, tiveram por bem mandar executar, no mesmo material, uma cruz de Malta para colocar no verso do referido brasão e com o intento de assinalar o inicio e fim da pertença de Rossas àquela Ordem. Até aqui, nada a obstar. Muito pelo contrário!
Sucede que, as datas esculpidas no referido trabalho (1629 – 1770), não permitiam a leitura referida.
Dada a inexistência de documentação na freguesia sobre essa pertença e a, ainda, pouca investigação realizada sobre a mesma, o autor e a própria Junta terão interpretado mal o trabalho do ilustre D. Domingos de Pinho Brandão, “Rossas de Arouca – Os Limites da Freguesia”, dado à estampa em 1963, onde as referidas datas aparecem, mas, reportando-se à primeira e, eventualmente, à última Demarcações feitas na então Comenda de Rossas. Procedimento que, em termos muito simples, consistia na definição e demarcação com marcos de pedra, com a cruz de Malta e data esculpidas, dos limites da Comenda, pelas autoridades desta, conjuntamente com as autoridades das freguesias vizinhas. Tirando um ou outro caso provocado pelo desleixo e irresponsabilidade das diversas Juntas, de há uns anos a esta parte, correspondem aos actuais limites da freguesia de Rossas.
Desde há algum tempo, por gosto e sem qualquer pretensão que não seja a de reunir a história da freguesia nos seus mais variados aspectos, tenho dedicado algum tempo vago a reunir dados e investigar a história da freguesia. Pelo que, quando me deparei com a obra em causa, e, deduzindo de imediato o objectivo pretendido, entrei em contacto com o presidente José Paulo Oliveira, para confirmar a minha dedução e o objectivo da Junta de Freguesia. Confirmava-se! Era objectivo da Junta colocar no verso do referido brasão da freguesia, uma cruz de Malta, assinalando o espaço temporal em que Rossas foi Comenda daquela Ordem Religiosa e Militar.
Com o conhecimento adquirido e sustentado nos poucos dados existentes, e outros, entretanto, investigados, disse ao presidente da Junta que aquelas datas esculpidas na base da referida cruz, não permitiam a leitura que se tinha por objectivo. De imediato, e num exercício de grande responsabilidade, prometeu-me ir informar-se melhor e proceder em conformidade. E assim foi! Na semana seguinte pediu ao autor da obra que picasse as datas em causa. Já lá não estão.
Como é normal e facilmente compreensível, o autor da obra, Sr. Reinaldo, mais conhecido por “Mato-Grosso”, não gostou nada de tomar conhecimento que alguém havia questionado o seu trabalho. Tanto mais que os algarismos terão sido mesmo a parte mais morosa e trabalhosa. Entendo perfeitamente. Mas nada houve ou há de pessoal. De resto, reiterando a minha opinião sobre a qualidade das referidas obras, devo frisar que não era o autor que estava em causa, mas sim quem deu, ou não, instruções para executar a obra e definiu o objectivo da mesma.
Quanto ao inicio da presença da Ordem de Malta em Rossas, existem dados a remontar a 1140. O facto mais preciso refere-se a uma recompensa de Dona Toda Viegas ao mosteiro de S. Pedro por lhe ter tirado seis casais em Cabreiros para a Ordem do Hospital, doando-lhes vários bens em Arouca e Paiva, que ainda não tivessem sido dados por carta ou escritura. (in COELHO, Maria Helena da Cruz, "O Mosteiro de Arouca. Do Século X ao Século XIII", Arouca 1988, pág. 283 e 284). Recorde-se que, apesar de Cabreiros ser curato da apresentação da abadessa do Mosteiro de Arouca, os lugares de Tebilhão e Cabreiros, pagavam o foro das suas terras à Comenda de Rossas (in "Notas Paroquiais" do Pe. Manuel Álvares, de 1758). O facto sustentado nos livros especificamente sobre a Ordem de Malta, é avançado por José Anastácio de Figueiredo, ao referir que já na primeira metade do século XIII, essa Ordem aqui possuía bens. Teresa Gonçalves fez uma doação à Ordem de um casal «en Arouca hu dize Congustjn & duas leiras derdade no dito logar». E, segundo o mesmo autor, em 1290 era Comendador de Rossas o Frei João Fernandes (in "Nova Malta...", I, pág.252). Paula Pinto Costa, in "A Hordem Militar do Hospital em Portugal...", e Martim de Albuquerque, in "Portugal e a Ordem de Malta...", corroboram esta Tese.
Quanto ao fim da presença e extinção da Comenda de Rossas, aqui com mais certeza, à semelhança das demais Ordens Religiosas existentes em Portugal, dá-se com o Decreto de Joaquim António de Aguiar, Ministro da Justiça e das Instituições Religiosas, de 28 de Maio de 1834, que extinguiu as Ordens Religiosas em Portugal.

Mais uma vez!

A Câmara Municipal, apesar do novo elenco, voltou a negar a atribuição da medalha de mérito do município à Rádio Regional de Arouca.
Desta feita, a iniciativa de propor a referida atribuição partiu dos vereadores José Luis Silva e Adriano Francisco, do movimento independente UPA, mas, contou com a reprovação dos restantes cinco elementos.
Confesso que não compreendo! A fundamentação apresentada por aqueles dois elementos é mais do que suficiente.
Nada ganha a nova Câmara em persistir nesta posição, herdada da Câmara anterior. Estranho mesmo que os actuais vereadores do PSD tenham alinhado pela mesma diapasão.
A distinção é mais do que merecida! De resto, já tive oportunidade de o manifestar e defender, tanto para a "Rádio Regional de Arouca", como para os jornais "Defesa de Arouca", "Jornal de Arouca" e "Roda Viva".
No mais, reconhecer e conviver com a liberdade de associação e de expressão, é um exercício que fica bem a quem se diz democrático e se exige a quem papagueia lições de democracia. Tenham coragem!

sexta-feira, 13 de outubro de 2006

DESFOLHADA NA PRAÇA

Em época de desfolhadas, já quase inexistentes nos nossos dias, fica o endereço duma pequena amostra da representação de uma desfolhada, na "Praça da Alegria", aquando da "Feira das Colheitas". http://www.cm-arouca.pt/portal/index.php?option=com_content&task=blogcategory&id=126&Itemid=296
No mais, este vídeo inaugura uma nova forma de informação na página da Câmara Municipal. Uma boa forma, principalmente para quem está longe do torrão natal.

"ESTRADAS, MAS NÃO SÓ..."

Nos "Retalhos" da última edição do jornal "Roda Viva", Armando Zola, ex-presidente da Câmara, finaliza o relato de duas conversas com o conhecido e recorrente apontar de dedo a uma alegada pequena parte que procura, ou procurou, entravar o desenvolvimento de Arouca.
Apesar de não me servir a carapuça, quando Armando Zola teima neste exercício demagógico tendo por cenário a famigerada Via Estruturante, sei perfeitamente quem pretende visar.
Pela minha parte, e mais uma vez, dizer apenas que fui um dos que, no tempo próprio, estiveram contra o traçado da Via Estruturante, mas, nunca contra a Via Estruturante. Passado esse tempo próprio e já construída a 1.ª fase da alternativa à E.N.326, se necessário for, estarei na primeira fila a reivindicar a 2.ª fase.
O meu conceito de Democracia dá para isso. Até para achar que o Dr. Armando Zola, no geral, foi um bom presidente de Câmara. O doutros, porém, dava, se possível fosse, para marcar os que discordam ou pensam diferente a ferro quente.

Faltam placas de sinalização em Rossas

«Em Rossas, alguns dos locais não têm sinalização suficiente junto à estrada nacional para indicação do acesso a alguns pontos da freguesia.», segundo noticia do jornal "Roda Viva".
Eu diria que, desde logo, não há sinalização suficiente relativamente à própria freguesia. Se não me engano, actualmente, só na E.N. 224 é que existem placas a informar a entrada na freguesia de Rossas, sendo que, ainda por cima, a que devia estar junto à ponte do Ribeiro da Bogalheta, nos limites da Bouça, freguesia de Chave, encontra-se uns quilómetros mais abaixo, no lugar de Carvoeiro. A situação piora nos casos em que as freguesias vizinhas também não se encontram assinaladas. A que se encontra na Pedra Má, está rigorosamente bem colocada.
Assim, e porventura mais importante que assinalar os pequenos lugares, torna-se necessário assinalar devidamente a entrada na freguesia. Porque, mais difícil que encontrar um pequeno lugar na freguesia, sê-lo-á se procurado nas freguesias vizinhas.
No mais, já lá vão quase quatro anos desde a altura em que alertei na Assembleia de Freguesia para esta situação.

Vai nascer a Casa da Cultura de Provizende

Segundo o jornal "Roda Viva", está praticamente pronto o projecto para a construção da Casa da Cultura de Provizende, na freguesia de Rossas. Adianta aquele jornal que o objectivo desta Junta é arrancar com a obra ainda antes do final do ano civil de 2006.
Fico contente por isso. Já há muitos anos que se fala nesta obra, mas, nunca passou das palavras. Vamos lá ver se é desta!

quinta-feira, 12 de outubro de 2006

Já tenho saudades disto!

Faculdade de Direito da Universidade Lusíada do Porto

quarta-feira, 11 de outubro de 2006

AroucaFilmFestival - Uma aposta a frutificar

«Dar a conhecer novos realizadores e apostar na formação são os dois grandes objectivos do AroucaFilmFestival deste ano. Estão já confirmadas as presenças de vários cineastas internacionais, vindos do Brasil, da Espanha, dos Estados Unidos, da França, da Bélgica, da Geórgia e da Rússia. Esta adesão dos cineastas estrangeiros vai levar, segundo a direcção do Festival, a propostas de parcerias internacionais.» Mérito do meu amigo João "Rita"!

Uma aposta inteligente

do presidente da Junta de Fermedo! Quanto à Casa da Cultura, e desde que a sua traça e dos edifícios envolventes não saia prejudicada, mãos à obra!
No entanto, quanto às pretensões do senhor presidente da Câmara, que lhe pretende somar um outro projecto relativo ao melhoramento das vias de comunicação, sou da opinião que as estradas, em casos como este, é que se devem desviar dos edifícios e não o contrário. Mas, estando a falar sem saber o que se pretende com este projecto, estou convencido que nada de contrário se projecta.

domingo, 8 de outubro de 2006

Da janela p'rá minha aldeia

Moreias de Palha
Provizende, Rossas

sexta-feira, 6 de outubro de 2006

Rios de Arouca e Desporto Aventura no Herman SIC

O próximo programa de Herman José vai ter um interesse acrescido. Para além dos habituais momentos de humor e animação, o Herman Sic de 8 de Outubro vai divulgar Arouca, em especial os rios e o desporto de aventura. José Santos, um dos responsáveis de uma empresa arouquense, que dinamiza algumas actividades radicais que se praticam no nosso concelho, é convidado do humorista. in Câmara Municipal
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Post scriptum - Ao que julgo saber, não houve qualquer sinal de Arouca, dos rios e desporto aventura na edição deste fim-de-semana do Herman SIC. O repentino desaparecimento da notícia do site da Câmara Municipal confirma-o (e uma explicaçãozita não lhes ficava mal). Assim, e apesar de "a ter vendido pelo preço que comprei", peço desculpa àqueles que por esta via e com este unico interesse tiveram de ver tal programa. 09.x.2006

quarta-feira, 4 de outubro de 2006

Arouca no contexto da contribuição Maltesa para o Barroco Português

«A importância para Portugal da cultura arquitectónica de Malta no período barroco começou a adivinhar-se quando, no final do século XIX, um erudito local abriu um velho armário do Mosteiro cisterciense de Arouca e descobriu curiosa inscrição feita numa das suas portas em 1718: aí se dizia que a arquitectura da igreja conventual fora reformada anos antes pelo «architecto italiano Carlo Ginac».
Cedo se determinou que o artista se chamava afinal Gimac (grafia utilizada em Portugal para o nome Gimach) e era de Malta, não de Itália.» in "Portugal e a Ordem de Malta..."
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Tal como prometido, é um assunto a desenvolver em www.ordemdemalta.blogspot.com. Para além do mais, oferece dados e curiosidades importantes sobre a igreja do Mosteiro de Arouca.

terça-feira, 3 de outubro de 2006

Da janela p'rá minha aldeia...

Venda de produtos da terra
Sequeiros, Rossas

segunda-feira, 2 de outubro de 2006

Minas de Regoufe

Fez ontem 65 anos era constituída a Companhia Portuguesa de Minas, que fez das Minas de Regoufe, em Arouca, uma das mais bem apetrechadas da época.
Hoje, e quando já pouco existe desse empreendimento, o cenário, apesar de tudo, é muito interessante. Merecia que lhe deitasse a mão. Mas, promessas atrás de promessas, intenções e mais intenções, o certo é que os anos vão passando e com eles o pouco que ali existe.
O actual Presidente da Câmara, em 08 de Fevereiro deste ano, respondeu-me que «as antigas minas e os polos museológicos a que se refere serão incluidos no projecto do Geoparque, como tem vindo a ser divulgado.». Eu acredito que sim. Haja esperança e mais alguma paciência.

Da janela p'rá minha aldeia...

Espanta-Pardais
Eidim, Rossas

sábado, 30 de setembro de 2006

28 autocarros rumo a Almada

Por esta hora, estarão cerca de 1400 arouquenses, maiores de 65 anos, a preparar-se para visitar o Cristo-Rei, do lado de lá do rio Tejo.
Fantástico! Esta manhã, passava pouco das 07.00h, saíam 28 autocarros com rumo a Almada, para visitar o Cristo-Rei.
De facto, trata-se de uma iniciativa enorme e a requerer bastante apoio logístico que, ao que me foi dado conhecer, para além dos bombeiros e um médico que acompanham a excursão, é assegurado por duas pessoas em cada autocarro. Na comitiva segue ainda a Rádio Regional de Arouca que, durante o dia, e para além doutras coisas, contribuirá para descansar as familias.
Parabéns à Câmara Municipal pela iniciativa e que tudo corra pelo melhor!

Nicolau Nasoni

Esta manhã regressei à Universidade, para falar da Arquitectura Barroca, mais precisamente dos contributos de Nicolau Nasoni, com os quais o Barroco atinge o seu mais alto expoente, e o Porto se torna mais exuberante.
Também falamos nos Painéis de S. Vicente, de Nuno Gonçalves, e até do pensamento político de Camões na sua obra épica. No entanto, foi àquele que conferi as honras da prelecção.
Para quem não sabe, o italiano Nicolau Nasoni, chega ao Porto em 1725, directamente de La Valetta, onde se encontrava a pintar os tectos do Palácio dos Grão-Mestres da Ordem de Malta, era D. António Manuel de Vilhena Grão-Mestre, para pintar os tectos da Sé do Porto. O chamado arquitecto, que não o é de formação, acaba por ficar no norte, notabilizar-se e imortalizar-se, como é sabido, com produções na área da arquitectura, de que é emblemática a Torre dos Clérigos.
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Dadas as estreitas ligações de Nicolau Nasoni, assim como de Carlos Gimac, à Ordem de Malta, desenvolverei, próximamente, algumas linhas sobre a obra destes dois génios entre nós, em www.ordemdemalta.blogspot.com.

quarta-feira, 27 de setembro de 2006

Da janela p'rá minha aldeia...

Uvas
Quinta da Fonte dos Cavalos, Rossas

Coisas que entretanto continuam na mesma (3)

O registo das associações na base de dados municipal ficou-se por quase nada. Será que não existem mais associações em Arouca?
Relativamente aos apoios, e segundo me respondeu o Senhor Presidente da Câmara, quando esteve online no Arouca.biz, o modelo estava a ser pensado e teria por base o contributo das associações para a agenda cultural do municipio. Mais adiantou que dentro de poucos dias (estavamos em Fevereiro) seria transmitido em primeiro lugar aos agentes associativos esse modelo, e só depois o tornavam público.
Espero que, pelo menos os agentes associativos, já o conheçam.

terça-feira, 26 de setembro de 2006

Da janela p'rá minha aldeia...

Campo de Milho
Quinta da Fonte dos Cavalos, Rossas

segunda-feira, 25 de setembro de 2006

Feira das Colheitas' 06

Caíu o pano sobre mais uma edição da Feira das Colheitas. A maior e mais afamada festa do concelho de Arouca, uma das poucas deste género a nível nacional.
Desta feita, e contráriamente ao que sucedeu nos últimos quatro anos, a chuva condicionou todo o certame, obrigou a alterações de última hora e inibiu muitos forasteiros de se deslocar à vila de Arouca. Foi pena!
Na retina, ficou, sem dúvida, a Exposição Agrícola montada no Pavilhão da Casa do Povo. Estava fantástica!
As Bandas da Vila e de Figueiredo proporcionaram um bom espectáculo e os Grupos Folclóricos emprestaram o habitual brilho à Praça Brandão de Vasconcelos. Foi pena que o tempo não permitisse o programado desfile.
Em franco decréscimo qualitativo está a Exposição das Actividades Económicas. São cada vez menos os stand´s e, é cada vez mais notória a falta de empenhamento dos presentes. Assim, até mesmo com a entrada gratuita, não sai compensada a longa caminhada para lá chegar.
Nota negativa, merece ser atribuída à sessão de fogo de artifício de sábado à noite. O local foi péssimamente escolhido. Mal por mal, era melhor atrás da Câmara Municipal, como há uns anos atrás. De resto, arrepiou-me assistir àquela estardalheira por cima do Convento. Não me parece que o IPPAR, que já foi desculpa para tantas outras coisas, permitisse tal coisa.

Coisas que entretanto continuam na mesma (2)

Apesar de terem mudado os órgaos sociais da FAMA, este organismo continua a alinhar pelo rumo traçado pela direcção anterior. Diga-se, em completo arrepio daquelas que foram as intenções dos seus fundadores e em total desrespeito pelos estatutos alinhavados pelos mesmos. Em nada se distingue de uma simples associação, desenvolvendo uma actividade que, não raras as vezes, rivaliza com a actividade das suas associadas. Daí a minha cada vez maior dificuldade em referir-me a este organismo como Federação das Associações do Municipio de Arouca. Porque, na realidade, não o é.
Mas, em última instância, tal como sucede nas associações, a responsabilidade pelo rumo tomado é dos associados, neste caso, das associações federadas. Ou, o que temo mais ainda, de alguns tiques de feudalismo e vassalagem que vão impedindo que isso aconteça, que a coisa tenha vida própria, para além das pessoas.
Um organismo da natureza daquele que consta dos estatutos da FAMA, era muito útil ao associativismo em particular e ao município de Arouca em geral. Mas, não pela linha de rumo que entretanto tomou.
Já agora, e mais uma vez, alerto para o abandono da página na internet, que, para além do mais, induz as pessoas em erro.

sábado, 23 de setembro de 2006

Comentários anónimos

Como já disse algures neste "meu rumo" não aceitarei comentários anónimos que, em meu entendimento, ofendam pessoas, entidades ou instituições a quem, directa ou indirectamente, me refira. E a mim também, claro.
Não me importo que os enviem, mas agradeço que compreendam não os aceitar.

Coisas que entretanto mudaram (2)

No Futebol Clube de Arouca muitas foram as mudanças entretanto ocorridas. A mais significativa é, sem dúvida, o facto de passar a ter como "sua casa" o Estádio Municipal de Arouca, inaugurado no final da época passada. O velhinho Campo Afonso Pinto de Magalhães acolhe agora apenas as camada jovens do FCA.
Entretanto, também a equipa directiva do FC Arouca mudou. Carlos Pinho, que já havia sido presidente do Arouca, voltou a assumir a presidência do clube.
Mas, a maior surpresa da época havia de estar reservada para a equipa técnica. Jorge Gabriel, conhecido apresentador de televisão, veio integrar a nova equipa técnica na qualidade de treinar-adjunto.
São vários e bons os argumentos para motivar o Futebol Clube de Arouca a alcançar os ambiciosos objectivos a que se propôs.
Oxalá consiga!

Coisas que entretanto continuam na mesma (1)

O Site Oficial da Freguesia de Rossas está na mesma há meio ano. E, aquilo que aqui disse há seis meses serve como se fosse escrito hoje. Fico triste. Se mais não for, porque aquilo tem custos, e, se nem sequer serve para que os «nossos emigrantes e amigos possam acompanharem aquilo que se passa na sua Terra Natal.», de nada serve.
Mas, também pode ser que entretanto nada se tenha feito na freguesia para justificar alguma actualização. Será? Pior ainda!

sexta-feira, 22 de setembro de 2006

Coisas que entretanto mudaram (1)

A chamada Página Oficial do Municipio de Arouca, não tendo mudado o seu aspecto, melhorou de sobremaneira a qualidade das notícias aí publicadas. Eventos que muitas vezes passavam despercebidos ou nada nos diziam por falta de contexto ou enquadramento que os justificasse, tomam agora outra dimensão e requerem mais atenção.
Mas, para que isso passasse a acontecer teve que se encontrar a pessoa certa e colocá-la no lugar certo. Fico contente por isso. Muito se ganhou com esta aposta.
Pena é que alguns ditos, a propósito doutras coisas, se tenham de ter dado por não ditos. Não, o "aqui" já não nos leva a nenhum desabafo. Fico triste por isso. Infelizmente, nos dias que correm, tudo tem um preço, tudo se vende e tudo se compra.

quinta-feira, 21 de setembro de 2006

AROUCA NA PRAÇA DA ALEGRIA


«A manhã de 21 de Setembro teve especial significado para Arouca. A Feira das Colheitas, como cartão de visita, foi pretexto para a primeira entrevista do programa Praça da Alegria, da RTP. Durante cerca de 30 minutos, logo após a abertura do programa, o presidente da Câmara Municipal, Artur Neves, foi o convidado especial da Praça, que acolheu ainda a recriação de uma desfolhada.
Não fugindo à sua recente ligação a Arouca, Jorge Gabriel não esqueceu as questões do desenvolvimento, falando com o autarca acerca do andamento do projecto de continuação da Via Estruturante, fazendo também a caracterização do concelho e contando um pouco da história da Feira das Colheitas.
A meio da conversa, um grupo constituído por elementos de várias associações do concelho recriou o ambiente vivido nas desfolhadas, com os gestos e os cantos próprios.
Houve tempo, ainda, para falar ao de leve sobre os doces regionais, o programa da Feira das Colheitas e as belezas paisagísticas de Arouca, que os apresentadores não se cansaram de enaltecer. Foram cerca de trinta minutos de antena, vistos um pouco por todo o mundo, que serviram para mostrar um pouco de Arouca, bem como para convidar todos aqueles que queiram visitar o concelho a aproveitar o pretexto da Feira das Colheitas, para que fiquem a conhecer melhor a identidade deste povo.»

Feira das Colheitas

Teve hoje inicio, na vila de Arouca, a 62.ª edição da Feira das Colheitas.
«Certame inovador nesta área, pela dinâmica que imprimiu à agricultura, à economia e à cultura em Arouca, a Feira das Colheitas realiza-se pela 62.ª vez. Pensada no contexto da II Guerra Mundial, com o objectivo primeiro de tornar o concelho auto-suficiente, em termos de produção cerealífera, foi a “mola” que impulsionou o concelho em várias vertentes. Hoje, indiscutivelmente, é um marco na vida de Arouca, e motivo para que a Vila se engalane para receber os visitantes. E cativá-los para que regressem.»
Oxalá volte a contar com o contributo que o S. Pedro lhe tem dado nos últimos anos, porque razões para um bom e agradável fim-de-semana não faltam.
Tal como havia prometido, chegado o Outono, retomo este "meu rumo".
Pese embora raramente espelhe o meu rumo lá de fora, tão pouco almeja tal intento, é um rumo que se faz com pedaços de um passado de que gosto, de um presente que me agrada, desagrada ou inquieta, de um futuro que temo e outro que desejo. Também uma forma de continuar a acompanhar, mesmo à distância, o rumo dos amigos e da terra.
Entretanto, muitas coisas mudaram e aconteceram. Se uma vez por outra se justificar, darei conta de algumas dessas coisas.
Continuemos então, pese embora a disponibilidade d'hoje já não seja mais a de há meio ano atrás.

quarta-feira, 22 de março de 2006

Até ao Outono!

Na oportunidade, agradeço os link's: ao André Almeida (o primeiro a saber do meu rumo), ao Franklim Ferreira (o primeiro a criar um link para o meu rumo), ao Paulo Teixeira, ao João Ferreira, ao Rui "Gato" (também pela ajuda nunca recusada), ao Jorge Ferreira (também aqui), à Susana Barbosa, ao Vitor Soares, ao Carlos Amaral, ao João Martins, ao Villas Boas, ao Democracia Liberal, à Revista Nova Vaga, entre outros.
Agradeço também aos muitos que diáriamente por aqui foram passando.
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Como disse o outro: "Não vou estar aqui, mas vou andar por aí!"
Um Abraço a todos e até ao Outono!

terça-feira, 21 de março de 2006

Dia Mundial da Floresta e da Árvore

Depois da tragédia que assolou Arouca no Verão passado, esperava-se que a Câmara Municipal, pelo menos neste dia, encabeçasse uma qualquer acção de reflorestação, informação e sensibilização das populações locais para a indispensável limpeza das matas. Organizasse um colóquio ou uma conferência; apresentasse estratégias, projectos ou medidas para atenuar a possibilidade de voltarmos a viver o cenário de 4 de Agosto de 2005. Mas, não! A memória, infelizmente, é curta!
A acção da Direcção-Geral de Recursos Florestais "Uma árvore por bebé" é meritória, mas não é suficiente! É preciso cultivar o amor das escolas, das crianças, da população em geral, para com a floresta. Quem não a ama, não a defende!
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segunda-feira, 20 de março de 2006

Final do mês de Março

Segundo perspectivou o senhor Presidente da Câmara, Eng.º Artur Neves, na entrevista concedida à Rádio Regional de Arouca, no passado mês de Janeiro, seriam anunciados novos projectos neste final de mês.
Perspectivas do senhor Presidente, expectativas nossas!

domingo, 19 de março de 2006

Crescónio, Leonardo e Domingos

Contrariamente ao que se poderá pensar, Dom Domingos de Pinho Brandão não foi o único bispo que Arouca deu à Igreja.
É um facto que foi o mais recente e até o mais notado dos naturais de Arouca que serviram a Igreja naquela superior qualidade. Contudo, não foi o único e, pese embora com a dimensão que a cada um é devida, por isso procurarei dar a conhecer, pelos menos em traços gerais, três dos bispos naturais de Arouca.
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Pese embora a falta de elementos mais concretos, Maria Helena da Cruz Coelho desenvolveu algumas linhas sobre Dom Crescónio, sobre a forte possibilidade de se tratar de uma personalidade natural de Arouca, seguindo, de resto, a possibilidade já antes aventada por diversos autores.
Crescónio, viveu na primeira centúria do segundo milénio e seria natural da freguesia de Moldes, sendo seu pai Mogueime Crescones, e sua mãe Lovesenda Eirigues.
Terá professado no cenóbio arouquense, ao qual veio mesmo a legar todo o seu património. Alguns autores supõem mesmo que este monge só terá abandonado a comunidade de S. Pedro ao ascender ao episcopado.
Eleito em 1092 para o bispado de Coimbra, Dom Crescónio, viria a desempenhar essas funções até 1098, chegando a ser o único prelado do condado, por destituição de Dom Pedro, bispo de Braga.
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De elementos mais concretos dispomos já para falar de Leonardo de Sousa Brandão.
Nascido na Casa da Tulha, lugar do Sobral, da freguesia de Várzea, em 12 de Outubro de 1767, Leonardo era filho de Manuel de Almeida Brandão, Capitão da Soberana Ordem de Malta, e de D. Angélica Margarida de Almeida e Sousa.
Entrou para a Congregação do Oratório e, mais tarde, chamado para confessor de D. Carlota Joaquina e de sua filha D. Maria da Assunção. Em 1824 foi eleito bispo do ultramar, dignidade que não aceitou, mas em 17 de Dezembro de 1832 foi confirmado bispo de Pinhel e sagrado a 10 de Fevereiro seguinte. Foi o último bispo da extinta diocese de Pinhel.
Acompanhou politicamente D. Miguel, pelo que se tornou um perseguido dos liberais, chegando a andar a monte.
Segundo o assento de óbito, terá falecido em 19 de Abril de 1838, em casa de seu irmão Dâmaso. No entanto, há tradição de assim não ter sucedido, tendo o seu funeral sido realizado de forma bastante conturbada, de noite e às escondidas. Contudo, viria a repousar na Igreja Paroquial da sua freguesia natal, sendo posteriormente trasladado para o cemitério adjacente.
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De mais fresca memória é o percurso de Dom Domingos de Pinho Brandão.
Filho de Domingos de Pinho Brandão, e de Luciana Joaquina Martins de Pinho Brandão, Domingos nasceu na freguesia de Rossas, no dia 9 de Janeiro de 1920.
Frequentou os Seminários do Porto e a Universidade Gregoriana, onde se formou em teologia. Foi ordenado sacerdote, em Roma, na Basílica de S. João de Latrão, em 24 de Abril de 1943. Pároco da freguesia de Rossas durante alguns meses, foi, depois, nomeado prefeito e professor do Seminário Maior do Porto, de que foi, mais tarde, Vice-Reitor e Reitor. Foi também professor dos Colégios Araújo Lima e Brotero, do Seminário de Vilar, do Liceu Alexandre Herculano, do Instituto de Serviço Social, do Centro de Cultura Católica Superior (Porto) e da Faculdade de Letras do Porto (cadeiras de Arqueologia, Epigrafia e Numismática).
Na cúria diocesana do Porto ocupou os lugares de Promotor de Justiça e Defensor do Vínculo. Foi ainda Juiz e Examinador pró-sinodal e fez parte da Comissão diocesana de Arte Sacra e Liturgia.
Fundou e organizou o Museu de Arqueologia e Arte do Seminário Maior do Porto, estando, na ocasião de nomeação episcopal, a organizar um Museu de Arqueologia na Faculdade de Letras onde era Professor.
Quando Bispo Auxiliar de Leiria iniciou a organização de um museu diocesano de Arte Sacra.
Foi Director do Museu Regional de Arte Sacra de Arouca e fez diversas viagens de estudo ao estrangeiro, um das quais como bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian.
Orientou e tomou parte em escavações arqueológicas portuguesas e no estrangeiro, e em numerosos Congresso e Colóquios nacionais e estrangeiros.
Foi codirector da revista de Arqueologia LVCERNA e fez parte do Corpo redactorial da revista de arte MVSEV.
Publicou numerosos estudos (obras, separatas e artigos) especialmente sobre arte, arqueologia, epigrafia e história.
Foi nomeado Bispo de Filaca e Auxiliar de Leiria em Dezembro de 1966, e ordenando Bispo em 29 de Janeiro de 1967. Mais tarde, viria a ser Bispo Auxiliar do Porto.
Falece a 22 de Agosto de 1988, sendo sepultado no cemitério paroquial da sua freguesia natal.
Para além da vasta obra, em diversos domínios, imortaliza-o, com o seu nome, a Alameda Central da vila de Arouca e uma Rua na cidade do Porto.
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Bibliografia
CRUZ COELHO, Maria Helena da, “O Mosteiro de Arouca – Do século X ao século XIII”, Arouca 1988.
PEREIRA, Virgílio, “Cancioneiro de Arouca”, Edição FAC-SIMILADA, ADPA, Arouca 1990.
Revista LVCERNA, “Homenagem a D. Domingos de Pinho Brandão”, Centro de Estudos Humanísticos, Porto 1984.