terça-feira, 31 de outubro de 2006

Noite das bruxas

A origem do Dia (ou Noite) das bruxas ou halloween remonta às tradições dos povos que habitaram a actual ilha da Irlanda, Gália e as ilhas britânicas entre os anos 600 a.C. e 800 d.C., embora com marcadas diferenças em relação às actuais abóboras ou da famosa frase "Doces ou Surpresas", exportada pelos Estados Unidos, que popularizaram a comemoração.
Originalmente, o halloween não tinha relação com bruxas. Era um festival do calendário celta da Irlanda, o festival de Samhain, celebrado entre 30 de Outubro e 2 de Novembro e marcava o fim do verão (samhain significa literalmente "fim do verão" na língua celta).
O fim do verão era considerado como ano novo para os celtas. Era pois uma data sagrada uma vez que, durante este período, os celtas consideravam que o "véu" entre o mundo material e o mundo dos mortos (ancestrais) e dos deuses (mundo divino) ficava mais ténue.
O Samhain era comemorado por volta do dia 1 de Novembro, com alegria e homenagens aos que já partiram e aos deuses. Para os celtas, os deuses também eram seus ancestrais, os primeiros de toda árvore genealógica.
Uma vez que entre o pôr-do-sol do dia 31 de Outubro e 1 de Novembro, ocorria a noite sagrada (hallow evening, em inglês) acredita-se que assim se deu origem ao nome actual da festa: Hallow Evening -> Hallowe'en -> Halloween. Rapidamente se conclui que o termo "Dia das Bruxas" não é utilizado pelos povos de língua inglesa, sendo esta uma designação apenas dos povos de língua oficial portuguesa.
A relação da comemoração desta data com as bruxas propriamente ditas, terá começado na Idade Média no seguimento das perseguições incitadas por líderes políticos e religiosos, sendo conduzidos julgamentos pela Inquisição, com o intuito de condenar os homens ou mulheres que fossem considerados curandeiros e/ou pagãos. Todos os que fossem alvo de tal suspeita eram designados por bruxos ou bruxas, com elevado sentido negativo e pejorativo, devendo ser julgados pelo tribunal do Santo Ofício e, na maioria das vezes, queimados na fogueira nos designados autos-de-fé.
Essa designação se perpetuou e a comemoração do halloween, levada até aos Estados Unidos pelos emigrantes irlandeses (povo de etnia e cultura celta) no Século XIX, ficou assim conhecida como "dia das Bruxas".
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Que saudades! Era dos dias (noites) que mais me divertia quando pequeno. Então, ainda se usava levar o leite ao posto de recolha e, ao escurecer, eram muitas as mulheres e raparigas casadoiras que passavam à minha porta em direcção ao posto de Sinja, com as respectivas latas de leite. Divertia-me imenso a pregar-lhes sustos e partidas nessa e nas noites seguintes. Recordo esses tempos com saudade e essas mulheres com amizade.

domingo, 29 de outubro de 2006

Gostei de ler

As 428 páginas de Memórias do P. António Vaz Pinto.
Vale a pena uma pequena passagem: «Um verão, estávamos de férias em Arouca e fomos, como de costume, à missa das onze ao Convento da Vila. À saída da missa, um dos meus tios que por lá se encontrava, já não sei porque motivo, voltou-se para mim e disse: «António, olha que tu tens de ser santo!» Aquelas palavras fortuitas perturbaram-me bastante na altura. Fiquei a cismar, como alguém que encontra a evidência inesperada. «Ele tem razão, tenho de ser santo», pensava comigo, sem saber muito bem o que isso podia significar...
Mas a verdade é que a perspectiva de ser santo não me atraía nem me apetecia nada...
Por outro lado, devia ser, tinha de ser... Então, uma nuvem oportuna afastou de mim o excesso de sol: os santos, lembrei-me, são conhecidos pelas suas terras de origem; nasci em Lisboa, chamo-me António; felizmente já existe o Santo António de Lisboa, portanto o meu lugar na galeria dos santos já está ocupado... Assim, vi-me então livre da grande e pesada responsabilidade de ser santo. Mais tarde a ideia veio perigosamente a atacar-me de novo, como direi...»

Gostei de ver

As placas colocadas nas principais entradas da freguesia de Rossas. Também na vizinha freguesia de Várzea se fez o mesmo. Está agora mais facilitada a vida de quem, vindo de fora, procura estas freguesias ou algum dos lugares pertencente às mesmas.
Sobre este e outros assuntos, e relativamente à freguesia de Rossas, tive a oportunidade de me pronunciar na Assembleia de Freguesia que teve lugar na passada sexta-feira. Desde o fim do mandato anterior, em que apenas faltei a uma Sessão, que não assitia a uma Assembleia de Freguesia. No geral, devo dizê-lo, agradou-me a elevação com que a mesma decorreu e achei interessante o desempenho do presidente da Junta. De facto, ideologicamente, ficar-lhe-ia muito melhor a camisola comunista ou socialista. Para quem ainda coloca as coisas nestes termos, claro. Mas, uma coisa é certa: a acção de uma Junta de Freguesia, mormente das zonas rurais, terá sempre este pendor.

quinta-feira, 26 de outubro de 2006

Rossas tem grande associativismo

É o título da entrevista do presidente da Junta de Freguesia de Rossas, José Paulo Oliveira, ao jornal "O Primeiro de Janeiro". Entrevista que vai no sentido daquilo que há muito defende e toca os pontos que em seu entender consubstanciam as principais lacunas da freguesia de Rossas, na área de competências da Junta.
No mais, a entrevista é floreada por um facto da história, estou certo que da responsabilidade daquele Jornal, mas, com algumas incorrecções. Na passagem que se segue, as frases a negrito estão incorrectas.
«A Ordem foi fundada na Palestina pelo provencense Gerardo Tom, seu 1º grão–mestre, subsistindo até ao ano de 1798 quando era seu grão-mestre Hompesch. Foram diversos os seus grão-mestres de nome sonante na história de Portugal. Tudo leva a crer que foi em meados do século XIII que a Comenda de Malta passou a contar entre os seus bens a freguesia de Rossas.»

Deve ser frustrante...

Não ter personalidade, não ter carácter ou ter necessidade de se esconder para acusar, denunciar ou criticar sem beliscar o seu pedestal, mas um pedestal indiferente que só por si não alcança os objectivos que tem em vista. Talvez porque esses, de acordo com a ideia defendida por Gustave Flaubert, não possam ser um objectivo, antes uma consequência. Mas, uma pessoa que age assim, é porque não pode nem sabe agir doutra forma.
No ponto de mira deste tipo de pessoas, estarão sempre aqueles que na sua pretendida área de influência assumam algum protagonismo ou ameaçem algum poleiro estratégico, pensem pela sua própria cabeça, actuem de acordo com a sua livre consciência e não se deixem comprar ou condicionar.

segunda-feira, 23 de outubro de 2006

Da janela p'rá minha aldeia

Marco n.º 45
Bogalheta, Rossas

sábado, 21 de outubro de 2006

"HOSPEDARIA DO CONVENTO"

«Da informação prestada pela Câmara à Assembleia Municipal, depreende-se que existe alguma vontade das entidades oficiais para que, finalmente, se concretize este sonho e o Convento possa contribuir para o desenvolvimento de Arouca.
Isto tem acontecido em muitos outros concelhos do país e muitas das pousadas existentes resultam do aproveitamento de alguns palácios e monumentos pelos mais diversos operadores turísticos.
O Convento de Arouca, com toda a sua história e com toda a sua riqueza, tem todas as condições para entrar nesse conjunto de iniciativas que muito têm contribuído para o turismo de qualidade e o desenvolvimento de várias regiões do país.
Ao persistir neste propósito, o actual Executivo Municipal merece o apoio de todos os munícipes para que consiga alcançar um objectivo que é de todos e todos devem contribuir para que se concretize.
O Convento de Arouca é um património tão importante que não pode continuar subaproveitado.»
Elisio de Azevedo, in jornal "Defesa de Arouca"
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Pese embora prefira e julgue mais apropriada a denominação Pousada, subscrevo!

sexta-feira, 20 de outubro de 2006

E a Capela da Misericórdia?

A Câmara Municipal faz questão de salientar também o seu envolvimento no processo que deu origem à comparticipação que assegurará o restauro do Órgão de Tubos do Convento, fazendo todos os esforços para que a comparticipação europeia fosse efectivamente investida naquela intervenção. É um papel que lhe fica bem!
No entanto, convém não esquecer o estado de acentuada degradação em que se encontra a Capela da Misericórdia, situada ao fundo da Praça Brandão de Vasconcelos, datada de 1612.
No mandato anterior, pelo menos o vereador Dr. Óscar Brandão, consciente daquele estado, argumentou neste sentido. O IPPAR foi a desculpa para que nada se fizesse até hoje.
Talvez os esforços da actual Câmara possam ser igualmente bem sucedidos quanto a este imóvel.
Dado não existir, ainda, na paróquia da Vila uma capela mortuária, cumprindo a Capela da Misericórdia inúmeras vezes essa função, também à Junta de Freguesia de Arouca são exigidos esforços neste sentido.
A Misericórdia, o povo de Arouca e os turistas agradecem!

quinta-feira, 19 de outubro de 2006

A propósito da Igreja do Convento de Arouca

Faz amanhã 288 anos era benzida a actual Igreja do Convento de Arouca, que depois de ser ter arruinado em 1704, foi restaurada pelo arquitecto maltês Carlos Gimac.
Igreja esta que, entretanto, passou a ser a Igreja Paroquial de Arouca, em substituição da pequena e velhinha igreja de S. Bartolomeu.
Em Fevereiro de 1887, a Paróquia de Arouca solicita autorização ao bispo da Diocese do Porto, Dom Américo, para a mudança do Santíssimo Sacramento da igreja de S. Bartolomeu para a igreja do Mosteiro.
Em Junho de 1889 é concedida autorização à paróquia de S. Bartolomeu para estabelecer a sua igreja matriz no templo do Convento. Para conseguir este desiderato, importante se mostrou a influência junto do Conde de Castelo de Paiva, Martinho Pinto de Vasconcelos Miranda Montenegro e, dentre outros, a influência do Doutor Inácio Teixeira Brandão de Vasconcelos e António Teixeira Brandão de Vasconcelos, da Casa de Alhavaite, freguesia do Burgo.
Logo em Julho deste mesmo ano (Diário do Governo, n.º158, de 18 de Julho de 1889) eram entregues à guarda e administração da Irmandade os paramentos, alfaias, relíquias, imagens e outros objectos de culto do mosteiro.
Em Março do ano seguinte, o Administrador do Concelho, em nome da Direcção Geral dos Próprios Nacionais, dá posse dos bens da igreja do Mosteiro à Junta de Paróquia de Arouca e à Real Irmandade da Rainha Santa Mafalda. Concessão autorizada pelo Cardeal Bispo do Porto por oficio de 30 de Janeiro.
Dois meses depois, a Junta de Paróquia de Arouca resolve fazer um leilão com os móveis, a pedra do campanário e a tribuna da igreja de S.Bartolomeu, antiga igreja matriz da paróquia de Arouca.
Em Fevereiro de 1891, a Diocese do Porto permite a demolição daquela antiga e pequena igreja que se encontrava edificada onde é hoje a Praça Brandão de Vasconcelos.
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Também aí, mais própriamente no antigo coro das freiras, se situa o Órgão de Tubos, um dos mais importantes da primeira metade do século XVIII em todo o mundo, que vai conhecer agora mais uma intervenção com vista a devolver-lhe as suas características originais. O investimento ronda os 380 mil euros, contando com 75% de comparticipação por parte do FEDER e 25% por parte da Real Irmandade da Rainha Santa Mafalda e do IPPAR.

Um ano a navegar com destino...

Há precisamente um ano dei inicio a este "meu rumo", com a certeza de que "Os grandes navegadores devem a sua reputação aos temporais e tempestades."
Contráriamente à frase do dia no citador, aqui ao lado, ("Quando se navega sem destino, nenhum vento é favorável"Séneca), o destino existe.
No mais, um bom controlo das velas possibilitou superar as contráriedades e resultar num ano extremamente positivo e repleto de realizações.
Quanto ao "meu rumo", própriamente dito, vai-se desenrolando à medida da disponibilidade.
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Nota: Em alto mar vê-se muita gente à deriva e a procurar impedir a navegação.

segunda-feira, 16 de outubro de 2006

Superman Returns

para descontrair. Nada de ficar viciado!

Albergaria da Serra anexada a Moldes, Chave ou Rossas

É a hipótese aventada por Pedro Tavares, presidente da Junta daquela freguesia ao jornal "O Primeiro de Janeiro", nos quadros da lei que, nas suas palavras, "está a ser cozinhada".
Com o devido respeito e consciente que preferiam não ser anexados a nenhuma das referidas freguesias, não me parece que anexação seja a melhor solução. Antes pelo contrário!
A situação requer a criação de uma nova freguesia e não a extinção ou anexação da freguesia em causa, embora consciente de que isto é contrário aos objectivos que aquela lei tem em vista.
Naquele sentido, propendo mais a defender a criação de uma nova freguesia que agrupe a freguesia de Albergaria da Serra, os lugares do Merujal, Póvoa e Souto Redondo (pertencentes à freguesia de Urrô), e o lugar de Provizende (pertencente à freguesia de Rossas). São sociológica e caracteristicamente mais semelhantes.
Recorde-se que tanto a freguesia de Urrô como a de Rossas se estendem até ao lugar do Merujal e poucos as olham assim. Os próprios habitantes daqueles lugares da encosta da Freita, quando têm que se dirigir às respectivas sedes de freguesia, usam dizer: "Vamos a Rossas!", "Vamos a Urrô!"
A ter que se mexer, parece-me ser esta a solução que melhor serve os interesses daqueles lugares. De contrário, continuam a ganhar as freguesias de Urrô e Rossas, dado o valor que aqueles lugares lhes acrescentam.

Que Dois

Já há sinais de regresso no Que Dois dos meus amigos André e Fatita, que, a propósito, fez um ano no mês passado. Quase no mesmo dia em que teve lugar o evento das suas vidas e um grande momento na vida dos seus amigos.
Parabéns e bem hajam por isso.

domingo, 15 de outubro de 2006

Clap Your Hands Say Yeah, ao vivo - Só hoje!

A propósito de "A História de Deus Comigo"

«(...) Vaz Pinto diz que é a Arouca, onde a família viveu, que regressa sempre que pode: a terra e a casa de família "não são apenas algo de remoto e de passado", antes uma "presença, uma referência contínua", para a qual o autor volta "permanentemente o olhar". Penúltimo de doze irmãos, o pai de António Vaz Pinto foi magistrado, até desempenhar o cargo de presidente do Supremo Tribunal Administrativo. Dele, o filho diz que "foi uma das mais notáveis figuras humanas" que conheceu. "Uma presença forte, discreta, contínua, tutelar, uma forte, positiva e marcante imagem de Deus, de Deus-Pai." Da mãe, guarda o padre Vaz Pinto a memória de uma mulher de "incansável dedicação e serviço ao próximo", mais "emotiva do que o pai", mas ambos profundamente católicos. Quando nasceu, em plena Guerra Mundial, sem táxis nem transportes públicos, o pequeno António foi para casa a pé: metido numa ceira de palha, foi levado pelos pais da Maternidade de Alfredo da Costa até ao Campo Grande, onde a família morava. "Vale a pena viver" Foi já na Faculdade de Direito, que frequentou juntamente com outros portugueses conhecidos - Mota Amaral, Basílio Horta, Manuela Eanes, Freitas do Amaral, Jorge Miranda, entre outros -, que se manifestou o desejo de ser padre. Antes de decidir entrar para os jesuítas, namorara com uma russa, identificada por Y. Confessa que, nessa altura, se via como ideologicamente moderado e pouco participativo nos movimentos associativos. Enfrentou uma crise de fé e, já na Alemanha, quando estudava Teologia e se preparava para ser ordenado padre, apaixona-se de novo - "a grande tormenta", como ele lhe chama no livro. Acaba por decidir ser padre. O 25 de Abril apanha-o ainda a estudar em Frankfurt. Regressa pouco depois a Portugal e conta a sua participação em vários actos contra a dominação política do Partido Comunista. O resto da história é mais conhecido: está nas equipas ou na ideia original da criação de dois centros universitários (Coimbra e Lisboa) ligados aos jesuítas, do Banco Alimentar Contra a Fome, da organização não-governamental Leigos para o Desenvolvimento. Diz, no fim, que "valeu a pena ser homem, ser cristão, ser padre, ser jesuíta" e que "vale a pena viver".»
por António Marujo, in Fóruns Paroquiais

Da janela p'rá minha aldeia

Pia do Gado
Comenda, Rossas

sábado, 14 de outubro de 2006

Sobre as datas esculpidas no verso do brasão de Rossas

No final do mandato anterior, a então Junta de Freguesia de Rossas e, nomeadamente, o seu presidente Luís Fernandes, tiveram por bem adquirir um brasão com a recém criada heráldica da freguesia, executado por um rossense, com um admirável e rigoroso jeito para trabalhar o granito. O referido brasão foi então colocado no corte da E.N.224 para o lugar das Regadas, entre outros. Trata-se de uma obra com assinalável qualidade, que engrandece o seu autor e enriquece a freguesia. De resto, tal como foi reconhecido no jornal "Defesa de Arouca" por altura da sua execução.
Recentemente, a Junta actual e, nomeadamente, o seu presidente José Paulo Oliveira, tiveram por bem mandar executar, no mesmo material, uma cruz de Malta para colocar no verso do referido brasão e com o intento de assinalar o inicio e fim da pertença de Rossas àquela Ordem. Até aqui, nada a obstar. Muito pelo contrário!
Sucede que, as datas esculpidas no referido trabalho (1629 – 1770), não permitiam a leitura referida.
Dada a inexistência de documentação na freguesia sobre essa pertença e a, ainda, pouca investigação realizada sobre a mesma, o autor e a própria Junta terão interpretado mal o trabalho do ilustre D. Domingos de Pinho Brandão, “Rossas de Arouca – Os Limites da Freguesia”, dado à estampa em 1963, onde as referidas datas aparecem, mas, reportando-se à primeira e, eventualmente, à última Demarcações feitas na então Comenda de Rossas. Procedimento que, em termos muito simples, consistia na definição e demarcação com marcos de pedra, com a cruz de Malta e data esculpidas, dos limites da Comenda, pelas autoridades desta, conjuntamente com as autoridades das freguesias vizinhas. Tirando um ou outro caso provocado pelo desleixo e irresponsabilidade das diversas Juntas, de há uns anos a esta parte, correspondem aos actuais limites da freguesia de Rossas.
Desde há algum tempo, por gosto e sem qualquer pretensão que não seja a de reunir a história da freguesia nos seus mais variados aspectos, tenho dedicado algum tempo vago a reunir dados e investigar a história da freguesia. Pelo que, quando me deparei com a obra em causa, e, deduzindo de imediato o objectivo pretendido, entrei em contacto com o presidente José Paulo Oliveira, para confirmar a minha dedução e o objectivo da Junta de Freguesia. Confirmava-se! Era objectivo da Junta colocar no verso do referido brasão da freguesia, uma cruz de Malta, assinalando o espaço temporal em que Rossas foi Comenda daquela Ordem Religiosa e Militar.
Com o conhecimento adquirido e sustentado nos poucos dados existentes, e outros, entretanto, investigados, disse ao presidente da Junta que aquelas datas esculpidas na base da referida cruz, não permitiam a leitura que se tinha por objectivo. De imediato, e num exercício de grande responsabilidade, prometeu-me ir informar-se melhor e proceder em conformidade. E assim foi! Na semana seguinte pediu ao autor da obra que picasse as datas em causa. Já lá não estão.
Como é normal e facilmente compreensível, o autor da obra, Sr. Reinaldo, mais conhecido por “Mato-Grosso”, não gostou nada de tomar conhecimento que alguém havia questionado o seu trabalho. Tanto mais que os algarismos terão sido mesmo a parte mais morosa e trabalhosa. Entendo perfeitamente. Mas nada houve ou há de pessoal. De resto, reiterando a minha opinião sobre a qualidade das referidas obras, devo frisar que não era o autor que estava em causa, mas sim quem deu, ou não, instruções para executar a obra e definiu o objectivo da mesma.
Quanto ao inicio da presença da Ordem de Malta em Rossas, existem dados a remontar a 1140. O facto mais preciso refere-se a uma recompensa de Dona Toda Viegas ao mosteiro de S. Pedro por lhe ter tirado seis casais em Cabreiros para a Ordem do Hospital, doando-lhes vários bens em Arouca e Paiva, que ainda não tivessem sido dados por carta ou escritura. (in COELHO, Maria Helena da Cruz, "O Mosteiro de Arouca. Do Século X ao Século XIII", Arouca 1988, pág. 283 e 284). Recorde-se que, apesar de Cabreiros ser curato da apresentação da abadessa do Mosteiro de Arouca, os lugares de Tebilhão e Cabreiros, pagavam o foro das suas terras à Comenda de Rossas (in "Notas Paroquiais" do Pe. Manuel Álvares, de 1758). O facto sustentado nos livros especificamente sobre a Ordem de Malta, é avançado por José Anastácio de Figueiredo, ao referir que já na primeira metade do século XIII, essa Ordem aqui possuía bens. Teresa Gonçalves fez uma doação à Ordem de um casal «en Arouca hu dize Congustjn & duas leiras derdade no dito logar». E, segundo o mesmo autor, em 1290 era Comendador de Rossas o Frei João Fernandes (in "Nova Malta...", I, pág.252). Paula Pinto Costa, in "A Hordem Militar do Hospital em Portugal...", e Martim de Albuquerque, in "Portugal e a Ordem de Malta...", corroboram esta Tese.
Quanto ao fim da presença e extinção da Comenda de Rossas, aqui com mais certeza, à semelhança das demais Ordens Religiosas existentes em Portugal, dá-se com o Decreto de Joaquim António de Aguiar, Ministro da Justiça e das Instituições Religiosas, de 28 de Maio de 1834, que extinguiu as Ordens Religiosas em Portugal.

Mais uma vez!

A Câmara Municipal, apesar do novo elenco, voltou a negar a atribuição da medalha de mérito do município à Rádio Regional de Arouca.
Desta feita, a iniciativa de propor a referida atribuição partiu dos vereadores José Luis Silva e Adriano Francisco, do movimento independente UPA, mas, contou com a reprovação dos restantes cinco elementos.
Confesso que não compreendo! A fundamentação apresentada por aqueles dois elementos é mais do que suficiente.
Nada ganha a nova Câmara em persistir nesta posição, herdada da Câmara anterior. Estranho mesmo que os actuais vereadores do PSD tenham alinhado pela mesma diapasão.
A distinção é mais do que merecida! De resto, já tive oportunidade de o manifestar e defender, tanto para a "Rádio Regional de Arouca", como para os jornais "Defesa de Arouca", "Jornal de Arouca" e "Roda Viva".
No mais, reconhecer e conviver com a liberdade de associação e de expressão, é um exercício que fica bem a quem se diz democrático e se exige a quem papagueia lições de democracia. Tenham coragem!

sexta-feira, 13 de outubro de 2006

DESFOLHADA NA PRAÇA

Em época de desfolhadas, já quase inexistentes nos nossos dias, fica o endereço duma pequena amostra da representação de uma desfolhada, na "Praça da Alegria", aquando da "Feira das Colheitas". http://www.cm-arouca.pt/portal/index.php?option=com_content&task=blogcategory&id=126&Itemid=296
No mais, este vídeo inaugura uma nova forma de informação na página da Câmara Municipal. Uma boa forma, principalmente para quem está longe do torrão natal.

"ESTRADAS, MAS NÃO SÓ..."

Nos "Retalhos" da última edição do jornal "Roda Viva", Armando Zola, ex-presidente da Câmara, finaliza o relato de duas conversas com o conhecido e recorrente apontar de dedo a uma alegada pequena parte que procura, ou procurou, entravar o desenvolvimento de Arouca.
Apesar de não me servir a carapuça, quando Armando Zola teima neste exercício demagógico tendo por cenário a famigerada Via Estruturante, sei perfeitamente quem pretende visar.
Pela minha parte, e mais uma vez, dizer apenas que fui um dos que, no tempo próprio, estiveram contra o traçado da Via Estruturante, mas, nunca contra a Via Estruturante. Passado esse tempo próprio e já construída a 1.ª fase da alternativa à E.N.326, se necessário for, estarei na primeira fila a reivindicar a 2.ª fase.
O meu conceito de Democracia dá para isso. Até para achar que o Dr. Armando Zola, no geral, foi um bom presidente de Câmara. O doutros, porém, dava, se possível fosse, para marcar os que discordam ou pensam diferente a ferro quente.

Faltam placas de sinalização em Rossas

«Em Rossas, alguns dos locais não têm sinalização suficiente junto à estrada nacional para indicação do acesso a alguns pontos da freguesia.», segundo noticia do jornal "Roda Viva".
Eu diria que, desde logo, não há sinalização suficiente relativamente à própria freguesia. Se não me engano, actualmente, só na E.N. 224 é que existem placas a informar a entrada na freguesia de Rossas, sendo que, ainda por cima, a que devia estar junto à ponte do Ribeiro da Bogalheta, nos limites da Bouça, freguesia de Chave, encontra-se uns quilómetros mais abaixo, no lugar de Carvoeiro. A situação piora nos casos em que as freguesias vizinhas também não se encontram assinaladas. A que se encontra na Pedra Má, está rigorosamente bem colocada.
Assim, e porventura mais importante que assinalar os pequenos lugares, torna-se necessário assinalar devidamente a entrada na freguesia. Porque, mais difícil que encontrar um pequeno lugar na freguesia, sê-lo-á se procurado nas freguesias vizinhas.
No mais, já lá vão quase quatro anos desde a altura em que alertei na Assembleia de Freguesia para esta situação.

Vai nascer a Casa da Cultura de Provizende

Segundo o jornal "Roda Viva", está praticamente pronto o projecto para a construção da Casa da Cultura de Provizende, na freguesia de Rossas. Adianta aquele jornal que o objectivo desta Junta é arrancar com a obra ainda antes do final do ano civil de 2006.
Fico contente por isso. Já há muitos anos que se fala nesta obra, mas, nunca passou das palavras. Vamos lá ver se é desta!

quinta-feira, 12 de outubro de 2006

Já tenho saudades disto!

Faculdade de Direito da Universidade Lusíada do Porto

quarta-feira, 11 de outubro de 2006

AroucaFilmFestival - Uma aposta a frutificar

«Dar a conhecer novos realizadores e apostar na formação são os dois grandes objectivos do AroucaFilmFestival deste ano. Estão já confirmadas as presenças de vários cineastas internacionais, vindos do Brasil, da Espanha, dos Estados Unidos, da França, da Bélgica, da Geórgia e da Rússia. Esta adesão dos cineastas estrangeiros vai levar, segundo a direcção do Festival, a propostas de parcerias internacionais.» Mérito do meu amigo João "Rita"!

Uma aposta inteligente

do presidente da Junta de Fermedo! Quanto à Casa da Cultura, e desde que a sua traça e dos edifícios envolventes não saia prejudicada, mãos à obra!
No entanto, quanto às pretensões do senhor presidente da Câmara, que lhe pretende somar um outro projecto relativo ao melhoramento das vias de comunicação, sou da opinião que as estradas, em casos como este, é que se devem desviar dos edifícios e não o contrário. Mas, estando a falar sem saber o que se pretende com este projecto, estou convencido que nada de contrário se projecta.

domingo, 8 de outubro de 2006

Da janela p'rá minha aldeia

Moreias de Palha
Provizende, Rossas

sexta-feira, 6 de outubro de 2006

Rios de Arouca e Desporto Aventura no Herman SIC

O próximo programa de Herman José vai ter um interesse acrescido. Para além dos habituais momentos de humor e animação, o Herman Sic de 8 de Outubro vai divulgar Arouca, em especial os rios e o desporto de aventura. José Santos, um dos responsáveis de uma empresa arouquense, que dinamiza algumas actividades radicais que se praticam no nosso concelho, é convidado do humorista. in Câmara Municipal
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Post scriptum - Ao que julgo saber, não houve qualquer sinal de Arouca, dos rios e desporto aventura na edição deste fim-de-semana do Herman SIC. O repentino desaparecimento da notícia do site da Câmara Municipal confirma-o (e uma explicaçãozita não lhes ficava mal). Assim, e apesar de "a ter vendido pelo preço que comprei", peço desculpa àqueles que por esta via e com este unico interesse tiveram de ver tal programa. 09.x.2006

quarta-feira, 4 de outubro de 2006

Arouca no contexto da contribuição Maltesa para o Barroco Português

«A importância para Portugal da cultura arquitectónica de Malta no período barroco começou a adivinhar-se quando, no final do século XIX, um erudito local abriu um velho armário do Mosteiro cisterciense de Arouca e descobriu curiosa inscrição feita numa das suas portas em 1718: aí se dizia que a arquitectura da igreja conventual fora reformada anos antes pelo «architecto italiano Carlo Ginac».
Cedo se determinou que o artista se chamava afinal Gimac (grafia utilizada em Portugal para o nome Gimach) e era de Malta, não de Itália.» in "Portugal e a Ordem de Malta..."
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Tal como prometido, é um assunto a desenvolver em www.ordemdemalta.blogspot.com. Para além do mais, oferece dados e curiosidades importantes sobre a igreja do Mosteiro de Arouca.

terça-feira, 3 de outubro de 2006

Da janela p'rá minha aldeia...

Venda de produtos da terra
Sequeiros, Rossas

segunda-feira, 2 de outubro de 2006

Minas de Regoufe

Fez ontem 65 anos era constituída a Companhia Portuguesa de Minas, que fez das Minas de Regoufe, em Arouca, uma das mais bem apetrechadas da época.
Hoje, e quando já pouco existe desse empreendimento, o cenário, apesar de tudo, é muito interessante. Merecia que lhe deitasse a mão. Mas, promessas atrás de promessas, intenções e mais intenções, o certo é que os anos vão passando e com eles o pouco que ali existe.
O actual Presidente da Câmara, em 08 de Fevereiro deste ano, respondeu-me que «as antigas minas e os polos museológicos a que se refere serão incluidos no projecto do Geoparque, como tem vindo a ser divulgado.». Eu acredito que sim. Haja esperança e mais alguma paciência.

Da janela p'rá minha aldeia...

Espanta-Pardais
Eidim, Rossas