quinta-feira, 28 de dezembro de 2006

Último post

Três dias antes do previsto, dou por suspenso este "meu rumo".
Devido a outros afazeres a que empresto maior entusiasmo, e para que não se torne fastidioso para mim e para quem o visita, suspende-se! É fundamental fazer-se as coisas com entusiasmo.
Porém, enquanto o fiz, foi engraçado. Alguns ecos foram muito interessantes e motivadores. O silêncio de muitos que o visitaram (alguns, quase diáriamente) também não deixa de ter o seu interesse e merecer o seu registo.
No mais, sempre se há-de encontrar por aqui alguma coisa que preste. A música, entretanto recuperada e ouvida vezes sem conta, é inseparável.
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Pronto! Façam favor de ser felizes. Um grande abraço a todos.
A. J. Brandão de Pinho

sexta-feira, 8 de dezembro de 2006

Arouca na primeira metade do século passado

Obras e Inaugurações
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Em Janeiro de 1901, são encetadas diligências com vista ao estabelecimento de um chafariz na Praça Brandão de Vasconcelos.
Em Novembro de 1917, realiza-se a festividade de inauguração da capela da Senhora do Rosário, no lugar de Zendo, freguesia de Rossas.
Neste mesmo mês, é esboçado o projecto da instalação de um Museu de Arte Sacra numa das dependências do Mosteiro.
Em Maio de 1924, é retirado o portão que obstruía a passagem para o Terreiro.
Em Janeiro de 1928, realiza-se o concurso público para arrematação da construção de duas casas contíguas destinadas à habitação dos magistrados judiciais, a edificar à entrada da vila.
Em Junho de 1929, a Comissão Administrativa da Câmara Municipal delibera oferecer a cerca do Convento para lá ser instalado um posto zootécnico para apuramento de gado bovino da raça arouquesa.
Em Novembro de 1933, é inaugurado o actual edifício dos Paços do Concelho. No dia seguinte, inaugura-se o Museu de Arte Sacra de Arouca.
Em Março de 1938, foi inaugurada a energia eléctrica em algumas freguesias e vila de Arouca.
Em Maio de 1943, é inaugurado o Campo de Jogos dos Desportistas de Alvarenga.
Ainda neste mesmo mês, chega o telefone a Rio de Frades. O primeiro aparelho foi instalado nas minas pertencentes à Companhia Mineira do Norte de Portugal.
Em Junho de 1949, dão-se por concluídos os trabalhos de encanamento e cobertura do Rio Marialva, que atravessa pelo centro da Vila, numa extensão de 601m.
fonte: "A HISTÓRIA DE AROUCA EM DATAS", de A. J. Brandão de Pinho

Arouca na primeira metade do século passado

Política
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Em Abril de 1906, o Dr. Egas Moniz e José Maria d’Abreu Freire, acompanhados do Administrador Carlos Vaz Pinto e seu irmão Alfredo Vaz Pinto, chegam a Arouca para fazer oposição ao Conselheiro Dias Costa, Dr. Inácio Brandão de Vasconcelos e a Manuel de Sousa Brito, na campanha das eleições para as Cortes.
Em Outubro de 1910, José Gomes de Figueiredo Sobrinho, de Arouca, toma posse como Presidente da Comissão Administrativa Municipal, de acordo com as novas orientações saídas da revolução de 5 de Outubro.
Em Março de 1936, Dr. Alfredo Ferreira Peres, ilustre arouquense, é empossado Governador Civil de Aveiro.
Em Dezembro de 1941, António de Almeida Brandão, de Rossas, toma posse como presidente da Câmara Municipal.
fonte: "A HISTÓRIA DE AROUCA EM DATAS", de A. J. Brandão de Pinho

quarta-feira, 6 de dezembro de 2006

Arouca na primeira metade do século passado

Poucos anos após o último grande incêndio no Convento
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Em Agosto de 1942, dá-se o falecimento de Maria Rosa do Sacramento, empregada do Convento, que aí entrara com apenas 12 anos, para servir as monjas, e aí permaneceu toda a sua vida. Durante a sua permanência cuidou e zelou dos objectos e relíquias de culto, impedindo que se delapidasse esse valiosíssimo espólio.

Quatro meses depois do falecimento da guardiã do Convento, a Companhia Mineira do Norte de Portugal, a explorar Volfrâmio na região de Arouca, arrenda parte do rés-do-chão do denominado antigo celeiro do Convento para lhe servir de armazém.

No primeiro mês do ano seguinte, é concedida autorização à Companhia Alemã, a explorar Volfrâmio na região de Arouca, para instalar nas celas da ala poente do Convento, um internato tipo hospital para acolher os acidentados da Companhia, bem como os portadores de desinteria bacilar que grassava entre a população mineira.

segunda-feira, 4 de dezembro de 2006

Arouca na primeira metade do século passado

O último grande incêndio no Convento
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«Exintas as ordens religiosas, por Decreto de 28 de Maio de 1834, os bens conventuais foram incorporados nos próprios da Fazenda Nacional. Manteve-se às freiras a continuação da residência até ao falecimento da última professa: não lhes cumprindo porém o artigo 4 do Decreto que lhes garantia o pagamento duma pensão anual. Vieram a passar, como escreveu Carlos de Passos relativamente a este mosteiro, "horas de infortúnio e penúria, largas e sem remédio", pelo que se viram obrigadas a vender certas espécies de valor, como os dois cálices de D. Melícia de Melo.

Faleceu a última religiosa, D. Maria José Gouveia Tovar de Meneses, a 3 de Julho de 1886.

A Fazenda Nacional procedeu ao arrolamento da existência do mosteiro. Tentando-se levar o recheio, conforme o estabelecido, o povo local opôs-se violentamente e obstou em grande parte à saída, conseguindo-se a conservação das peças que constituem o recheio do valioso museu.

A igreja, claustro e certas partes anexas acabaram por serem entregues à Irmandade de Santa Mafalda, que zelosamente a tem mantido com dignidade; a parte propriamente monástica ficou à Câmara Municipal.

Foi esta arrendando celas para residência de gente de modestos recursos, acabando por aí se concentrarem numerosas famílias. Cozinhavam estas, em grande parte, nos próprios quartos; na noite de 19 para 20 de Outubro de 1935, deflagrou incêndio numa cela da ala norte, que se estendeu. Diversas corporações de bombeiros que acorreram conseguiram salvar as alas de nascente e de poente.

Deverá destacar-se o nome da empregada Maria Rosa do Sacramento que, para salvar o tesouro do mosteiro, não se lembrou do que era seu, perdendo-o nas chamas. O interesse manifestado pelo Presidente do Conselho de Ministros, numa visita ao edifício incendiado, levou os serviços dos Monumentos Nacionais a uma profunda e criteriosa restauração, na qual se lhe reconstituiu o carácter antigo, completando ainda as alas do claustro que haviam ficado inacabadas; obras de consolidação e valorização que têm continuado, com zelo e competência.»

in "Inventário Artístico de Portugal...", Lisboa 1991, pág.35.

O incêndio anterior deflagrou em Fevereiro de 1725, e devastou o sector velho do mosteiro, salvando-se a igreja, inaugurada apenas sete anos antes, depois do restauro que a levantou da ruína, e o lanço novo do dormitório.