quinta-feira, 17 de dezembro de 2020

Boas memórias...

Foto: Óscar Valério

Esta pureza imprimida pela brancura
Que pinta e atenua o todo musgado
Faz esquecer a rudeza da pedra escura
Alicerce da capelinha branco caiado

Alicerce da capelinha branco caiado
Testemunha de encontros e estórias
De quem ali se tornou enamorado
De um futuro rico de boas memórias

De um futuro rico de boas memórias
Dos amores ali prometidos e jurados 
Porque não eram promessas ilusórias
Até os amores que se viram acabados

Até os amores que se viram acabados
Apesar de prometidos para toda a vida
Por frases e corações agora musgados
Que se nos revelam à neve derretida

António Brandão de Pinho

segunda-feira, 7 de dezembro de 2020

Aqui no alto…


Ergueram-se aos Céus por Fé e devoção
A capelinha, a casa da ceia e o Cruzeiro
Neste monte entre a Freita e Gamarão
Onde se fez lenda o cristão prisioneiro

Onde se fez lenda o cristão prisioneiro
dentro de uma arca segura por uma mó
por fazer preces neste monte altaneiro
Viu-se molestado sem piedade nem dó

Viu-se molestado sem piedade nem dó
Sem nunca ceder à sua Fé e devoção
Ficou para sempre da Senhora da Mó
Este monte entre a Freita e Gamarão

Este monte entre a Freita e Gamarão
Que do vale se levanta sobranceiro
Encimado pela Cruz acesa na escuridão
Onde se fez lenda o cristão prisioneiro

António Brandão de Pinho