sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Há um ano e um mês que rumo para aqui...






Edificio Sede da Caixa Geral de Depósitos, Lisboa

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

terça-feira, 27 de outubro de 2009

URGE REFLECTIR O MOVIMENTO ASSOCIATIVO E AS POLÍTICAS DE JUVENTUDE EM AROUCA

Numa altura em que os eleitos para a Câmara Municipal já devem estar a estruturar o seu programa de acção, de acordo com as linhas de orientação que levaram aos arouquenses, ainda que a título de meras promessas, será importante que se interroguem sobre o papel do movimento associativo no desenvolvimento do concelho e eventuais contributos que deste possam resultar para a sua vitalidade, dinâmica e vanguarda.
Há justamente quatro anos, a Câmara presidida pelo mesmo presidente agora reeleito, reconhecendo o importante papel de várias associações como parceiras da própria Câmara na realização de um diverso leque de actividades, assim como a importância destas para a dinâmica cultural, recreativa e desportiva de Arouca, começou por pretender fazer alguma coisa na área do associativismo para, desde logo, alterar um estado de coisas que, segundo os próprios autarcas, originava algumas dificuldades quanto aos apoios disponibilizados pelo município e, por outro lado, não fazia justiça às associações que, de facto, vinham realizando uma actividade constante e já a dar o seu contributo desinteressado para a dinâmica cultural, recreativa e desportiva do município. Podem começar exactamente por se interrogar sobre o que mudou com essa sua eventual acção na área do associativismo? Qual o estado da coisa, em comparação com o estado encontrado há precisamente quatro anos?

Mas, para que a resposta não fique já viciada neste ponto, devem ter em linha de conta que, contrariamente ao que, em parte, vem sendo feito, o papel da Câmara Municipal deve ser, única e simplesmente, o de criar condições para que as associações realizem as suas actividades, o de permitir aos jovens manifestar as suas potencialidades e contribuir para que se realizem nas suas aptidões.
Num concelho como o de Arouca, é inadmissível que uma Câmara chame a si a realização individual de actividades culturais, recreativas e desportivas. Tal inadmissibilidade também deve constituir uma preocupação para as associações e agentes associativos e motivar uma reflexão séria por parte destes. Por outro lado, a extensa lista de associações beneficiárias de apoios do município não joga bem com a parca actividade cultural, recreativa e desportiva de que fazem eco.

Há pouco mais de nove anos fundou-se em Arouca uma Federação com o propósito de, em patamar superior a elas, promover as associações do município e as actividades por estas realizadas, assim como representar as mesmas na defesa e reivindicação dos seus legítimos interesses colectivos. Poucos anos volvidos, o objecto que motivou a fundação deste organismo, manifestamente, não se cumpre. A Federação não conseguiu afirmar-se no papel pretendido pelos seus fundadores e primeiros dirigentes. Nos últimos anos divergiu mesmo da orientação traçada pelo seu objecto social. O que é feito da Federação e o que foi feito nestes últimos tempos em cumprimento daquele seu objecto social, por ela ou por qualquer outra entidade?

Mais recentemente chegaram à Câmara Municipal orientações legais no sentido de se prover a constituição de um Conselho Consultivo Municipal de Juventude. No entanto, a matéria não sensibilizou a Câmara Municipal e foi remetida para a gaveta com alguma depreciação. Ainda aí se encontra e promete continuar sem de lá sair enquanto tal organismo for visto como uma certa ameaça e dificuldade para a acção da Câmara, e enquanto não se entender que, se assim for, também faz parte.
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Assim, e pelo que se acaba de discorrer, “extractos” de uma eventual hierarquia funcional do associativismo no município e de um eventual canal transmissor, numa das orientações, das necessidades e anseios de uma fatia esmagadora da população activa e empreendedora, predominantemente jovem, encontram-se desorganizados, à nora e à mercê de atenções pontuais, medidas avulsas, tratamento discricionário e todo um conjunto de procedimentos desorientados de uma linha de rumo que não existe.