sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

A ÚLTIMA DÉCADA EM AROUCA DE A a Z

Cumpriu-se a primeira década do século XXI. Em Arouca, as primeiras notícias deram-nos conta dos despedimentos na C & J Clark da Malhadoura e, as últimas revelaram-nos o desemprego como maior preocupação. A Casa da Cultura de Arouca, inaugurada em Janeiro de 2000, e a de Fermedo, inaugurada em Julho de 2001, prometeram maiores impulsos à Cultura. Através do Cister, Sabores e Saberes procurou divulgar-se a doçaria conventual e pela Recriação Histórica foi-nos dada a oportunidade de conhecer um pouco mais sobre a vida no interior do Convento.
À geminação com Poligny, em França, juntámos geminação com a Cidade de Santos, no Brasil, em Março de 2001. Fomos a banhos na Piscina Municipal e inaugurámos a Piscina de Escariz em Fevereiro de 2009, mas, também nas praias fluviais, equipadas esta década e numa das quais chegámos a hastear Bandeira Azul no Verão de 2006.
Começámos a assistir às curtas-metragens do Arouca Film Festival em 2003 e, também neste ano vimos autorizar a instalação de três Parques Eólicos na Serra da Freita. No começo de 2005 deixámos de assistir a longas-metragens no Globo D’Ouro e, em Dezembro de 2005, já as Torres Eólicas se avistavam da Vila.
Apesar de pertencermos ao Distrito de Aveiro, foi com alguma naturalidade que, em Janeiro de 2005, passámos a integrar a GAMP – Grande Área Metropolitana do Porto.
O Folclore Arouquense esteve em grande, chegando a realizar-se mais de uma dezena de Festivais anuais nos primeiros anos da década, vindo a esmorecer para final, com o próprio município a apertar-lhes o cinto. Já os Estudantes de Arouca viram nascer o seu Fim-de-Semana Académico e o seu próprio Festival de Tunas, pela mão da Associação Académica.
A Feira das Colheitas transformou-se no ponto alto de mostra, encontro e confraternização dos arouquenses, mas, muitos mais foram os forasteiros que nos visitaram, e por cá ficaram, ocupando a oferta de Turismo Rural, que nesta década abriu novas portas. Ainda assim, a oferta não deixou de se evidenciar como uma das principais lacunas de Arouca. Vimos sonhar com uma Pousada no Convento, mas, foi a iniciativa privada que inaugurou o Hotel Rural Quinta de Novais, em Julho de 2006, e transformou a Residencial São Pedro em Hotel, em 2008.
Entretanto floresceu a Solidariedade Social, criaram-se novas Creches por todo o concelho, a AICIA ampliou as suas instalações e aumentou a sua oferta, o Patronato aumentou as suas valências, e o surgido Centro Paroquial de São Salvador do Burgo, depressa inaugurou infra-estruturas e se colocou ao serviço da população, em Julho de 2010. Da Rede criada em Janeiro de 2005 à iniciativa De Igual para Igual, estas e outras instituições foram unindo esforços para que a diferença e a necessidade não se notem na comunidade.
A política, como é normal, esteve sempre na ordem do dia e às desuniões sucederam-se as ditas uniões e vice-versa. Sociologicamente, Arouca parece não ter mudado, mas isso, só por si, não chegou para evitar votos em sentido diverso e fazer com que o rosa não pintasse o mapa político de Arouca durante toda a década.

André Almeida – Foi o nome que se juntou à galeria dos ilustres arouquenses que desempenharam as funções de deputado à Assembleia da República, e dessa forma ajudou a representar e dignificar os interesses de Arouca e dos Arouquenses. Tomou posse em Março de 2005, mas, manteve-se suplente até Outubro de 2007, altura em que ocupou a cadeira deixada vaga por Marques Mendes. Em Julho de 2009, às portas de concluir o seu mandato, realizou o “Dia de Arouca” na Assembleia da República. Regressou a Arouca para liderar a CPC do PSD.

Bandas Musicais – Numa década em que as Bandas se juntaram para tocar, assinalou-se o Centenário da Banda Filarmónica de Alvarenga e deram-se novos fôlegos à Banda Musical de Figueiredo, que se autonomizou da associação mãe. Festejámos o 180º Aniversário da Banda Musical de Arouca, que deu concertos de excelência, nomeadamente na Casa da Música, no Parlamento e no Europarque. Em Outubro de 2008 assistimos à reactivação da Banda Musical do Burgo, que havia cessado actividade há 60 anos.

Colectividades – Entre muitas outras, em Fevereiro de 2000 foi inaugurada a sede da associação “2002 Nogueiró” e pouco depois foi fundada a FAMA. Já no final do ano foi constituída a NUMOFREITA e, em Junho do ano seguinte, a Associação Académica de Arouca. Em Julho de 2002 foi inaugurada a sede social da FAJDA e, em Setembro deste mesmo ano foi fundada a EXCOMAR. Em Setembro de 2003 foi inaugurada a sede social do Rancho “As Lavradeiras de Canelas” e, em Janeiro de 2005, inauguradas as novas instalações sociais e desportivas do CCRD do Burgo. Também neste mesmo ano são fundadas a ANIMA PATRIMÓNIO e a NATURVEREDAS. Já em Junho de 2007 dá-se a apresentação pública do Agrupamento de Escuteiros de Rossas. Em Novembro de 2010 vimos abrir as portas da nova casa do Grupo Etnográfico de Fermedo e Mato.

Desporto – Em Maio de 2006 assistimos à inauguração Desportiva do Estádio Municipal de Arouca, que deu alojamento às recentes e vitoriosas temporadas do Futebol Clube de Arouca. Também a ACR de Mansores fez o seu campo, que inaugurou em Setembro de 2005, e deu cartas nesta modalidade. Mas, muitas outras modalidades mereceram destaque esta década. A impensável modalidade de Kung Fu consagrou os arouquenses Manuel Vítor Martingo Coelho e Rui Moreira. Foi também nesta década que surgiu o Open de Ténis e que o Grupo Coral de Urro e Associação Académica se dedicaram ao Futsal. A modalidade de Todo-o-Terreno foi abraçada pelo Arouca Motor Clube e pelos Bombeiros Voluntários. Muitos se dedicaram ao Pedestrianismo por força dos Percursos traçados pela Autarquia, mas, também ao BTT e outros ao Rafting e Desportos Radicais, constituindo-se em associações e empresas, para maior desenvolvimento das respectivas modalidades. Helena Soares brilhou e arrecadou medalhas no Campeonato do Mundo de Atletismo Síndrome de Down, realizado no México.

Educação – Em matéria de Educação Escolar e, principalmente, no que às infra-estruturas em que ela acontece diz respeito, foi uma década algo conturbada, nomeadamente pelo fecho precipitado e definitivo de quinze escolas do 1.º Ciclo do Ensino Básico, no Verão de 2006. Muitas outras mudanças se sucederam, entre fechos de escolas e aberturas de novos pólos escolares, mudando completamente o paradigma que vigorou no século XX. Às portas do ano lectivo de 2001-2002, é inaugurada a Escola E.B. 2,3 de Escariz e, em Maio de 2008, são aprovados os projectos para a construção de um pólo escolar na freguesia de Fermedo e outro na freguesia do Burgo, que abriu já as suas portas. Já no final de 2010 começaram as obras que prometem transformar por completo a Escola Secundária de Arouca.

Futebol Clube de Arouca – Foi o maior factor de alegria e orgulho dos arouquenses na década que terminou. Em Abril de 2007, ao comando de Rui Correia e Jorge Gabriel, sagra-se Campeão Distrital da 1.ª Divisão de Futebol de Aveiro, subindo à 3.ª Divisão Nacional. Aquele último, conhecido apresentador de televisão, chegou a ser o treinador principal da equipa, entre Agosto de 2007 e Janeiro de 2008. Pouco depois o FCA conquista a Supertaça da Associação de Futebol de Aveiro e, em Maio de 2008, garante a subida à 2.ª Divisão Nacional. Precisamente dois anos depois confirma-se Campeão da Zona Centro daquela Divisão, carimbando passaporte para a II Liga Nacional de Futebol, patamar que lhe conferiu várias experiências inéditas, coroadas com o jogo contra o S. L. Benfica no Estádio da Luz, a contar para a 3.ª Eliminatória da Taça de Portugal.

Geopark Arouca – Consequência natural do património existente em Arouca, foi constituído o Geoparque Arouca, que a National Geographic e a Geoscientist deram a conhecer ao Mundo em 2008, e, pouco tempo depois, a UNESCO reconheceu como património seu, a salvaguardar, valorizar e divulgar. Já antes, no Dia Nacional do Património Geológico, a Câmara Municipal havia sido agraciada com o Prémio Geoconservação 2008, atribuído por unanimidade pelo júri da ProGEO. Em Abril de 2010, o agora denominado Geopark Arouca, recebe o galardão oficial de reconhecimento da Adesão à Rede Global de Geoparks, sob os auspícios da UNESCO. Em Setembro último, Artur Sá, cientista mentor do GeoparK Arouca, foi constituído “Cidadão Honorário de Arouca”.

Hospital da Santa Casa da Misericórdia – Apesar de ser assunto de todos os tempos, muito se falou esta década de Saúde em Arouca. Ter-se-ão dado tantos passos em frente como atrás. Abriram-se e fecharam-se Extensões de Saúde nas freguesias, e lutou-se por Centros de Atendimento e por Médicos, que chegámos a ver objecto de promessas eleitorais. Perdemos o SAP e ganhámos o SUB. Alentou-nos, porém, a reabertura do Hospital de outrora. Fruto do sonho, empenho, esforço e dedicação de alguns arouquenses, depois da morosa empreitada de remodelação e ampliação, é reinaugurado o Hospital da Santa Casa da Misericórdia de Arouca, em Janeiro de 2006, com diversas valências e internamento.

Incêndios – Como que a prever e a acautelar, em Junho de 2004 foi publicado um Decreto-Lei que designava por zona crítica grande parte da mancha florestal de Arouca, advertindo ser prioritária a aplicação de medidas mais rigorosas de defesa da floresta contra incêndios. Pouco mais de um ano volvido, em Agosto de 2005, fagulhas trazidas pelo vento de um incêndio a deflagrar na freguesia de Moldes, incendeiam toda a floresta circundante da Vila de Arouca, provocando um cenário “dantesco” de que não havia memória. Nos dias seguintes, continuou a deflagrar na Serra da Freita, consumindo, igualmente, uma área de que não existia notícia. Neste mesmo ano, deflagra ainda um incêndio no armazém da Cooperativa Agrícola de Arouca. Nos anos seguintes o flagelo não deixa de angustiar a população arouquense e já em 2010 continuámos a ser notícia pelos incêndios florestais e numa indústria de madeiras.

Jornais – Em Janeiro de 2001 publicam-se as últimas folhas do Jornal CRUZ DE MALTA, Mensário da Paróquia de Nossa Senhora da Conceição de Rossas e, pouco depois, vimos o Jornal Jovem de Alvarenga prometer ficar-se pela Internet, mas, por aí se ficou sem mais notícia. Dito Defensor dos Interesses do Concelho, o Semanário “Defesa de Arouca”, que deu à estampa pela primeira vez em Janeiro de 1926, suspende a sua publicação, abrupta e inesperadamente, sem aviso ou adeus, em Janeiro de 2008. Fica para a História como o principal e mais completo repositório da história e estórias de Arouca e dos Arouquenses do século XX. Lá diz o povo que quando se fecha uma porta, abre-se uma janela, e, neste caso, “Discurso Directo”, é o nome da janela que se abriu e começou a dar à estampa em Maio de 2008, pelas mãos de Victor Mendes e Cláudia Oliveira.

Livros – Entre outras obras sobre Arouca, na última década deram à estampa Serra da Freita, de Armando Reis Moura, a que se seguiu Município de Arouca. Subsídios para a sua história, de Alberto Gonçalves; Alvarenga Minha Terra, de Maria Alice da Silva Brito; Real Irmandade da Rainha Santa Mafalda de Arouca, de Afonso Veiga; A contabilidade do Mosteiro de Arouca: 1786-1825, de José Miguel Pereira dos Santos Oliveira; Arouca, uma Terra, um Mosteiro, uma Santa, de Maria Helena da Cruz Coelho; e A Casa do Burgo, de António Vaz Pinto; Trilobites gigantes das ardósias de Canelas, coordenado por Artur Abreu Sá e Juan Carlos Gutiérrez Marco; Os Filhos da Roda, de Afonso Veiga; Dois Volumes de As Doze Portas de Arouca, de Abrunhosa de Brito; e a Misericórdia de Arouca – Quatro Séculos de História, de Afonso Veiga.

Museus e Monumentos – Numa medida pouco consensual, em Outubro de 2000, a Câmara Municipal deliberou transformar o edifício do antigo Mercado Municipal em Museu Municipal, que inaugurou em Maio de 2008. Já o Museu de Arte Sacra, apesar das obras de remodelação e ampliação tantas vezes prometidas e que tardam em se realizar, permaneceu sem receber qualquer benefício. As Rotundas concebidas esta década revelaram-se locais primordiais para levantar Monumentos e assim sucedeu com o Monumento às Antas Megalíticas, em Escariz, o Monumento ao Lavrador, em Alhavaite, o Monumento às Trilobites e aos Combatentes do Ultramar, na Vila. Mau augúrio da abrupta remoção dos “Calhaus”, nenhum Monumento se conseguiu levantar na rotunda central da Vila durante esta década, apesar de obra encomendada, paga e pronta desde Abril de 2009.

Nádia Oliveira – O falecimento de jovens e filhos da terra, e vários foram aqueles que partiram prematuramente, é sempre motivo de grande consternação. O trágico e inesperado acidente de viação, em Março de 2008, que vitimou a jovem Nádia Oliveira, pela qual a comunidade arouquense nutria muito carinho, acabou por se traduzir num dos acontecimentos mais chocantes e marcantes da década.

Ordenações heráldicas – Nos últimos dez anos, também por força dos impulsos dados pela concepção de páginas na Internet, mas, principalmente pela necessidade de simbolizar as principais características das respectivas circunscrições administrativas, deu-se uma correria da quase totalidade das freguesias à Ordenação Heráldica de brasão, bandeira e selo. Entre outras, juntaram-se à Espiunca (com brasão, bandeira e selo, desde 1997), Albergaria da Serra, Burgo, Fermedo e Mansores, em 2000; Urro, em 2001; Arouca, Escariz e Moldes, em 2002; Santa Eulália, em 2003; Alvarenga, Rossas e São Miguel do Mato, em 2004; Cabreiros e Várzea, em 2005; e Tropeço em 2009.

Património – Entre muitas outras obras, em Maio de 2002 iniciaram-se profundas obras de recuperação no Convento e foi inaugurada a reimplantação do Pelourinho do Burgo. Em Março de 2006 começou a remoção do Memorial de Santo António, para logo em Abril se iniciar a reimplantação, em lugar mais digno e próximo do original. Em Janeiro de 2007 foi assinado o protocolo para reabilitar e valorizar o Mosteiro de Arouca, que recebeu a visita do Presidente da República, em Janeiro de 2008. Para as calendas se remeteu a Pousada pensada para a Ala Sul, por ter ficado deserto o concurso de Concessão lançado em Março de 2008. Já em finais de 2009 assistimos à reabertura da recuperada Capela da Misericórdia.

Qualidade – Foi nesta primeira década do século XXI que em Arouca se começou a falar com maior propriedade no cumprimento de normas técnicas que estabelecem um modelo de gestão de qualidade. Muitas foram as empresas e entidades que em Arouca adoptaram aquelas normas e várias mereceram a certificação ISO 9000, como, por exemplo, a AROUPLÁS, certificada em 2000, a FARCIMAR, certificada em 2004 e a CAMARC, certificada em 2008. Também pela qualidade dos serviços prestados vimos premiar o Hotel S. Pedro no último mês de Dezembro.

Recuperação, Regeneração e Revitalização – Foram palavras de ordem que se traduziram em exemplos concretos, como em algumas artérias da Vila, no centro de Alvarenga, e um pouco por todo o concelho. Mas a década termina com intentos maiores, motivados pela aprovação da candidatura ao Pólis XXI, que tem em vista uma mudança profunda das artérias e espaços do centro histórico da Vila, que já suscitou alguma discussão e promete não ser muito consensual. A apresentação pública do ante-projecto teve lugar em Janeiro de 2010, mas, o projecto promete vir a ser executado sem que haja lugar a debate.

Saneamento Básico – «Mais Saneamento, melhor ambiente», foi o mote para a entrada em funcionamento da ETAR do Vale de Arouca e o simultâneo encerramento da velha ETAR da Pimenta, ao cair do pano desta primeira década do século XXI. Porém, a maior parte das freguesias do Vale de Arouca volveram a década sem ligação à Rede de Saneamento Básico, e o concelho está ainda muito longe dos índices mínimos nesta matéria, abonando muito pouco em favor do Vale da Fertilidade anunciado pela Logomarca apresentada no limiar da década, em Setembro de 2000.

Trilobites – Em Julho de 2006 é inaugurado, na exploração de ardósias da empresa Valério & Figueiredo, o Centro de Interpretação Geológica de Canelas, que, em Abril de 2007, é agraciado com o Prémio de Mérito Turístico, instituído pela Região de Turismo da Rota da Luz. Em Junho de 2008 é inaugurado o Monumento às Trilobites numa das Rotundas da vila e, já em Maio de 2010, Manuel Valério de Figueiredo é agraciado com a Medalha de Mérito Municipal, Grau Ouro, «pelos esforços intensos e profícuos no estudo, preservação e divulgação dos achados fósseis da louseira de Canelas».

Universidade de Verão – Em Julho de 2008 tem lugar a 1.ª Edição da Universidade de Verão da Universidade do Porto, no dito Pólo de Arouca. Experiência repetida nos anos seguintes de 2009 e 2010, desta feita com cerca de 60 alunos. Houve quem visse nesta iniciativa o prenúncio da possibilidade de se estabelecer, de facto, um Pólo daquela Universidade no concelho de Arouca, mas, à semelhança doutras iniciativas, também esta foi já alargada a outros municípios e Arouca poderá não ter agarrado a ideia em tempo útil.

Via Estruturante – Em Dezembro de 2001 chegam as máquinas ao terreno para rasgar o troço entre a Ribeira de Tropeço e a vila de Arouca, cuja inauguração e abertura total aconteceu em Maio de 2006. Pelas Colheitas de 2007 foi assinado o contrato para o projecto da 2.ª Fase da Via Estruturante, ligando Santa Maria da Feira à freguesia de Mansores, mas, chegados aos últimos dias de 2010, as máquinas ainda não chegaram ao terreno, apesar das promessas de secretários de estado, ministros e até do primeiro-ministro José Sócrates que, em Setembro de 2009, se deslocou a Arouca para prometer fazer justiça aos arouquenses em matéria de acessibilidades.

World Wide Web – Nesta última década Arouca e os arouquenses começaram a chegar em maior número à chamada Rede de Alcance Mundial. Pouco a pouco, pessoas colectivas e individuais, foram começando a frequentar a rede e a mudar o paradigma dos contactos, dos encontros, do convívio e dos relacionamentos. Sinal dos tempos e de novas necessidades, em Setembro de 2003 o Município inaugurou o Espaço Internet de Arouca, que agora cede em favor da aposta nos programas "e-escola" e o "e-escolinha". Em Abril de 2005 surge o www.arouca.biz, que, depois do pioneiro Aroucanet, se assume como um novo portal de Arouca na Internet, e acaba por ser o precursor do estabelecimento de uma comunidade arouquense na Rede. Em Janeiro de 2006 passámos a poder ouvir a Rádio Regional de Arouca em qualquer parte do Mundo através da Internet e aqui começámos a conhecer as notícias antes de darem à estampa nos jornais da terra.

Xisto e Ardósia – Depois das modas que muito contribuíram para descaracterizar as nossas Aldeias Tradicionais, assistimos nesta última década ao ressurgimento dos materiais característicos, que muito valorizaram a recuperação e muito contribuíram para a revitalização de Aldeias como Janarde e Meitriz, mas também muito beneficiaram edifícios como o Centro de Interpretação Geológica e a Sede do Racho “As Lavradeiras de Canelas”. Em Fevereiro de 2005, a Câmara Municipal aprovou por unanimidade o projecto de recuperação das aldeias tradicionais de Cabaços, Tebilhão, Rio de Frades, Cando, Covelo de Paivó, Drave e Paradinha, que têm aqueles materiais em comum, mas, nem todas sentiram a concretização da intenção.

Zonas Industriais – Nesta última década foi dado um maior impulso às Zonas Industriais e desmobilizadas as empresas, armazéns, indústrias e mesmo serviços que se localizavam na vila e um pouco por todas as freguesias. O centro da vila de Arouca muito beneficiou com a criação da Zona Industrial de São Domingos. O mesmo sucedeu um pouco por todo o concelho por força da concepção de outras zonas industriais, que devolveram outra qualidade de vida às populações e permitiram às empresas localizarem-se em Zonas mais habilitadas ao seu funcionamento.
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Publicado na edição de 14/01/2011, do jornal semanário "Discurso Directo"

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

A propósito da nova Biografia de Egas Moniz

Esta é a primeira biografia de uma das mais fascinantes personalidades médicas do século XX, a quem se devem duas contribuições científicas fundamentais: a angiografia, uma técnica que permite a visualização dos vasos cerebrais, e a psicocirurgia, o primeiro tratamento cirúrgico de certas doenças psiquiátricas, agora ressuscitada em consequência de progressos tecnológicos recentes.
António Caetano de Abreu Freire Egas Moniz nasceu em 1874 em Avanca e formou-se na Universidade de Coimbra. A sua tese sobre “A vida Sexual”tornou-se num “best-seller”. Em 1911 transferiu-se para a Universidade de Lisboa como Professor de Neurologia. Até 1919 foi um político activo, chegando a Ministro de Negócios Estrangeiros no governo de Sidónio Pais, e chefiando a delegação portuguesa à Conferência de Versalhes no final da Grande Guerra.
Esta é uma narrativa que o autor pretendeu que fosse objectiva e crítica, e para a qual dispôs de numerosos documentos e cartas inéditos e do testemunho de colaboradores e familiares de Egas Moniz. Irá certamente contribuir para o melhor conhecimento de um português que para muitos permanece ainda uma figura obscura, que foi um político, um diplomata, um homem das letras e do mundo, um clínico de sucesso e um cientista improvável.
Gradiva
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O meu primeiro contacto com Egas Moniz deu-se com a necessidade de saber um pouco mais sobre essa ilustre figura que teve Casa de Férias na minha freguesia natal, freguesia de Rossas, no concelho de Arouca, para o meu trabalho "ROSSAS - Inventário Natural, Patrimonial e Sociológico".
As suas Memórias, a que deu o titulo de A Nossa Casa, reportando-se à sua casa de Avanca, hoje Casa Museu Egas Moniz, foram uma das minhas primeiras incursões e são, ainda hoje, de par com Os Maias de Eça de Queirós, e Um Escritor Confessa-se! de Aquilino Ribeiro, um dos meus livros preferidos.
Egas Moniz foi proprietário da Casa do Outeiro, freguesia de Rossas, que, em 1907, vendeu a Domingos de Pinho Brandão, pai de Dom Domingos de Pinho Brandão, onde, durante a sua juventude passou férias junto de seu tio Augusto, e que recorda em várias passagens das suas Memórias:

«O horizonte em Rossas é limitado pelas serranias que, de todos os lados da rosa-dos-ventos, se levantam, com aspectos diferençados. Ali o sol nasce tarde por ter de galgar os montes levantinos e cedo se oculta por detrás das elevações do poente. As casas raras vezes se aglomeram, dispersam-se pelos campos na tranquilidade da vegetação verdejante que as abundantes águas das montanhas mantêm por todo o Verão. Só no adiantado do Outono, os milhos de altas e finas, de boa palha para o gado e de espigas de reduzido volume, conseguem amarelecer.
Às tardes ia meu tio até à única loja com mercearia, panos e utilidades, que havia na aldeia. Pequeno estabelecimento que ainda existe, e ficava num pequeno largo no sítio chamado da Barroca, onde passa a estrada que segue para a vila e outra que vai para o Porto, com um cruzeiro em granito ao lado. Ali se chegava de casa de meu tio por uma pequena vereda de grandes lajedos entre os quais corria muitas vezes água abundante»

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Sobre a última Declaração da CPC do PSD Arouca

Ao contrário de muitos comentários e muitas declarações demagógicas e irresponsáveis de alguns militantes, e até de alguns elementos das estruturas do PSD e JSD de Arouca, a última declaração do líder da CPC do PSD de Arouca sobre a Via Estruturante, - pese embora a necessária e compreensível procura de ganho político - é responsável e respeitadora dos mais elementares princípios democráticos.
Ainda assim, e mais sobre a procura de ganho político, o dirigente do PSD Arouca critica a conferência do executivo camarário, onde, em sua opinião, se procurou justificar o injustificável. Porém, em minha opinião, tal como esta declaração, aquela conferência não só era necessária como devida, para dar conta dos últimos desenvolvimentos e, sim, justificar o porquê dos mesmos. É certo que por alguma inabilidade política terá o presidente da Câmara ido além nas responsabilizações e ficado aquém nas justificações. Porque o que era necessário justificar tem justificação! Mas, neste ponto, de resto, falhou o executivo camarário na conferência e falha o líder do PSD na declaração. Era preciso dizer alguma coisa sobre a situação do país e contextualizar os sucessivos recuos nos sucessivos cenários de recessão com que o país se tem vindo a deparar, não se cingindo a meras e eventuais reservas mentais e/ou faltas de vontade que, naturalmente, sobrecarregam quem delas é acusado e, no caso do presidente da Câmara, em minha opinião, injustamente. Os primeiros foram longe demais na imputação de responsabilidades e o segundo fica aquém ao cingir-se à reserva mental e/ou mera vontade do Governo e executivo camarário.
Discordo de André Almeida quando diz que Artur Neves ajudou a criar uma farsa, e, ao contrário do líder do PSD, entendo que é de todo legítima a vitimização que o presidente da Câmara, em sua opinião, procura agora fazer. Porque se não fosse também esta uma forma de pressão muito usada na nossa política, o que o presidente da Câmara ajudou a criar teve concretizações práticas e no preciso sentido das pretensões e legítimas expectativas dos arouquenses. De resto, se assim não fosse, não se justificava, agora, falar em recuos. Que responsabilidade deveria agora assumir o presidente da Câmara neste processo, quando sempre se bateu pela obra, conseguindo compromissos sérios de quem tem poder para a fazer andar? Que ilações deveria ele retirar? Demitir-se como sugeriram os vereadores do PSD, que ainda hoje procuram justificar o resultado das últimas autárquicas com a "promessa" maior da Via Estruturante? André Almeida sabe que a maioria obtida não se deve apenas à "promessa" da Via Estruturante - de resto ao alcance de ser prometida por todos os então candidatos - e não vai por aqui. E muito bem, em minha opinião!
André Almeida refere que o presidente da Câmara sempre procurou pessoalisar e liderar em exclusivo a estratégia da Via Estruturante e com isso obteve comprovado aproveitamento eleitoral. Então, não terá sido uma má estratégia!? Mas, a acusação comporta uma leitura concelhia e uma leitura extra-concelhia ou intermunicipal. Relativamente à primeira, se se sabe de antemão que o insucesso lhe cairá quase exclusivamente nas costas, como agora está a suceder, não será legítimo que busque também o sucesso, tanto mais quando obteve uma maioria, contra ventos e marés? Aceitaria o PSD colaborar nesta actual circunstância, assumindo sucessos e/ou insucessos? Quanto à segunda, paira no ar muito de chicana partidária, que alguns autarcas vizinhos não conseguem evitar, sem qualquer interesse para os anseios e legítimas expectativas dos arouquenses.
Concordo parcialmente com André Almeida quando fala em nula influência política do actual presidente, mas, nas actuais circunstâncias políticas, era interessante saber quem mais do que ele, poderia ter hoje mais influência política em Lisboa?
Concordo que o que o presidente da Câmara conseguiu em Lisboa ficou muito aquém do que era esperado, de acordo com as expectativas criadas. E concordo muito mais com aqueles que dizem que a melhor forma de nada se fazer, nada se concluir e nada progredir, é constituir e/ou nomear uma comissão. Urgem soluções e estratégias alternativas, que a estrada não passa por aqui!
De tudo, e de facto, importa sublinhar a disponibilidade de parceria para lutar pela Via Estruturante, mais uma vez manifestada pelo PSD Arouca, esperando se reúnam vontades para prosseguir com essa parceria, para que, efectivamente, se possa dizer que Arouca está unida nesta luta.

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

FUNDAÇÃO DR. LUÍS AGUIAR SOARES

No passado dia 20 do corrente, dia em que o Dr. Luís Aguiar Soares completaria 70 anos de idade, e correspondendo àquela que era a vontade do extinto médico, foi instituida pelos seus herdeiros a FUNDAÇÃO DR. LUÍS AGUIAR SOARES, que terá a sua sede na Casa do Paço de Rôge, no concelho de Vale de Cambra, donde prosseguirá fins de carácter científico, cultural, de beneficiência e de solidariedade social, num âmbito geográfico de actuação que privilegiará, na sua fase inicial, os concelhos de Arouca (onde nasceu o Dr. Luís Aguiar Soares e exerceu a sua actividade profissional) e Vale de Cambra (onde viveu e desenvolveu grande parte da sua intervenção cívica e comunitária).
As acções a desenvolver pela Fundação privilegiarão, nos seus diversos âmbitos, a realização, promoção e/ou patrocínio de acções que contribuam para o desenvolvimento de políticas e intervenções sustentáveis com vista ao desenvolvimento da saúde e bem-estar na comunidade em que se insere, bem como o desenvolvimento de iniciativas na área da saúde comunitária e saúde pública, nas suas mais diversas vertentes.
Nestas, incluir-se-ão o desenvolvimento de actividades que contribuam para a valorização e divulgação da cultura portuguesa, a promoção de estilos de vida saudáveis, a promoção de realizações de solidariedade social e de apoio e fomento da educação ambiental, assim como o apoio a entidades com fins humanitários.
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Dr. Luís Aguiar Soares, nasceu no dia 20.XII.1940, na Casa de Sinja, na freguesia de Rossas, concelho de Arouca, sendo o terceiro dos cinco filhos de José Soares Júnior e Maria Rosa de Pinho Aguiar. Tal como todos os seus irmãos era afilhado do Pe. Luís de Almeida Aguiar, que paroquiou a freguesia de Rossas entre 1911 e 1946.
Tirou o curso de Medicina na Universidade do Porto, onde foi um aluno “brilhante”, e, concluída a licenciatura, rumou a Angola, onde assumiu as funções de assistente universitário na Universidade de Luanda.
Para casar retomou as origens do padrinho e maternas de Macieira de Cambra, onde teve quatro filhos: Pedro Aguiar Soares, Paulo Aguiar Soares, Miguel Aguiar Soares e André David Aguiar Soares.
Faleceu no dia 30 de Abril do corrente ano, em Macieira de Cambra.

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Natal na Comenda de Rossas

Enquanto o Capitão-Mór faz uma pequena paragem junto à Fonte dos Cavalos, para levar o Roço a beber, e aproveita para depenicar um esquecido carrapiço de uvas, um dos seus rapazes prende ali o seu garrano e faz um pequeno desvio ao Lagar da Vinha apanhar duas canadas de azeite para, logo mais, alimentar as candeias da igreja durante a Missa do Galo e, entretanto, iluminar a ceia e temperar as pencas acabadas de chegar de Cimo de Vila e o bacalhau que lhe mandara o Comendador de Leça do Balio, que há-de ser acompanhado com dois almudes de Vinho do Porto que lhe enviara o mesmo Comendador. Para o fim da ceia mandou a Abadessa do Convento uma cesta de castanhas doces, outra de figos secos e duas broas de pão doce.
Entretanto, à semelhança do que acontecera de manhã junto à Capela da Senhora do Campo; nas imediações da Comenda ainda se nota alguma azáfama em redor dos cestos e jigos preparados para os mais necessitados. O Comendador mandou oferecer a cada um dos pobres indicados pelo Reverendo Abade: 1/2 afuzal de linho, ¼ de uma canada de vinho e medida igual de uma talha de azeite, meio alqueire de castanhas e nozes, meia galinha e dois ovos, um pedaço de presunto, uma chouriça, uma broa de milho e, atendendo às intempéries sucedidas no presente ano, ordenou fossem devolvidos os foros que já foram pagos e se não aceitassem os que por tradição se entregam nesta altura do ano.
Enquanto isso, os rapazes da Cavada descarregam no adro da igreja as raízes de oliveira trazidas da Bouça Vedra, que, logo mais, hão-de iluminar e aquecer a noite da rapaziada nova…
Dentro da igreja, renovada pelas obras mandadas fazer pelo Comendador, as raparigas cobrem a mesa e os altares com linhos a estrear, oferecidos pelo Morgado de Terçoso, e enfeitam os altares com o azevinho e ramas de pinheiro manso que os rapazes da montaria lhe trouxeram dos cotos da Senhora da Lage. A igreja está bonita. Pela primeira vez vão poder ser observados os painéis que o Comendador encomendou ao artista que andara a fazer os do Convento da vila, propositadamente para esta quadra. A discussão faz-se em torno do mais belo. Dentre a Anunciação, Circuncisão, Nascimento de Jesus ou Adoração dos Pastores, parece ser este último a recolher o maior agrado. Mas, todos os outros são igualmente belos! As suas cores vivas e brilhantes, iluminadas pelas candeias de azeite, emprestam outro colorido e alegria ao templo. Depois de um ano fustigado por intempéries, que tantas preces a Nossa Senhora do Campo justificaram, é preciso animar a alma do povo!
Para logo mais, e porque a noite da rapaziada promete ser longa, o Sargento-mór da Felgueira já prometeu levar meio barril de jeropiga e um pipo de aguardente. O Monteiro-mór prometeu os habituais dois maiores presuntos de javali da última montaria realizada e um quarteirão das maiores trutas que se consigam tirar do Urtigosa. A Miquinhas da Comenda arranja dois aventais de figos secos. O intento é de passar a noite em claro para, ao cantar do primeiro galo, alvorar, com o sino da igreja a repique, cantando e anunciando o nascimento do Menino.
Por esta hora, e antes de rumarem à igreja para a missa matinal, devem as mulheres ascender os fornos das casas em que os houver, para que em toda a Comenda se coma assado no dia de Natal. Por sua vez, os homens das casas mais abastadas devem tirar das salgadeiras as orelheiras, focinhos e couratos para leiloar no fim da missa, a reverter para os doentes e órfãos da freguesia.
Tudo para que a quadra motive o espírito solidário suficiente para compensar as perdas agrícolas, atenuar as enfermidades e satisfazer as mais prementes necessidades do povo desta Comenda de Rossas. Que haja alegria entre a rapaziada nova e, principalmente, entre a pequenada, para que vingue ao frio e à tristeza do Inverno e desperte com força na Primavera do ano que bate à porta.
Bom Natal e Feliz Ano Novo!
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Nota: Só o painel é verídico e esteve na Igreja Paroquial de Rossas, desde o século XVII até meados do século passado. A última vez que o vi, em 2006, estava numa arrecadação do Museu de Arqueologia e Arte Sacra do Seminário Maior do Porto. Rossas, 20 de Dez. 2008.

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Recuo na variante com a Feira é "catraíce"!

Em conferência de imprensa realizada esta manhã, e segundo noticiou a Lusa, "O presidente da Câmara de Arouca (PS) afirmou (...) que foi uma "catraíce" do Governo suspender a actividade da comissão destinada a concretizar a variante entre este concelho e Feira, após sucessivas promessas por José Sócrates e outros líderes políticos.
Referindo-se ao despacho publicado a semana passada em Diário da República, suspendendo a comissão responsável pelo andamento da Concessão Vouga durante a reavaliação do modelo de financiamento da Estradas de Portugal S.A, José Artur Neves afirmou: "Isto é uma catraíce de fim de espécie promovida pelos políticos de Lisboa, não só pelo Governo, mas também pelos líderes da Oposição, porque todos eles prometeram a variante aos arouquenses".
Recordando que o primeiro-ministro prometeu a concretização da variante em setembro de 2007, durante a sua visita à vila de Arouca, o autarca observa que se verificou a mesma postura de compromisso com a obra este ano, por parte de Pedro Passos Coelho, líder do PSD, e de Paulo Portas, que dirige o CDS-PP e preside ainda à bancada popular na assembleia municipal local."
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Já a edição online do Roda Viva Jornal, adianta a primeira demarche de Artur Neves: "Vou para Lisboa a partir de quinta-feira [23/12], já mandei suspender a minha agenda, e só de lá sairei quando estiverem esgotadas as possibilidades de inverter a situação. No mínimo, vou exigir que os governantes venham a Arouca pedir desculpa à população pela promessa não cumprida. Na próxima Assembleia Municipal estarei cá a contar o que se conseguiu"
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O presidente da Câmara Municipal de Arouca conta com a minha solidariedade por estes últimos desenvolvimentos e todos os ataques injustos de que tem vindo a ser alvo em consequência dos mesmos, assim como pode contar com o meu apoio pessoal em tudo o que for a favor da 2.ª Fase da Ligação Arouca/Feira.

sábado, 18 de dezembro de 2010

Ligação Arouca/Feira para o fundo da gaveta!

Segundo a edição online do Jornal Roda Viva, o presidente da Câmara Municipal de Arouca, talvez aquele que mais desejava o arranque da 2.ª Fase da ligação Arouca/Feira, porque a elegeu como mãe de todas as obras e cartaz de campanha, admitiu esta semana o fracasso das diligências e, também assim, o não arranque das obras a curto/médio prazo.
Apesar de todas as promessas - a ter para o futuro como meras promessas de circunstância - de secretários de estado, ministros e até do primeiro-ministro José Sócrates, que se deslocou a Arouca prometer a conclusão da obra que faria justiça aos arouquenses, sabe-se agora que, a desculpa da crise económica e financeira do país, deixou de haver vontade política em arrancar com a 2.ª Fase da Ligação Arouca/Feira.
Ao mesmo passo que os políticos se descredibilizam pelo que dizem, são e fazem, as expectativas - legitimas e fundadas expectativas dos arouquenses, incluindo do próprio presidente da Câmara - saiem frustradas, colocando os arouquenses na situação de credores no deve e haver politico.
E no que toca à política, quem joga as suas peças, são aqueles que nos representam, dizem representar ou pretendem representar! É destes que, sem notório interesse partidário - porque em causa está aquele que deveria ser o seu primeiro partido -, se esperam agora atitudes e acções concretas, por um lado, no sentido de assacar, com responsabilidade e sem demagogia, as responsabilidades políticas por este incumprimento às promessas; por outro, no sentido de conseguir e estabelecer compromissos sérios quanto à recuperação deste processo do fundo da gaveta para onde foi atirado!
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Ao contrário de uma aparente maioria, continuo sem conseguir culpar o actual presidente da Câmara Municipal de Arouca, Eng.º Artur Neves, por este desfecho! É certo que, antes de qualquer arouquense e em nome de todos, era e é ao presidente da Câmara que compete fazer tudo por esta obra, tanto mais quando com isso se comprometeu, mas, acho que ninguém poderá dizer que não o fez. Acho que ninguém poderá dizer que não procurou compromissos sérios de políticos e governantes e que procurou fazer a rentabilização possível dos mesmos. No entanto, se é certo que é o primeiro a ter que assumir a luta, também é certo que, a menos que alguém tenha contribuido mais para isso, terá de ser o primeiro a assumir a derrota!
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Aparentemente esquecido, Paulo Portas, líder do CDS, foi eleito deputado à assembleia municipal de Arouca nas últimas eleições autárquicas, e logo se comprometeu a ser um dos rostos e parceiro do presidente da Câmara na luta pela concretização da Ligação Arouca/Feira. Não foi o que fez! Se é certo que o CDS não esqueceu o processo em todas as oportunidades que foram surgindo, não deixa de ser menos certo que o seu principal rosto político, não deu a cara por esta obra. Esperava-se muito mais deste político, nomeadamente no que diz respeito a obras de decisão governamental.

sábado, 11 de dezembro de 2010

Alberto João Jardim novamente candidato!

Graças a uma brecha na Lei n.º 46/2005, de 29 de Agosto, deixada e consentida por quem deles estava refém, e que remeteu para debate posterior, sine die, a limitação de mandatos do primeiro-ministro e dos presidentes dos governos regionais, a possibilidade que permite agora, e mais uma vez, a Alberto João Jardim candidatar-se a um novo mandato, torna aquele diploma injusto para aqueles que acabaram por ficar abrangidos (presidentes de Câmara e de Junta), e inadmissível se tivermos em conta que o próprio Presidente da República não se pode recandidatar a um terceiro mandato consecutivo.
No ajuntamento em que anunciou ser novamente candidato, o líder madeirense, entre muitas outras asneirolas, que muito dignificam a democracia, referiu que: "A oposição nesta terra não é alternativa, porque são zero e naquelas criaturas não há uma única cabeça que se aproveite", "E não pode haver medo. O sistema politico tem que cair", como que a cuspir no prato em que come e engorda! O que nem sequer lhe fica mal! Tudo pode pelo poder que tem! Tudo se lhe permite pelos votos que vale!
Alberto João Jardim sabia que a limitação vinha prometida no programa do PS e, por isso, apressou-se a obstaculizar a discussão. Haverá agora, ainda assim, condições e coragem para pegar no assunto?

De regresso à Feira Popular de Lisboa

Hoje, a convite do "patrão" (em rigor é cliente) dr. Miguel Paes do Amaral, fomos ao Circo e ao Parque de Diversões que por estes dias se encontra instalado no espaço da antiga Feira Popular de Lisboa.
Longe de corresponder à memória que tenho da Feira Popular, foi agradável regressar àquele espaço e, para além do espectáculo do Circo Chen, voltar a andar em algumas daquelas diversões, como os inevitáveis carrinhos de choque. Ah! Está lá também o mítico Poço da Morte! Sim, o original e último, do octogenário Henrique Amaral, que lá se encontrava, à hora do almoço, na pequena cabine a anunciar o espectáculo, que inclui a sua própria participação.
A primeira vez que entrei num parque de diversões a sério, andaria pelos meus 12 anos, foi aqui, na Feira Popular de Lisboa! Os passeios anuais do Rancho Folclórico da Associação Unidos de Rossas, que se realizavam a Lisboa e, principalmente, à Feira Popular, proporcionaram-me essa experiência. Recordo com saudade a correria por todas as diversões, depois das primeiras experiências gastronómicas com caracóis. Sim, também foi aqui que pela primeira (e última!) vez comi caracóis, ou melhor, caracoletas, que, contudo, não foram além da Montanha Russa!
Foi engraçado regressar à Feira Popular!

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Celebração da Padroeira Senhora da Conceição

Num aparente contra-senso, os portugueses, nomeadamente aqueles que fazem questão de afirmar a sua laicidade, celebram hoje - a menos que não gozem o dito feriado - a Nossa Senhora da Conceição. E assim sucede, pelo menos, desde 1646, ano em que o rei Restaurador D. João IV declarou e coroou Nossa Senhora Rainha e Padroeira de Portugal, para todo o sempre. Facto que a história mais recente e os ventos de laicidade não ousaram denegar ou sequer questionar. Aspectos relevantes e estruturantes da nossa história não se dissociam da história da Igreja em Portugal. É também este aspecto que hoje se celebra.
Em cumprimento das determinações daquele mesmo soberano, expedidas a todo o país, muitas paróquias acabaram por "eleger" Nossa Senhora da Conceição sua Padroeira e Protectora. Assim sucedeu na paróquia de Rossas e meu torrão natal, até então dita de Santa Maria de Rossas, que ainda hoje, pese embora na sua conotação e vertente mais religiosa, faz questão e gosto na Sua celebração.
A comemoração religiosa da Imaculada Conceição, que já então se celebrava a 8 de Dezembro, foi considerada festa universal por Sisto IV em 1476, mas, entre nós, já em meados do século anterior o bispo de Coimbra Dom Raimundo, ordenava a comemoração da Imaculada Conceição, na forma como já se vinha a comemorar em várias localidades do país.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

NATAL 2010 EM AROUCA

De 7 de Dezembro a 8 de Janeiro, o espírito natalício paira no ar, e as comemorações são variadas. A iluminação e a música de Natal são uma constante. Os mais novos procuram os seus presentes, escutam contos de Natal e escrevem as suas cartas ao Menino Jesus. Revivemos o nascimento do Menino, voltamos a fazer os presépios e cantamos o Natal, nos vários concertos. Em Janeiro, damos as boas-vindas ao Ano Novo, cantamos os Reis e fazemos votos para que o Natal seja quando o homem quiser. Conheça aqui o programa de Natal e Ano Novo da Câmara Municipal de Arouca.
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Merece especial destaque, porque inédito e original, o Auto de Natal que será representado pelo Grupo de Teatro do Grupo Cultural e Recreativo de Rossas.