sábado, 31 de julho de 2010

António Jorge Peres Feio (1954-2010)

Ontem à noite não resisti a passar no velório de António Feio, como ao final da noite anterior não tinha resistido ao aperto da perda. Ele não me era nada, mas, acabou por se me revelar muito. Talvez mais do que um actor, se tenha revelado um exemplo de empenho e de luta, que nos entrou pela casa adentro e ao qual não deu para ficar indiferente. Um exemplo para a consciencialização daquilo que verdadeiramente importa nesta vida, que a qualquer momento pode ser atraiçoada e passar a não valer nada. Um homem por quem estava a torcer!
Não foi apenas ele que perdeu, porque nós também o perdemos a ele!

quinta-feira, 29 de julho de 2010





Pintura graffiti em prédios devolutos.
Av.ª Fontes Pereira de Melo, Picoas, Lisboa

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Sevilha, no rumo de uma semana de férias.




Esquecido o Futebol, regressei a Espanha! Sempre que tenho oportunidade, gosto de visitar cidades espanholas. São cidades interessantes a vários níveis, mas, principalmente no que toca ao seu património histórico edificado, sempre devidamente conservado e asseado. Cidades que recuperam e preservam as suas tradições mais belas e fazem disso quase uso e costume diário.
Desta feita, regressei a Sevilha, que em 92 ficou ofuscada pela Expo. Apesar de se notarem ainda vários espaços abandonados pelo Exposição de 92, deste lado do rio Guadalquivir, a cidade vai recuperando e ocupando estes espaços com novas valências. Quanto a este particular, Lisboa andou melhor preparando o espaço da Exposição para depois desta.
Já quanto à cidade e, principalmente ao seu centro histórico, não temos hipóteses! A conjugação dos imóveis e dos espaços quase desde a época tartésica, passando pela romana, visigoda, moura, idade média, séculos XVII, XVIII, XIX, XX e XXI, é quase imperceptível e parece que todas as épocas se ergueram e manifestaram, esperando realizar-se no conjunto. Não se notam atropelos, nem agressões. Tudo é limpo e cuidado. Toda a cidade tem consciência do seu potencial turístico!
Vale bem a pena sair de manhã cedo e passar o dia todo em Sevilha. Fica a apenas 150 Km da fronteira Algarvia.
Desta feita, o roteiro iniciou-se pelo milenar Palácio Real Alcázar e pelos seus agradáveis jardins. Depois, não podia deixar de ser, visitei a majestosa Catedral de Sevilha, maior catedral gótica do Mundo e terceiro maior templo, logo depois da Igreja de São Pedro no Vaticano e São Paulo em Londres, e subi à Giralda que conta cerca de 97 metros de altura, que até à parte visitável, a cerca de 75 metros, se fazem a caminhar por rampas sem degraus. Não estivesse já em excelente estado de conservação, há manutenção e limpeza constante em vários pontos do interior e exterior do edifício, mas, nunca impeditivo de visita. Aliás, também estas empreitadas são dignas de observação. Seguiu-se uma pequena e rápida visita à grandiosa Praça de Espanha, cujo espaço central se encontra em obras.
A parte da tarde, ficou reservada à diversão na Isla Mágica. Um agradável e interessante parque, aonde vale bem a pena passar o dia, mas, que se torna uma chatice se existirem filas para as diversões. É pena que em Portugal não haja um espaço assim!

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Jovem arouquense, de Várzea, morto em Angola.

Um homem de 29 anos, natural da Freguesia da Várzea, Arouca, foi morto a tiro anteontem em Luanda, Angola, depois de, alegadamente, ter caído numa cilada. As causas do homicídio não foram ainda totalmente apuradas.
A morte de Roberto Brandão, funcionário de uma empresa de construção civil de Guimarães, que há cerca de quatro anos se encontrava em Angola, foi comunicada pelo presidente da Junta de Freguesia, Rui Almeida, à família. "Ligaram-me da empresa, porque tenho lá um familiar a trabalhar e pediram-me para comunicar à família a morte", disse ao JN.
Segundo o autarca, Roberto Brandão conduzia uma carrinha e deu boleia a uma jovem que pediu para sair em determinado local. "Quando parou no sítio indicado, devia estar alguém à espera. Deram-lhe um tiro no braço, que acabou por provocar a morte. Pensamos que queriam roubar a carrinha, mas como o mataram acabaram por abandonar a viatura no local", afirmou o Rui Almeida, ressalvando que "não há muitos pormenores sobre o que aconteceu". "Era um jovem sossegado. Tinha uma filha menor que nasceu do relacionamento com a mulher com quem vivia em Angola", explicou.
in JN
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O Roberto!? O nosso amigo Roberto!? Apetecia-me dizer o pior desse país para onde partiu há cerca de quatro anos, em busca de uma vida melhor. Estava constantemente a enviar-nos fotografias maravilhosas daquele país inseguro e corrupto. Mas, disto só nos falava quando vinha de férias e se juntava ao grupo de jovens de Rossas, para, entre muitas outras coisas, umas belas tainadas de picanha no "Parlamento". De resto, estaria para vir de férias... Vinha sempre um pouco antes de Agosto. Estou triste!

sábado, 17 de julho de 2010

Coisas tremendas.

De férias e com disponibilidade até para as pequenas noticias, apanhei na Sábado uma pequena caixa intitulada Cadáveres pelo cano abaixo, noticia segundo a qual «as funerárias belgas defendem uma alternativa aos enterramentos: a dissolução dos corpos em ácido e o seu envio para os esgotos para serem tratados como águas residuais», coisa que parece mesmo estar a ser equacionada e praticada, já que, segundo adianta a noticia, a EU está a estudar a ideia, já usada nos EUA.
Sendo certo que os cemitérios, como hoje os vemos e concebemos, têm os dias contados, e caminhamos a passos largos para a cremação obrigatória, aquela hipótese, pelos vistos já praticada, parece-me tremenda!
Sou condescendente com a Cremação e aceito-a como uma inevitabilidade forçada, nomeadamente, por questões de salubridade pública. Vejo nesta também a possibilidade dos crentes poderem recuperar o preceito tão caro aos nossos antepassados - desdito com a proibição dos enterramentos no interior das igrejas e capelas - de que “o descanso dos mortos, é no seio dos vivos”. Assim o quero, porque, para além do mais, a morte faz parte da vida!
Agora, aquela solução!? Oxalá nunca tenhamos que chegar a tal. A tamanho desprendimento e desinteresse pelo derradeiro destino dos nossos entes queridos, do nosso derradeiro destino!

Coisas simples.

De férias em Manta Rota, hoje, ao final da tarde, enquanto deitava os olhos às noticias, comecei a ouvir pequenas batidas na varanda do piso superior. Depois de ter encontrado a varanda cheia de cascas de pinhões de pinhas dos pinheiros mansos do jardim e das redondezas, julguei poder observar a explicação nessas pequenas, mas constantes, batidas.
Subi devagarinho e coloquei-me à espreita! Eis senão quando, observei um passarito em enorme azáfama a tentar abrir um dos pinhões que acabara de trazer do jardim. Mas, o raio do pinhão parecia estar ainda muito verde e não queria partir. De forma continua, o passarito apanhava o pinhão, esvoaçava ao telhado e, acto continuo, voava em direcção ao chão, deixando-o cair com força na varanda… Vezes repetidas sem conseguir o objectivo; voou até ao pinheiro em frente, dando a ideia de ir procurar um pinhão mais seco. Não pude esperar, mas, a avaliar pela quantidade de cascas na varanda, terá encontrado outro mais fácil de partir. Uma situação maravilhosa e enternecedora, a juntar ao já habitual banho matinal dos passaritos na piscina.
Amanhã, vou lá colocar alguns pinhões descascados…

sexta-feira, 16 de julho de 2010

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Parabéns à Santa Casa da Misericórdia de Arouca!

Desta feita, não pelos 400 anos que se encontra a comemorar, mas, pela sensibilidade que vem demonstrando relativamente ao seu património.
Depois do excelente trabalho de recuperação, restauro e valorização realizado na Capela da Misericórdia, sita na Praça Brandão de Vasconcelos, a Misericórdia tem vindo a dedicar atenção, assumindo, preservando, salvaguardando e valorizando o património que tem um pouco por toda a vila de Arouca e que muito valor e interesse lhe confere.
Estas simples placas colocadas nos cruzeiros e outros elementos patrimoniais, para além de ajudarem a "ler" e esclarecer a história da vila e da Santa Casa, dizem da propriedade do elemento e/ou imóvel e estabelecem um compromisso de atenção, zelo, preservação e salvaguarda.
Tanto património existe ainda em Arouca necessitado de um compromisso semelhante!

Parabéns à Fábrica da Igreja de Urrô!

Parabéns à Fábrica da Igreja de S. Miguel de Urrô, pelos arranjos exteriores realizados no Adro da Igreja Matriz e zona envolvente do Cemitério. Está ali um bom exemplo do que deve e como deve ser feito, para tornar um espaço agradável, ajudando à preservação e valorização do património, que neste caso se encontra classificado como Imóvel de Interesse Público, desde 1951.

sábado, 3 de julho de 2010

Descobertos fósseis vegetais em Arouca

Foram encontradas cerca de 15 táxons de fósseis vegetais, com 310 milhões de anos, pertencentes ao período Carbónico (Era Paleozóica)
A dedicação e empenho de um grupo de jovens de todo o país na campanha paleontológica 2010, orientados pelo Coordenador Científico do Geopark Arouca, Artur Sá, resultaram na descoberta de fósseis vegetais nunca antes encontrados no território Geopark Arouca. Esta actividade inserida no programa Ocupação Científica de Jovens nas Férias promovida pelo Ciência Viva decorreu de 27 de Junho a 2 de Julho.
Para assinalar esta importante descoberta, Artur Sá deu a conhecer alguns dos exemplares de fósseis vegetais encontrados no vale do rio Paiva. Este paleontólogo referiu que foram encontradas cerca de 15 táxons (diferentes grupos) de fósseis vegetais, com 310 milhões de anos, pertencentes ao período Carbónico (Era Paleozóica), altura em que existiram frondosas florestas no planeta Terra, que deram origem aos carvões de S. Pedro da Cova e do Pejão, explorados em concelhos vizinhos.
O resultado desta campanha paleontológica será dada a conhecer à comunidade científica em Outubro deste ano, durante a IX Conferência Europeia de Geoparks da UNESCO, a decorrer na Grécia.
Esta actividade paleontológica terá continuidade proporcionando, assim, o aumento do conhecimento científico do Geopark Arouca.

quinta-feira, 1 de julho de 2010

FAMA FOI FUNDADA HÁ DEZ ANOS

Faz este mês 10 anos era eleita a primeira Direcção da Federação das Associações do Município de Arouca. Iniciava-se assim a actividade deste organismo fundado no dia 10 de Abril daquele mesmo ano por alguns dos mais influentes dirigentes associativos, em nome de algumas das mais renomadas associações do município de Arouca.
A maioria dos dirigentes associativos, assim como os dirigentes políticos do município, há muito sentiam a necessidade de um organismo que tivesse em vista a representação das associações, substituindo-as na reivindicação de melhores e maiores apoios técnicos, infra-estruturais e financeiros para o desenvolvimento das suas actividades, assim como na promoção de actividades de reconhecimento e divulgação das mesmas, não se discutindo já o insubstituível papel do associativismo como instrumento de participação cívica de formação e de desenvolvimento local. Por outro lado, há muito se tornava urgente acabar com uma certa discricionariedade e falta de critérios justos e transparentes na atribuição de subsídios por parte do município e há muito que este clamava por uma entidade que intermediasse o relacionamento com as cerca de sete dezenas de associações então existentes em Terras de Santa Mafalda.
Antes de mais, era necessário divulgar a recém-criada Federação e afirmar a sua imagem. Trabalho que foi feito junto das associações do município, das instituições e organismos locais, assim como regionais e nacionais. Ao mesmo passo, foi divulgada e promovida a estruturação dos organismos federativos e políticos a nível nacional, assim como dos programas de apoio específico às associações.
Era necessário começar por chamar as associações e organismos oficiais a pronunciarem-se sobre o estado do Movimento Associativo no Município de Arouca. Com este objectivo, a FAMA começou por realizar o ENCONTRO DE ASSOCIAÇÕES DO MUNICÍPIO DE AROUCA.
Quanto à promoção, divulgação e reconhecimento das actividades e associações do município, nos primeiros quatro anos de existência da Federação, foram utilizados vários meios e desenvolvidas algumas actividades, destacando-se uma PÁGINA NA INTERNET e o JORNAL DAS ASSOCIAÇÕES – de que se compuseram seis números, que por serem editados sem verbas especificas, a expensas dos dirigentes da Federação e patrocínios de entidades privadas, se destinaram às associações, organismos e entidades oficiais locais, regionais e nacionais. Numa estruturação idêntica em todos os números, à excepção do último que foi ajustado no seu design ao novo logótipo, a Federação procurou dar conta da sua agenda, de reivindicações para a resolução de situações concretas, divulgação e reconhecimento das actividades das associações. A folha central de cada um dos números destinou-se ainda a entrevistas de cinco carismáticos dirigentes associativos.
Dentre as várias actividades incluídas nos primeiros planos de acção, nem todas se chegaram a realizar, por falta de condições financeiras e/ou materiais, ou como no caso do Corso de Carnaval e Campeonato Municipal de Futebol, para não se substituir e/ou desviar atenções dos inúmeros bailes e torneiros então levados a cabo e bem por muitas das associações. Sobrava espaço para um CAMPEONATO MUNICIPAL DE JOGOS TRADICIONAIS – levado a efeito no contexto das comemorações do 25 de Abril, em parceria com o Município. A final dos Jogos de Matraquilhos, Snooker, Damas, Malha e Sueca, realizava-se assim na vila de Arouca, depois de desenvolvidos os respectivos campeonatos, em espaços próprios das associações que reuniam condições para a realização dos mesmos. No último ano dos primeiros dois mandatos, a final do campeonato municipal, ditou ainda o apuramento para o Nacional de Jogos Tradicionais, realizado pela Federação das Colectividades Portuguesas.
A visita aos espaços próprios das Associações e a presença em inúmeras actividades, nomeadamente em Torneios de Futebol e Festivais de Folclore, motivou a elaboração de um CATALOGO DE FOLCLORE AROUQUENSE – para divulgação do historial dos vários grupos folclóricos arouquenses, assim como a divulgação dos respectivos contactos. Foram feitos 500 exemplares, expedidos em quantidade aos respectivos grupos folclóricos, a entidades e organismos locais, regionais e nacionais.
Mas, no que toca aos méritos das associações de Arouca e ao reconhecimento das actividades por elas desenvolvidas, era necessário ir mais longe. Era necessário divulgar, reconhecer, agraciar e agradecer o empenho e dedicação dos dirigentes, o mérito, impacto e relevância das actividades desenvolvidas. Com estes propósitos em vista, é realizada a GALA DOS PRÉMIOS DAS FAMA – realizada no Cinema Globo d’Ouro, aonde se divulgaram os resultados da votação feita através de um jornal local e se premiaram os respectivos vencedores de cada uma das categorias.
Com o aproximar do fim dos primeiros quatro anos de actividade, e do segundo mandato, justificava-se trazer ao papel o estado do Associativismo no Município de Arouca, volvidos estes primeiros anos de existência da Federação. Realiza-se assim o INQUÉRITO AO MOVIMENTO ASSOCIATIVO NO MUNICIPIO DE AROUCA – endereçado a todas as associações, posteriormente devolvido por aquelas e trabalhado em gráficos, cuja apresentação se realizou publicamente e se fez incluir no último número dos Jornal das Associações.
Durante os primeiros dois mandatos, e à excepção de patrocínios e donativos pontuais de entidades privadas e apoios parcos e muito específicos para uma ou outra actividade por parte da Câmara Municipal, a Federação viveu essencialmente a expensas dos seus dirigentes, que, para além dos esforços e prejuízos pessoais e profissionais, transformaram os seus custos com as actividades próprias da Federação em donativos.
Chegado o final do segundo mandato, os dirigentes de então não procuraram garantir os sucessores. Era chegada a hora dos órgãos emergirem novamente das Associações reunidas em Assembleia especifica para o efeito. Era chegada a hora das Associações ditarem o rumo próximo da Federação, envolvendo-se de forma activa, participativa e em igualdade de circunstâncias. Só assim se conseguiria dar mais força e maior legitimidade à Federação! Não foi isso que se fez! Volvidos dez anos, a Federação nunca conseguiu valer e prevalecer por si própria! Nunca conseguiu ser uma instituição, para além e independentemente dos seus dirigentes! Talvez nunca tenha conseguido ser legítima e reconhecidamente a Federação das Associações do Município de Arouca!
É pena, porque faz falta um organismo que prossiga aquele objecto! Mais do que os dirigentes, que passam, as Associações e o Município, que ficam, deveriam, pugnar por isso!

António Jorge Brandão de Pinho,
(primeiro presidente da Direcção)