quinta-feira, 1 de julho de 2010

FAMA FOI FUNDADA HÁ DEZ ANOS

Faz este mês 10 anos era eleita a primeira Direcção da Federação das Associações do Município de Arouca. Iniciava-se assim a actividade deste organismo fundado no dia 10 de Abril daquele mesmo ano por alguns dos mais influentes dirigentes associativos, em nome de algumas das mais renomadas associações do município de Arouca.
A maioria dos dirigentes associativos, assim como os dirigentes políticos do município, há muito sentiam a necessidade de um organismo que tivesse em vista a representação das associações, substituindo-as na reivindicação de melhores e maiores apoios técnicos, infra-estruturais e financeiros para o desenvolvimento das suas actividades, assim como na promoção de actividades de reconhecimento e divulgação das mesmas, não se discutindo já o insubstituível papel do associativismo como instrumento de participação cívica de formação e de desenvolvimento local. Por outro lado, há muito se tornava urgente acabar com uma certa discricionariedade e falta de critérios justos e transparentes na atribuição de subsídios por parte do município e há muito que este clamava por uma entidade que intermediasse o relacionamento com as cerca de sete dezenas de associações então existentes em Terras de Santa Mafalda.
Antes de mais, era necessário divulgar a recém-criada Federação e afirmar a sua imagem. Trabalho que foi feito junto das associações do município, das instituições e organismos locais, assim como regionais e nacionais. Ao mesmo passo, foi divulgada e promovida a estruturação dos organismos federativos e políticos a nível nacional, assim como dos programas de apoio específico às associações.
Era necessário começar por chamar as associações e organismos oficiais a pronunciarem-se sobre o estado do Movimento Associativo no Município de Arouca. Com este objectivo, a FAMA começou por realizar o ENCONTRO DE ASSOCIAÇÕES DO MUNICÍPIO DE AROUCA.
Quanto à promoção, divulgação e reconhecimento das actividades e associações do município, nos primeiros quatro anos de existência da Federação, foram utilizados vários meios e desenvolvidas algumas actividades, destacando-se uma PÁGINA NA INTERNET e o JORNAL DAS ASSOCIAÇÕES – de que se compuseram seis números, que por serem editados sem verbas especificas, a expensas dos dirigentes da Federação e patrocínios de entidades privadas, se destinaram às associações, organismos e entidades oficiais locais, regionais e nacionais. Numa estruturação idêntica em todos os números, à excepção do último que foi ajustado no seu design ao novo logótipo, a Federação procurou dar conta da sua agenda, de reivindicações para a resolução de situações concretas, divulgação e reconhecimento das actividades das associações. A folha central de cada um dos números destinou-se ainda a entrevistas de cinco carismáticos dirigentes associativos.
Dentre as várias actividades incluídas nos primeiros planos de acção, nem todas se chegaram a realizar, por falta de condições financeiras e/ou materiais, ou como no caso do Corso de Carnaval e Campeonato Municipal de Futebol, para não se substituir e/ou desviar atenções dos inúmeros bailes e torneiros então levados a cabo e bem por muitas das associações. Sobrava espaço para um CAMPEONATO MUNICIPAL DE JOGOS TRADICIONAIS – levado a efeito no contexto das comemorações do 25 de Abril, em parceria com o Município. A final dos Jogos de Matraquilhos, Snooker, Damas, Malha e Sueca, realizava-se assim na vila de Arouca, depois de desenvolvidos os respectivos campeonatos, em espaços próprios das associações que reuniam condições para a realização dos mesmos. No último ano dos primeiros dois mandatos, a final do campeonato municipal, ditou ainda o apuramento para o Nacional de Jogos Tradicionais, realizado pela Federação das Colectividades Portuguesas.
A visita aos espaços próprios das Associações e a presença em inúmeras actividades, nomeadamente em Torneios de Futebol e Festivais de Folclore, motivou a elaboração de um CATALOGO DE FOLCLORE AROUQUENSE – para divulgação do historial dos vários grupos folclóricos arouquenses, assim como a divulgação dos respectivos contactos. Foram feitos 500 exemplares, expedidos em quantidade aos respectivos grupos folclóricos, a entidades e organismos locais, regionais e nacionais.
Mas, no que toca aos méritos das associações de Arouca e ao reconhecimento das actividades por elas desenvolvidas, era necessário ir mais longe. Era necessário divulgar, reconhecer, agraciar e agradecer o empenho e dedicação dos dirigentes, o mérito, impacto e relevância das actividades desenvolvidas. Com estes propósitos em vista, é realizada a GALA DOS PRÉMIOS DAS FAMA – realizada no Cinema Globo d’Ouro, aonde se divulgaram os resultados da votação feita através de um jornal local e se premiaram os respectivos vencedores de cada uma das categorias.
Com o aproximar do fim dos primeiros quatro anos de actividade, e do segundo mandato, justificava-se trazer ao papel o estado do Associativismo no Município de Arouca, volvidos estes primeiros anos de existência da Federação. Realiza-se assim o INQUÉRITO AO MOVIMENTO ASSOCIATIVO NO MUNICIPIO DE AROUCA – endereçado a todas as associações, posteriormente devolvido por aquelas e trabalhado em gráficos, cuja apresentação se realizou publicamente e se fez incluir no último número dos Jornal das Associações.
Durante os primeiros dois mandatos, e à excepção de patrocínios e donativos pontuais de entidades privadas e apoios parcos e muito específicos para uma ou outra actividade por parte da Câmara Municipal, a Federação viveu essencialmente a expensas dos seus dirigentes, que, para além dos esforços e prejuízos pessoais e profissionais, transformaram os seus custos com as actividades próprias da Federação em donativos.
Chegado o final do segundo mandato, os dirigentes de então não procuraram garantir os sucessores. Era chegada a hora dos órgãos emergirem novamente das Associações reunidas em Assembleia especifica para o efeito. Era chegada a hora das Associações ditarem o rumo próximo da Federação, envolvendo-se de forma activa, participativa e em igualdade de circunstâncias. Só assim se conseguiria dar mais força e maior legitimidade à Federação! Não foi isso que se fez! Volvidos dez anos, a Federação nunca conseguiu valer e prevalecer por si própria! Nunca conseguiu ser uma instituição, para além e independentemente dos seus dirigentes! Talvez nunca tenha conseguido ser legítima e reconhecidamente a Federação das Associações do Município de Arouca!
É pena, porque faz falta um organismo que prossiga aquele objecto! Mais do que os dirigentes, que passam, as Associações e o Município, que ficam, deveriam, pugnar por isso!

António Jorge Brandão de Pinho,
(primeiro presidente da Direcção)

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