terça-feira, 31 de janeiro de 2006

"Não acredito na auto-regeneração dos partidos"

Apesar de já o dizer e defender há cerca de três anos (e disso estar convencido há mais), não fui eu quem o disse. Foi a "voz maior" de Manuel Alegre, homem que deles ainda faz parte, referindo-se aos partidos que eu digo "saídos de Abril".
Quase em simultâneo, Pedro Passos Coelho, Vice-presidente do PSD, "batia com a porta", descrente nessa mesma possibilidade de auto-regeneração. Afinal, deve ter ficado a pensar naquilo que eu lhe disse há cerca de três anos na Universidade Lusíada!
«Acreditemos que uma NovaDemocracia é possível e que vale a pena lutar por Portugal, enquanto é tempo!»

"Arouca quer usar quintas para atrair desempregados"

Segundo o jornal "Público", «a Câmara de Arouca quer recuperar quintas abandonadas para proporcionar a auto-sustentação a quem está sem trabalho.»
Ora aí está mais uma ideia com a qual concordo e até entendo ser o mote para viabilizar e assegurar a manutenção de muitos dos investimentos que essas aldeias necessitam para servir o desiderato do tão ambicionado Turismo. Verdadeiro motor de desenvolvimento para Arouca. Matam-se dois coelhos de uma cajadada só! Soluciona-se o flagelo do desemprego e recupera-se o que de melhor temos para oferecer ao Turismo.
Para isso, «A Câmara de Arouca pretende recuperar as casas das quintas abandonadas das aldeias tradicionais do município, para que sirvam de morada a desempregados que queiram dedicar-se à agricultura biológica, ao cultivo de produtos sem recurso a químicos.»
“O objectivo é encontrar no espaço rural uma forma de criar a sua própria auto-sustentação”, explica o presidente da Câmara de Arouca, Artur Neves. Nesse sentido, acrescenta, “é cedido um espaço a quem está na cidade e não consegue arranjar ocupação, que não tenha formas de viver”. “Porque há-de estar o Estado a subsidiar esta gente?”, questiona.
Pois, mas aqui, também eu questiono porque terá de ser Arouca a suportar tal factura? Antes de ir tão longe, porventura com implicações irreversíveis, trate-se de apurar se não há em Arouca gente nessa situação e até "casais novos" com dificuldades, que necessitem de um impulso e incentivo deste género. De certeza que há! É preciso ter cuidado com aquela ideia. Pode levar a implicações extremamente graves para Arouca. Antes de mais, é preciso juntar o útil ao agradável. E, neste caso, juntar o útil ao agradável, é juntar as raízes e sensibilidade das pessoas da terra às potencialidades do seu torrão natal.
Mude-se lá o título e diga-se, antes de mais, "Arouca quer usar quintas para solucionar a situação dos seus desempregados". Primeiro, devemos tratar dos "nossos filhos"; depois, então, porventura, dos "filhos dos outros"!
Cuidado Senhor Presidente com as ideias que lhe andam a "meter na cabeça" lá para os lados da "GAMP". Que os logros da entrada na Grande Área Metropolitana do Porto não sejam os de solucionar os flagelos que pelas cidades se vagueiam!!!

segunda-feira, 30 de janeiro de 2006

Moimento de Santo António vai ser trasladado

Segundo o jornal "Defesa de Arouca" da última semana, o Moimento, ou mais comumente dito Memorial de Santo António vai ser mudado do local onde se encontra actualmente e reimplantado naquele que terá sido o local da sua edificação original.
Começando pelo que devia ser o fim, devo dizer que apoio inteiramente a iniciativa. E, se é certo que nos devemos opor a que edificações antigas sejam mudadas ou adulteradas (e, principalmente, quando classificadas como monumentos nacionais), para que se proceda à abertura duma estrada ou uma qualquer outra construção, quando, como neste caso, o intento é conferir a dignidade que o monumento requer, deve merecer o nosso apoio. Claro está, desde que feita por quem nisso seja especializado e se cumpram todos os procedimentos que não levem à adulteração do monumento em causa.
Depois, acresce o facto do local onde se encontra actualmente não ser o local onde originalmente terá sido edificado. Mudança que se terá ficado a dever, justamente, à abertura da estrada nacional. No local actual, encontra-se mesmo à margem da estrada, onde hoje, manifestamente, é impossivel mantê-lo num estado digno.
Neste sentido, a intenção que o presidente da Junta actual traz já do mandato anterior merece o meu apoio. De resto, estou convencido que, com esta iniciativa, será dado mais um passo importante para a valorização do nosso património.
.
Como é sabido, o também chamado "Arco da Rainha Santa" por, segundo a lenda, estar ligado ao trajecto fúnebre da padroeira Rainha Santa Mafalda para Arouca, é um arco funerário medieval, em granito, sendo um dos seis monumentos deste género existentes em todo o País. É monumento nacional desde 1910.
Sobre este esplêndido monumento, o Doutor Filipe Simões escreveu nos seus Escritos Diversos (pág.329), uma possível explicação para aquela edificação a escassas centenas de metros do Convento de Arouca e, que o Dr. Simões Júnior transcreveu nas suas notas e, que pela importância e pertinência para o tema que estamos a tratar passo a transcrever:
««Antes de entrar na vila, junto de uma igreja que julgo ser de S. Pedro (foi sempre de Santo António), conserva-se um arco de granito extremamente curioso. Chamam-lhe MOIMENTO, e anda em tradição que teria sido erguido, bem como outros dois que se encontram na estrada de Rio Tinto e que não tive ocasião de observar, para comemorar o transito do cadáver da Rainha Dona Mafalda, daquela povoação, onde falecera, para o Mosteiro de Arouca, onde jaz sepultada. O cadáver fora milagrosamente transportado por uma mula sem guia.
A tradição é contestável, porque Ruy de Pina e Fr. Bernardo de Brito, afirmam que a Rainha falecera em Arouca. Um antigo e extenso epitáfio, que o segundo achara ainda inteiro, e Fr. António Brandão em grande parte, não refere tão importante facto, como seria o transito de Rio Tinto para Arouca. Enfim tudo leva a crêr que sobre a existência dos três menumentos se arquitectaria a lenda vasada nos moldes de outra muito conhecida que se refere aos cinco Mártires de Marrocos.
Seja como for, tem este monumento pela sua forma e dimensões a maior analogia com o de Odivelas, que todos supõem levantado para o transito de um cadáver real, querendo uns que fosse, conforme a tradição, o de el-rei D. Diniz, outros o de el-rei D. João I. Todavia o estilo difere muito, sendo ogival no monumento de Odivelas e românico no de Arouca.
Tem este a forma de um arco de volta redonda, no meio do qual foi horizontalmente atravessada uma pedra abaúlada como a campa de um tumulo. Esta pedra estriba-se de cada lado em duas pequenas colunas com capiteis. As faces do arco, os capiteis e colunelos são muito ornamentados, num estilo que se atribuiria melhor ao século XII que ao imediato. O exame dos outros dois monumentos, se por acaso existem de pé, daria provavelmente indicações mais importantes, até porque o de Arouca foi remexido e restaurado. Infelizmente não me foi possível seguir a estrada de Rio Tinto»».

sexta-feira, 27 de janeiro de 2006

Algo me diz que amanhã vamos ter este cenário na Serra da Freita.

"Não somos donos das instituições e, mesmo quando criadores, devemos saber separar-nos da criatura"

A ideia é mais ou menos esta e retive-a da entrevista dada por Miguel Cadilhe à TSF. Parecendo que não, a frase e a ideia nela contida, tem algo haver com aquilo que defendo em relação a muitas instituições e à generalidade das associações. De resto, coisa que se nota ao desenrolar este pequeno "bloco de notas".A ideia requeria mais desenvolvimentos mas, sob pena de gerar más interpretações em pessoas que sem se esclarecer na fonte tiram ilações descabidas e precipitadas, e, também assim, ser fastidioso nestes meus considerandos e a este respeito, registe-se apenas a frase e tome-se nota da ideia nela contida.

"Não se consegue agradar a gregos e a troianos"

E é tanto mais assim, quando, tão pouco, nem se procura fazê-lo.
Bom! Antes de mais, dizer que, por vezes, se usa dizer "Não se pode agradar a gregos e a troianos", mas é incorrecto dizê-lo, porque é possivel fazê-lo. Possivel é, e muitos tentam fazê-lo. Mas, mais tarde ou mais cedo, torna-se claro que o não conseguem por muito tempo. Daí que, seja mais correcto dizer que "Não se consegue agradar a gregos e a troianos". Mas, enfim! São as minhas divagações do costume! Vamos ao que aqui me traz.
Porventura, incorro num dos meus apontados defeitos e estarei a dar importância a uma coisa que, manifestamente, a não tem. Contudo, dada a minha propensão para falar de coisas da minha terra e, também assim, da suas gentes, entendo dever dar, ainda que minima, alguma importância às criticas que a esse respeito me são feitas, ainda que, quase sempre, de trás do arbusto. O que, de resto, tem uma leitura e um nome.
Confesso que jamais pretendi ou pretendo ferir as susceptibilidades de alguém injustamente. Quando o faço (ferir susceptibilidades), e julgo que o faço algumas vezes, já a montante se deu a razão para o fazer. E, por isso, aí sustento a justiça das susceptibilidades que eventualmente possa ferir. De resto, jamais o faria se não tivesse como o sustentar.
Normalmente, participo em fóruns na internet, onde dou a cara e assumo aquilo que digo, e, há uns tempos para cá, alimento este "meu rumo" sem qualquer pejo em que o mesmo se transforme, mormente os primeiros post's num pequeno Bigbrother sobre alguns aspectos da minha vida pessoal. Lá diz o ditado que
quem não deve não teme!
Mas, como diz outro ditado: quem anda à chuva molha-se! Pelo que, de vez em quando, lá vai aparecendo alguém com coragem (ou não!) para dizer ou indiciar coisas que, lá fora ou cá dentro, o carácter(ou falta dele) e a falta de fundamento, não lhe permite dizer.
Assim, e contráriamente ao que possa parecer, deixo recado de que estimo muito aqueles que, dando a cara, me vão fazendo criticas justas, concretas e sustentadas. Vejo nisso escola!
Contudo, até hoje, poucas vezes tive esse privilégio. Mas, que as há, há!
.
.
.
O mundo não é assim tão pequeno! Mas, a maldade também não pode ser assim tão grande!
.
Apesar de ter dito o contrário ao Administrador do Arouca.biz, o facto é que o mundo não é assim tão pequeno!
Por volta do meio-dia de ontem, Domingo 8 de Janeiro, inscreveu-se como novo membro no fórum do Arouca.biz, "ajpinho". E, não sei porquê, talvez por uma velha, alegada e caracteristica mania da perseguição, cheira-me a confusão ou má intenção.
Sem me querer arrogar à propriedade de nomes que se confundam com o meu, o que é facto é que aparecer um "ajpinho" numa comunidade tão pequena como é a do fórum do Arouca.biz, não deixa de ser uma grande coincidência. Tanto mais, quando em Arouca, o nome mais parecido com o meu é António Jorge de Almeida Pinho e, não se trata desse. Podia, mas não se trata!
Mesmo sendo pouco conhecido e não tendo pretensões a sê-lo mais, pelo menos a curto prazo, chamo-me António Jorge Brandão de Pinho, uso assinar A. J. Brandão de Pinho há muito tempo a esta parte e, participo com alguma regularidade no fórum do Arouca.biz com um nick name que corresponde ao meu verdadeiro nome - António Jorge - o que, para muitos também não é fácil. Ter coragem para dar a conhecer o que se pensa, dando trunfos ao adversário (se é que o há), não é para qualquer um!
A participação daquele novo membro (e não sei o que vai e como vai escrever) mesmo que não seja mal intecionada, provocará alguns mal entendidos entre os poucos que me conheçem. Pelo que, se assim suceder, será um desafio interessante ter que salvaguardar a minha imagem e bom nome. Confesso que até gosto dessas coisas! Dão-nos um enorme traquejo para a vida lá de fora, onde eles aparecem mais medrosos...
Pese embora, cada um seja livre de usar o nome que bem entender e, nomeadamente o próprio, se for o caso, o certo é que a boa-fé não permitirá que um e outro se confunda, porque de contrário está tudo dito!
Contudo, tenho para mim que o mundo não é assim tão pequeno! E, até desconfio que esse tal "ajpinho" passa por aqui. Será uma pessoa que se diz minha amiga, mas, pouco corajosa e muito fraca! Mas, a ver vamos o que nos traz este meu homónimo!
Nas sábias palavras de Paulo Geraldo: «...Poderíamos dar ouvidos ao medíocre que quer instalar-se em nós (ou à mediocridade que os outros nos querem atribuir). E evitar, por medo e preguiça, as dificuldades, as complicações, o sonho. Mas "evitar o perigo não é, a longo prazo, tão seguro quanto expor-se ao perigo. A vida é uma aventura ousada ou, então, não é nada".».
Uma coisa é certa, no momento de associar o nome à careta, nenhuma confusão existirá!
__________________
Será que o "ajpinho" passou por aqui? Apesar de ser ter registado (n.º131) no fórum, o certo é que ainda não consta da lista de membros. Afinal, o mundo parece não ser assim tão pequeno!

250 anos de Mozart: 1756 - 2006

A 27 de Janeiro de 1756, nascia em Salzburgo, Johannes Chrisostumus Wolfang Theofilus Mozart. Era Wolfang Amadeus Mozart, o menino-prodígio, o genial compositor, um dos mais produtivos na história da música ocidental.
É assim que dele falam neste como ao longo dos muitos dias dos 250 anos que hoje passam. Confesso que de música, nomeadamente clássica, nada percebo, mas que a ouço, ouço. Pareçe uma vaidade dizê-lo, mas, de facto, uma vez por outra lá ouço um ou outro cd de música clássica. E, o que é facto, é que a "coisa" dá algum prazer. Remete-me para um outro tempo, suscita-me a visão das mais belas pinturas e dos mais belos sítios da história.
Assinale-se portanto!

terça-feira, 24 de janeiro de 2006

"Gigantes" tomam conta da Serra da Freita

Que diria ou faria o célebre cavaleiro D. Quixote de La Mancha se fosse, agora, à Serra da Freita? Certamente, pensaria duas vezes antes de avançar diante tantos "gigantes".
Quem não tem temido os "gigantes", a que chamam agora Torres eólicas, que povoam, cada vez mais, aquela pequena maravilha e todas as montanhas que por ali se estendem pela Gralheira e Montemuro até se perderem de vista, são os inúmeros curiosos que por aí fazem o passeio de Domingo.
Enfim! São um sinal dos nossos tempos, como o foram outrora os "moinhos de vento" que tanto afligiram D. Quixote.
Que, efectivamente, deles se possa retirar proveito que, pelo menos, compense o prejuízo que vieram causar àquele nosso reduto natural.

"Arouca e os Desafios do Urbanismo..."

"Informar e esclarecer sobre o regime jurídico do licenciamento urbanístico municipal e recolher sugestões e críticas para simplificar e abreviar os procedimentos inerentes à aprovação dos projectos, procurando melhorar os serviços da Divisão de Urbanismo da Câmara Municipal de Arouca. Estes são apenas dois dos objectivos a alcançar com o workshop que decorrerá sábado, 28 de Janeiro, da parte da manhã, no Cine-Estúdio dos Bombeiros Voluntários de Arouca."
.
Se assim for, a Câmara Municipal está, mais uma vez, de parabéns. Trata-se do calcanhar de Aquiles existente naquele edifício. Os processos dão lá entrada e permanecem por lá uma eternidade. A intenção pode levar a bons caminhos!
No entanto, é pena que do programa não conste uma visita a algumas obras (públicas e privadas) por aqueles técnicos licenciadas e avalizadas. Seria uma boa oportunidade para verificarem no terreno o concelho que estão "construir", as aberrações que estão (por acção ou omissão) a permitir. Também há muitos bons exemplos. Mas, quanto mais limpo o pano, mais se lhe nota a nódoa.
Pese embora a coisa não vá lá com uma simples "flecha no calcanhar", é um bom mote para começar a "domar o monstro". Que seja proveitoso!

segunda-feira, 23 de janeiro de 2006

Agora, "Sei que Portugal pode vencer"

"Não é pequena a tarefa que temos à nossa frente. O trabalho será longo e exigente. Estou ciente das nossas dificuldades do presente, mas anima-me o conhecimento da nossa história e a confiança que tenho nas capacidades dos jovens, das mulheres e dos homens do meu País. Eu sei, sabemos todos, que o destino dos povos depende sempre de nós .
À semelhança de tantos períodos, alguns mais difíceis, que em muitas épocas vivemos e fomos capazes de ultrapassar, também hoje eu confio, como sei que milhões de portugueses confiam, nas nossas capacidades como povo.
Encerramos hoje um longo ciclo eleitoral. Três eleições em menos de um ano. Cabe-nos agora, a todos, deitar mãos à obra."

domingo, 22 de janeiro de 2006

ESTÓRIAS DA HISTÓRIA DE AROUCA - II

Virgolino, o escravo da Casa de Terçoso
.
Um dos escravos que António Virgolino Mendes de Vasconcelos Cirne tivera em Africa, veio para a Casa de Terçoso, freguesia de Rossas, não se sabe bem quando, mas celebrizou-se pelo seu fim trágico. Virgolino era seu nome (provavelmente, devido ao nome de seu Senhor).
A Casa de Terçoso era, à altura, uma das maiores e mais abastadas casas do concelho de Arouca e, por isso, extensas as suas propriedades que abrangiam toda aquela encosta de Carvoeiro e Sinja que, da dita casa se estendiam até ao rio Urtigosa.
Assim, dadas as características das ditas terras, forçados se tornavam os trabalhos de amanho das mesmas. Por outro lado, a falta de água provocava os maiores suores nos meses de Verão, tanto mais que o sol apenas dava sossego àquelas propriedades e aos que nelas trabalhavam, passada a hora da merenda.
Nos inícios do século XVI, o Senhor da Casa, prometeu a liberdade a Virgolino, em troca de um pesado e penoso trabalho: para conseguir tão ambicionado ensejo, teria de conseguir fazer transportar água desde o ribeiro da Escaiba até à Quinta de Terçoso, numa distância de cerca de 2 Km.
Sem perder muito tempo, Virgolino pôs a precária ferramenta de que dispunha às costas e fez-se a caminho de tal empreendimento. Era tal o percurso para chegar à Escaiba que, uma vez aí chegado já nem forças para voltar lhe restavam. Mas, enfim, havia que por mãos à obra para conseguir a almejada liberdade.
Pelo cimo de abruptas rabinas, donde a mais pequena pedra que rebolasse só parava no ribeiro, rompendo fragas e abatendo duros obstáculos, Virgolino, após longos e penosos meses de trabalho, transportou a água desde o ribeiro da Escaiba até Terçoso. A sua satisfação era tanta que, de imediato, percorreu toda a extensão do rego, concertando a mais pequena ruptura e reforçando os bordos mais frágeis.
Daí por diante, nunca mais faltou água com fartura na Quinta de Terçoso e a tonalidade dos campos depressa o começou a evidenciar.
Contudo, chegada a hora de solicitar a prometida liberdade ou, pelo menos, o reconhecimento que lhe permitisse aliviar as costas de tamanhos trabalhos forçados, em vez de se lhe abrir a porta ou permitir endireitar o corpo, o escravo recebeu do seu Senhor a maior das ingratidões - continuaria a estar ao serviço da Quinta nessa qualidade.
Cansado, triste, desiludido, amargurado e desesperado, o escravo Virgolino apenas repetia e cada vez com mais frequência que: «os que me comeram a carne, também me hão-de chupar os ossos». Contudo, poucos ouvidos se deram aos delírios do pobre escravo.
No Outono seguinte, pelas vindimas, o escravo desapareceu. Procurado por todo o lado, Virgolino não apareceu!
Passados meses, ao esvaziar uma última pipa de vinho, foi enorme o espanto dos criados do morgado ao verem que no fundo quase desfeito, se encontrava o pobre escravo que ali se tinha deitado a afogar no dia da última vindima. Foi então que todos se lembraram das palavras que o escravo repetia cada vez com mais frequência durante a sua imensa tristeza e angústia.
.
(Estória baseada em já rara tradição entre poucas das pessoas mais idosas da freguesia).
.
Embora, já esgotada a finalidade para que foi concebido, esse tal rego do ribeiro da Escaiba para Terçoso, que ficou conhecido como o Rego do Preto, ainda hoje existe a rasgar aquela encosta.
Alegadamente, em sua memória, existe ainda hoje na parede da Casa de Terçoso, um busto que dizem ser o de Virgolino.
Um caminho pedestre traçado pela Câmara Municipal e pela Junta de Freguesia de Rossas, no ano de 2003, percorre, desde o cimo do lugar do Torneiro até ao ribeiro da Escaiba, o referido rego._________________
Próxima - "Capela da Senhora da Lage, de Rossas ou Urrô?"

quinta-feira, 19 de janeiro de 2006

Pedras Parideiras


Lá para os lados de Arouca,
existe algo de espantar
Pedras a parir pedras,
nós nem queremos acreditar
.
Vai gente de todo lado roubar,
à aldeia da Castanheira
E são muitos que lá vão catar,
as pedras da parideira
.
Na serra da Freita,vive a pedra mãe,
que anda a parir pedras como filhos
Elas são de granito e redondinhas,
que se apanham nos seus trilhos
.
Vão crescendo nas lajes,
e de grandes saltam para fora
É a explicação do povo,
que vai dando a toda a hora
.
Começa na grande rocha mãe,
e dizem que nunca vai morrer
Vai parindo pedra a pedra,
que os de fora as catam a correr
.
Deixem as pedras parideiras,
na sua raridade de nascer
por favor não as levem
porque sua mãe está a sofrer
.
Que a mãe pedra fique quieta,
na sua arte de parir e viver
Porque senão qualquer dia,
não há parideiras para o povo ver.

por Fernando Ramos

terça-feira, 17 de janeiro de 2006

Com "FAMA", mas sem proveito!

Vai para mais de meio ano, não há notícias da Federação das Associações do Município de Arouca. Temo que, também por este caso, se esteja a dar razão àqueles que dizem que o associativismo não é mais que um trampolim para a política. Coisa que, neste caso, para quem conhece a realidade, será injusto sustentar. Contudo, lá diz o povo que: quem não quiser ser lobo, que não lhe vista a pele!

O ainda presidente da Direcção da Federação, foi eleito nas eleições autárquicas, de Dezembro último, para a Assembleia de Freguesia de Rossas, vindo a assumir o cargo de Presidente da respectiva Junta de Freguesia e ao que se consta, entende ser incompatível o exercício de uma e outra funções, pelo que terá dito que iria renunciar ao mandato para o qual foi convidado (depois eleito) e, quando ainda se encontrava no primeiro ano desse exercício.
Contudo, volvido mais de meio ano após ter tácitamente cessado funções devido à sua candidatura à Assembleia de Freguesia de Rossas, nenhuma comunicação formal dessa pretendida renuncia chegou a acontecer, pelo menos até ao passado dia 14 de Janeiro último.
Entretanto, a Federação permanece num estado tal de letargia que me admira não preocupar os seus actuais dirigentes e até, mesmo, aqueles que apadrinharam a candidatura de José Paulo Oliveira à Assembleia de Freguesia de Rossas. Tanto mais, quando se trata de pessoas que reclamam grande protagonismo no movimento associativo de Arouca e disso fazem curriculum. Porventura, justamente! Não é isso que está em causa! Em causa, está a sua responsabilidade, também, já que nele têm e pretendem ter lugar, em assegurar que o “edifício associativo municipal” não se desmorone ou fragilize por passividade sua. É preciso estar com responsabilidade e disponibilidade nas coisas, mas, também delas sair com idêntica responsabilidade e respeito pelas pessoas que integram o seu edifício ou sobre ele criam expectativas.
É claro que não está aqui em causa a pessoa do presidente da Federação, a sua capacidade, competência e até mesmo o seu direito a renunciar ao mandato. Tão pouco, se visa procurar dizer que a “coisa” caiu como eu vinha a temer, dado ter tomado um rumo que havia sustentado não ser o mais indicado, nomeadamente no que tocou à minha sucessão. Uma vez que, defendia ser, aquela, altura das associações federadas assumirem e responsabilizarem-se pelo desiderato da sucessão, ao invés de se seguir a lógica da “sucessão feudal”que, a curto prazo, antevia eu, levaria a esmagadora maioria das associações a não dar a mínima relevância à Federação. Tanto mais, se esta enveredasse por um caminho alheio aos seus fins estatutários e, cada vez mais, assemelhado e até concorrencial com o das próprias associações federadas. Mas, não! Não é disso que, agora, se trata! Pese embora, seja notório que as associações não estão minimamente preocupadas com o estado actual da Federação. E, tão pouco, nela vêem qualquer proveito! O que é preocupante!
Trata-se, isso sim, de dar um pequeno eco sobre a preocupação em relação ao estado actual da “coisa” que, na qualidade de ex-presidente da Direcção daquela estrutura, entendo dever dar. E, podia-o dar noutra sede. No entanto, depressa a coisa era tida como alguma tentativa de obter algum protagonismo ou pretender fragilizar o ainda presidente da Direcção, ou actual presidente da Junta de Freguesia de Rossas. Contudo, nem uma nem outra coisas são pretensões minhas. Mas, à falta de sede própria (reuniões ordinárias ou extraordinárias da Federação) e não pretendendo eco maior para esta minha preocupação, fica aqui o registo, na certeza de que pessoas com o poder de decisão, por si (ou recomendadas) deste tomarão conhecimento.

sexta-feira, 13 de janeiro de 2006

27.º Aniversário dos Xutos & Pontapés

Faz hoje 27 anos acontecia a primeira actuação ao vivo dos Xutos & Pontapés, na comemoração dos "25 anos do Rock and Roll" na sala dos Alunos de Apolo. No dia seguinte, o seu nome é citado no programa de rádio "Os Caminhos do Rock" como sendo uma banda punk.
É a banda portuguesa que atravessa a minha geração e, por isso, não pode passar indiferente.
No mais, o espirito com que continuam a "levar a coisa", só nos rejuvenesce.
Assinale-se portanto!

Rádio Regional de Arouca em directo!

Já se encontra em funcionamento mais uma das funcionalidades do arouca.biz - o som da Rádio Regional de Arouca em directo para todo o mundo.
Com este serviço o arouca.biz marca pontos e assume-se, cada vez mais, como um sítio de passagem diária obrigatória para todos os arouquenses ou ligados a arouca.
É igualmente uma forma de dar outra grandiosidade ao 20.º Aniversário, que a rádio fundada pelo sobejamente conhecido Adelino Pinho, cumpre em Outubro próximo.
Atenção Senhores locutores da rádio, o público é agora mais abrangente, mas, também mais exigente!

O som em directo também por aqui!

terça-feira, 10 de janeiro de 2006

"Via verde" ao investimento em Arouca

A partir do dia 16 de Janeiro, os investidores em Arouca vêem facilitado o seu contacto com a Câmara Municipal de Arouca. Nesse dia entra em funcionamento o Gabinete Via Verde que tem como objectivos agilizar os procedimentos que visem o licenciamento de instalações que tenham como finalidade o exercício de actividades económicas, de modo a que os investimentos possam ser levados a cabo em tempo útil, e informar e apoiar tecnicamente os promotores de investimentos e de iniciativas empresariais com relevância para o desenvolvimento socio-económico do município.
A sessão pública de apresentação do projecto decorrerá sábado, 14 de Janeiro, pelas 15h, no Cine-Estúdio dos Bombeiros Voluntários de Arouca.
O Gabinete contará com um técnico afecto em regime de exclusividade a este projecto, tendo também uma linha telefónica directa (256 940 237) e um endereço de e-mail específico (viaverde@cm-arouca.pt este endereço de email está protegido de spam bots, você precisa de ter o Javascript activado para poder vê-lo) o que permitirá um contacto mais célere por parte de todos os interessados. O site da Câmara Municipal de Arouca também passará a disponibilizar, a partir de 16 de Janeiro, informação sobre este serviço.
Futuramente, o Gabinete funcionará em articulação com Gabinete de Apoio ao Empresário, estando neste momento a serem retomados contactos entre a Câmara Municipal de Arouca e a Associação Empresarial e Comercial de Arouca para reactivar aquela estrutura.

segunda-feira, 9 de janeiro de 2006

Eleições nos "Unidos de Rossas"

Uma das mais conhecidas colectividades de Rossas, a Associação Social, Cultural e Desportiva "Unidos de Rossas" foi a eleições para os seus órgãos sociais no último fim-de-semana de 2005. Ao que me foi dado conhecer, António de Almeida Azevedo Brandão, sócio fundador e presidente daquela associação desde a sua fundação, em 5 de Agosto de 1975, até finais de 2002, depois de ter dado a oportunidade para que associação tomasse outro rumo, volta a ver-se na obrigação de assumir a direcção da mesma.
De facto, há muito que eram conhecidas as dificuldades por que atravessa aquela conhecida associação e, também assim, a dificuldade em os mais jovens lhe "pegar".
Mais uma vez, é matéria em que estou particularmente à vontade para falar, sendo que, conhecendo bem a realidade daquela associação, e ao meu tempo de presidente da Direcção do Grupo Cultural e Recreativo de Rossas (associação "rival", ou não) ter escrito alguns artigos de opinião na "Defesa de Arouca", onde defendia a necessidade de renovação em associações como os "Unidos de Rossas", "Jornal Jovem de Alvarenga", "2002 Nogueiró" e até no "ACR de Mansores", sob pena destas associações pararem no tempo, pelo cansaço dos seus dirigentes e pelo cansaço dos próprios associados. Para mim, uma colectividade do género destas, nomeadamente nos seus órgãos sociais, é um sítio de passagem em determinada fase das nossas vidas (o tempo necessário para aprender, fazer obra e deixar exemplo) e, jamais, poderá ser um posto de que nos ocupamos e assim nos mantemos indefinidamente.
Contudo, aquilo que defendia, só viria a acontecer, com sucesso, no "ACR de Mansores". Todas as outras associações, dado hábitos contrários à sua razão de ser e vicios pouco compativeis com um rigoroso funcionamento, viriam a desembocar no pior dos cenários que em 1998-1999, havia pintado.
No entanto, também não pode deixar de ser apontado o dedo e responsabilidade aos associados (para mim, sempre os grandes responsáveis pelo rumo das respectivas associações) e aos mais jovens do desiderato pretendido para estas associações. Por vezes, e neste caso particularmente, revelam-se medrosos, incoerentes e mal agradecidos!
Assim, obrigo-me a reconhecer, apesar de tudo e mais uma vez, o grande valor do "Prof. António", pessoa sempre empenhada e coerente com as suas causas e, também assim, dado os curtos horizontes que lhe pinta, as suas angústias e tristezas por ver o estado a que chegou a situação e a falta de "mãos para lhe pegar". Dá, por isso, mais uma grande lição a todos nós! Principalmente àqueles que, como eu, lhe reservam o posto de uma das pessoas mais válidas e merecedoras de maior estima e respeito na freguesia de Rossas. Ele sabe disso! Porque já lho disse com a frontalidade e sinceridade que com ele uso falar.
Os maiores sucessos aos "Unidos de Rossas"!

Teatro em Rossas - "Três em lua-de-mel"

"Imagine que Dona Madalena de Vilhena havia de ir casar a Marrocos com o sr. Manuel Coutinho. Imagine ainda que no regresso a casa é surpreendida por uma carta do seu primeiro marido, João Romeira, dado como morto num desastre de avião há 5 anos atrás. O amparo da sua amiga Maria de Noronha, os desvarios da sua criada Clara e um Doutor em pijama contribuem para o caos na sua casa da Rua Castilho. Não bastando, Ernesto Miranda, um Inspector de Seguros, resolve ir "morrer" a sua casa quando vai em busca de um retratinho do morto, atraindo à casa a sua mulher Doroteia, parteira diplomada que ainda não esqueceu o amor da juventude pelo Doutor Telmo Pais. Uma comédia de costumes onde as peripécias se sucedem a um ritmo de fazer chorar a rir!"
.
Como já havia aqui dito, no passado sábado, no Centro Cultural de Rossas (como deve ser em situação de estreia) foi noite de estreia de "Três em lua-de-mel", uma peça de Henrique Santana, encenada e adaptada por Fernando Antunes, o já quase profissional, conhecido e reconhecido ensaiador e responsável pelo Grupo de Teatro do Grupo Cultural e Recreativo de Rossas.
Como tive hipótese de antever, advinhava-se mais um grande sucesso a juntar ao magnifico historial que esta colectividade rossense já soma. A sala encheu-se e, de facto, foram cerca de três horas de chorar a rir, com interpretações fantásticas, nomeadamente da Sara Soares, Odete Teixeira e, como não podia deixar de ser, do Rui Miguel Brandão.
.
Na qualidade de convidados estiveram presentes, entre outros: o senhor Director da Rádio Regional de Arouca, o senhor presidente da Junta de Freguesia, o Reverendo pároco da freguesia, o médico da Extensão de Saúde da Freguesia e o senhor presidente da Câmara Municipal de Arouca, que não deixaram de felicitar a associação por mais este trabalho e testemunhar in loco a força dessa velha tradição existente na freguesia de Rossas, referindo a necessidade de mais apoio e divulgação. A ver vamos!
Entretanto, já a próxima actuação conta com casa cheia, pelo que se advinha igual situação numa terceira e quarta noites já agendadas para o efeito e a ter lugar nos próximos dias 21 de Janeiro, 4 e 18 de Fevereiro. Entretanto, aquele Grupo de Teatro, volta a vestir a farpela de "Médico à Força", trabalho da época anterior, para subir ao palco em S. João da Madeira, já no próximo fim de semana.
Parabéns ao Grupo Cultural e Recreativo de Rossas e ao seu Grupo de Teatro!

sexta-feira, 6 de janeiro de 2006

ESTÓRIAS DA HISTÓRIA DE AROUCA - I

Um braço de Dona Mafalda por relíquia
.
Corria o já longínquo ano de 1615 quando, para trasladar o corpo de Dona Mafalda e reunir provas da sua alegada santidade para juntar ao processo de beatificação (que, por força de vicissitudes várias, só viria a concretizar-se em 27 de Julho de 1792, por bula de Pio VI), se teve de proceder à abertura da sepultura onde se encontrava o seu corpo.
Para este efeito, foram chamados ao local, entre outros: como legado apostólico o bispo de Lamego, Dom Martim Afonso Mexia de Tovar (bispo de 1614 a 1615), e a Madre Violante de Moura Coutinha.
Em redor da sepultura onde repousava a dita Senhora, seis homens puseram o máximo das suas forças para conseguir remover a pedra que fora colocada sobre a mesma. E, neste processo, eis que se dá o infortúnio da referida pedra cair sobre um dos braços de um negro, servidor do Bispo.
Contudo, atenuado o sofrimento do criado, e redireccionando atenções, uma vez aberta a sepultura, para espanto dos presentes, encontraram o corpo de Dona Mafalda, intacto, incorrupto e odoroso, envolto num manto de tafetá pardo.
De imediato acorreram ao local as outras religiosas do Convento para presenciarem o facto.
Foi então que, perante tão miraculoso acontecimento, e «…fieis à crença de que os mortos continuam a frequentar os vivos», nenhum dos presentes se inibiu de tentar beber um pouco do santo destino a que Dona Mafalda fora entregue. Todas as maleitas e infortúnios tinham ali a sua cura.
Com estes intentos, e alheios ao significado do vocábulo «profanar», cortaram parte do manto que estava sobre o corpo de Dona Mafalda, e dividiram-no em pequenos pedaços que cada uma das freiras tomou como relíquia.
Mas, relíquia maior haveria de caber ao Bispo Dom Martim Afonso Mexia de Tovar, ou não fosse o seu "ius imperium" e o infortúnio que recaíra sobre o seu criado.
Abeirando-se do corpo de Dona Mafalda - qual Lei de Talião: olho por olho, dente por dente - o Bispo tirou-lhe um braço inteiro e levou-o consigo por relíquia, recebendo grande consolação pelo cheiro e suavidade que saía do corpo da dita Senhora Infanta.
Outras religiosas inquiridas, em 28 de Julho de 1649, não só confirmam o facto testemunhado pela própria Madre Violante, como afirmam que o braço se encontra agora (1649) no mosteiro de S. Roque, em Lisboa.

Parecendo insólita a estória, o facto é que «…se até meados do século VII a Igreja defendeu a intangibilidade dos corpos dos santos, depois houve uma extraordinária difusão das relíquias corporais, que a multiplicação de transferências de sepulturas encorajou e proporcionou…».
Contudo, e para descanço dos seus fiéis devotos, a imagem reconstituída para colocar na urna de ébamo e prata, que se encontra actualmente na igreja do Convento, embora à primeira vista não pareça, ostenta os dois braços.

(Estória inédita baseada nos depoimentos recolhidos em 28 de Junho de 1649, para o processo de canonização de Dona Mafalda. Cfr. “Arouca. Uma Terra, um Mosteiro, uma Santa” , Arouca 2005, de Maria Helena da Cruz Coelho. pág.45 ss.)
.
Nota: esta é a primeira de 12 estórias que elaborei para publicar mensalmente no Jornal "Defesa de Arouca", durante o ano de 2006, mas que, não sei porquê, ainda não encontrei motivação para o fazer.
_______________
Próxima - "Virgolino, o escravo da Casa de Terçoso"

quarta-feira, 4 de janeiro de 2006

Eu é que agradeço!

Sopram novos ventos...

Para já, o novo elenco camarário está a agradar! A atitude do novo presidente da Câmara, seus vereadores e assessores, tem sido de disponibilidade e interesse por se inteirar de todos os problemas dos seus munícipes. A preocupação em conhecer as forças vivas do município, assim como o seu funcionamento, também se tem destacado nestes primeiros dias dos próximos quatro anos.
.
No entanto, como é sabido, os primeiros tempos são de aprendizagem e, também assim, propícios a algumas gaffes que, se aproveitadas pela oposição, poderão condicionar as primeiras passadas e intimidar algumas caminhadas.
Pelo que, não será dificil encontrar por aí muita gente a rezar e outra tanta a fazer figas.
Neste sentido, também a oposição deverá saber aproveitar os bons ventos e bons agrados e fazer uma oposição construtiva, ao invés de ir pelo caminho mais fácil, fazendo, como no passado recente, cair sobre si os prejuizos dos danos que por esse caminho, inabilmente, pretenderam causar.
Assim, se dentro em pouco tempo, se voltar a usar os mesmos argumentos e procedimentos do passado, depressa aquilo que apontam como defeito ou inabilidade dos outros, passam a ser os seus próprios defeitos ou inabilidades. Mudando a música, necessáriamente, terá de mudar a dança.
É necessário, por isso, uma atitude coerente com os novos tempos, novos protagonistas, novas formas de ser e estar. Porque, de facto, sendo verdade que o actual presidente disse ser um seguidor da politica do anterior, o certo é que a atitude é bem diferente.
Rasguem-se, por isso, os vencidos cardápios até agora utilizados!
Haja tolerância, benevolência e uma atitude construtiva, a bem de Arouca!

Ser feliz

“Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes, mas não esqueço de que minha vida é a maior empresa do mundo. E que posso evitar que ela vá à falência. Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver, apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise. Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e se tornar autor da própria história. É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar um oásis no recôndito da sua alma. É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida. Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos. É saber falar de si mesmo. É ter coragem para ouvir um “não”. É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta. Pedras no caminho? Guardo todas, um dia vou construir um castelo...”

Fernando Pessoa

domingo, 1 de janeiro de 2006

Ontem os desejos, hoje a realidade.

"(...)
Não somos poupados a sofrimentos, mas é-nos dada a possibilidade de reagir e continuar a avançar. Se temos saudade do que ficou atrás, também nos é permitido sonhar com o que está adiante. Se conservamos o sabor de derrotas que tivemos, também planeamos a vitória que se segue.
No jogo da vida, as derrotas deixam marcas, as feridas fazem mesmo doer, muitas vezes não recuperamos aquilo que perdemos. Estamos ancorados à realidade e, por isso, para nos divertirmos, para nos sentirmos como aventureiros no meio de tudo isto, temos necessidade de coragem. E de não calarmos aquilo que dentro de nós nos chama a um sonho, clama por aventura, pede para fazermos com a vida qualquer coisa que seja grande.
Poderíamos dar ouvidos ao medíocre que quer instalar-se em nós. E evitar, por medo e preguiça, as dificuldades, as complicações, o sonho. Mas "evitar o perigo não é, a longo prazo, tão seguro quanto expor-se ao perigo. A vida é uma aventura ousada ou, então, não é nada". Quem disse isto foi Helen Keller, a menina cega, surda e muda que veio a ser pedagoga e escritora.
A mediocridade tira toda a graça e todo o sal ao tempo que passamos aqui." (excerto de
"Divirtam-se", de Paulo Geraldo)
.
Enquanto ao pôr suceder o nascer do sol, assim pode ser! Façam dessa realidade que faz surgir cada novo dia uma nova possibilidade, uma nova oportunidade. Divirtam-se!