quinta-feira, 29 de março de 2012

A propósito da antiga matriz e cemitério de São Bartolomeu de Arouca, das revoltas passadas e presentes…

Nos últimos tempos, a reboque das intervenções que estão a decorrer no centro da vila, nomeadamente na Praça Brandão de Vasconcelos e nas imediações do Mosteiro, muito se tem falado de património, nomeadamente dos elementos que a intervenção com vista à regeneração tem trazido à consideração. No entanto, muitos têm sido aqueles que se têm servido do que vai aparecendo apenas para sustentar posições políticas e poucos têm sido aqueles que têm aproveitado o ensejo para cavar mais fundo, confrontando e/ou confirmando as teses daqueles que sobre esse património investigaram e escreveram, ousando, assim, ir para além das estórias, oferecendo novos contributos e novas leituras à história da nossa terra e da nossa gente.

sexta-feira, 23 de março de 2012

Últimas escavações na Praça Brandão de Vasconcelos revelam ossadas humanas

Um achado recente de partes de esqueletos humanos, anteriores à edificação da antiga igreja de São Bartolomeu de Arouca, foi revelado esta semana.
Decorreu no passado dia 22 de Março uma visita guiada às obras de regeneração da Praça Brandão de Vasconcelos, no centro histórico da vila de Arouca, em que o objectivo da autarquia foi dar a conhecer os achados arqueológicos, com destaque para as fundações da antiga igreja paroquial de São Bartolomeu e para dois vestígios recentes de ossadas, anteriores à construção do templo. Para a comitiva estavam convidados os membros da Assembleia Municipal, os comerciantes da zona envolvente às obras, e a associação que mais tem contestado a opção urbanística de alteração daquele espaço central. «Quisemos que se evitasse mais especulação a propósito das revelações que um jornal local [o RV] deu ao apresentar fotografias de ossadas, que não eram humanas», afirmou Artur Neves no local.
Os trabalhos de arqueologia decorrem já desde o passado mês de Novembro, num acompanhamento «exaustivo» em todas as frentes de obra, havia já referido o mesmo autarca na última Assembleia Municipal. «A equipa técnica tem trabalhado de forma altamente profissional, sob a coordenação dos arqueólogos Helena Marçal e João Rebuge», dá conta a Câmara em comunicado distribuído à comunicação social.

quarta-feira, 21 de março de 2012

Eventual fusão no Norte "empata" obras com financiamento garantido em Arouca e Castelo de Paiva

Os autarcas de Arouca e Castelo de Paiva alertaram hoje que a eventual fusão dos sistemas intermunicipais de abastecimento e saneamento do Norte está a pôr em risco o financiamento comunitário já garantido para as obras nos seus concelhos.
José Artur Neves, presidente da Câmara de Arouca, diz-se "desolado e revoltado" com a proposta de fundir numa só empresa os quatro sistemas multimunicipais, por considerar que, sendo tardia, a medida "só vem empatar" os projetos com que certas autarquias querem avançar e que, na sua opinião, o Governo prefere impedir.
"Esta eventual fusão não tem nada de positivo", declarou o autarca de Arouca à Lusa. "Teria lógica há muitos anos, quando era preciso que todos os municípios trabalhassem no mesmo sentido em vez de cada um fazer como lhe apetece, mas, se não houve solidariedade nessa altura, não é agora que o Governo pode pedir que os municípios que conseguiram ser sustentáveis sejam solidários com os que têm dívidas".
José Artur Neves reconhece a situação "difícil" dos municípios de Trás-os-Montes, onde o preço da água é mais caro e haveria vantagens na fusão, mas afirma que "se não houve uma política acertada desde o início nesta matéria, não se pode pedir agora a quem tem as tarifas mais baixas que as vá subir para ajudar os outros".

sábado, 17 de março de 2012

IGESPAR não autoriza que se trabalhe as pedras acrescentadas na reconstituição do Portal do Terreiro

Ainda decorriam os trabalhos de reimplantação do antigo Portal do Terreiro de Santa Mafalda, já os transeuntes se questionavam se as pedras novas acrescentadas na reconstituição seriam para ficar assim, sem ser trabalhadas, diferenciando-se no conjunto. É verdade! O IGESPAR defende a demarcação entre o antigo e o novo e, contráriamente à opinião que lhe terá sido veiculada pela própria Câmara Municipal, não autorizou que as mesmas fossem trabalhadas.
Com o devido respeito pela corrente que parece estar em voga, até porque não sou autorizado na matéria, julgo que essa diferenciação não se deveria aplicar a peças de conjunto, mas, apenas, a construções ou colocação de elementos anexos e/ou paralelos a outros já existentes. O que defendo até! Agora, no caso concreto, e no mais, a corrente em voga parece pretender referir que os canteiros do nosso tempo não trabalham as pedras como as trabalhavam os canteiros de tempos idos. O que é um tremendo disparate e um tamanho desapreço pela arte e habilidade do nosso tempo. O que ali fica patente não é uma distinção entre o que é novo e o que é antigo, mas, antes uma distinção entre o que é novo e não está trabalhado e o que é antigo e está trabalhado. Coisa bem diferente e que, no caso em apreço, não faz sentido. Mais! Fica a atenção que o conjunto merece, completamente desviada para o pormenor das pedras não trabalhadas que lhe foram acrescentadas. Chamará a atenção não pela sua beleza arquitectónica de conjunto, mas pela diferenciação que uma corrente em voga lhe resolveu implementar! É mesmo um abuso que se utilize uma peça antiga para evidenciar uma corrente em voga!
Poderei estar enganado, mas, julgo ter vislumbrado recentemente na Cerca do Mosteiro, algumas das pedras que se diziam estar em falta e, por isso, deram lugar àqueles novos acrescentos. O que se lamenta!

sexta-feira, 9 de março de 2012

Centro Cultural de Rossas vai ser requalificado

Segundo a edição desta semana do jornal "Discurso Directo", a Junta de Freguesia de Rossas terá pedido ajuda à Câmara Municipal para fazer um projecto de remodelação do Centro Cultural, sito no lugar do Paço.
Desde há muito que defendo que aquele edifício necessita de uma reorganização das valências que alberga e uma melhor redefinição das utilidades e serviços que aí deverão ser colocados ao serviço da população. Tive mesmo oportunidade de deixar algumas ideias/recomendações no período em que integrei a Assembleia de Freguesia. Sou, portanto, a favor de uma reorganização daquele equipamento e de tudo o que vá no sentido de melhorar as suas condições, nomeadamente, para a realização de espectáculos culturais, especialmente de Teatro.
No entanto, e até por uma questão de coesão da freguesia, mas também de credibilidade da própria Junta, parece-me que esta intenção não deveria ter ultrapassado outras
intenções e promessas mais antigas e que deveriam ser prioritárias, nomeadamente a da construção de uma Casa da Cultura no lugar de Provizende.
Com os melhoramentos que estão a ser realizados na parte baixa da freguesia (construção do Pólo Escolar de Rossas, Arranjo urbano do troço Senras - Fonte e da Beneficiação da Avenida da Barroca ao fundo do Paço), parece-me que a altura, pela referida coesão e até por uma questão de justiça para com a parte alta da freguesia, era de chamar algum investimento para aquele que é o lugar mais populoso e mais distante do centro da freguesia de Rossas. Mas, mais do que minha, certamente, esta deveria ser uma visão e preocupação da Junta de Freguesia, uma vontade e reivindicação da população de Provizende!

Na oportunidade, e em face destas novas intenções, impõe-se, portanto, a pergunta: o que foi feito do projecto para a Construção da Casa da Cultura de Provizende que estava quase pronto em 2006 e cuja obra era para arrancar ainda antes do final desse ano?

Mas, a oportunidade é também a de chamar a atenção da própria população da parte alta da freguesia e denunciar a sua aparente demissão de lutar por objectivos legítimos antigos, deixando inclusive de marcar presença assídua e reivindicativa nas assembleias de freguesia, como aconteceu outrora!

sábado, 3 de março de 2012

A reboque do convite da Câmara à Olhares Contemporâneos para realizar um livro de fotografias...

A Câmara Municipal convidou a associação "Olhares Contemporâneos - Associação de Fotografia", a realizar um livro com fotografias de Arouca. Não sei se o tempo que vivemos reserva orçamento para essas coisas, mas, se houver folga para isso, nada contra. Acho mesmo merecido o convite à jovem associação, cujo talento dos seus dirigentes e associados para a fotografia tem vindo a ser evidenciado, revelando frequentemente os melhores planos, aspectos, elementos e enquadramentos que a nossa terra oferece.

Mas, entretanto, e como já aqui havia chamado à atenção da Câmara, e até feito um pedido à associação, podia o Município desafiar os elementos da "Olhares Contemporâneos" a captar as melhores perspectivas do Património de Arouca, nomeadamente, para dar outra imagem à promoção que dele se procura fazer, esquecendo, no entanto, os pormenores e as devidas e necessárias actualizações, de que é exemplo o próprio sítio oficial do município.

sexta-feira, 2 de março de 2012

Património Arqueológico de Escariz esquecido...

Logo que me apercebi que a edição do jornal "Discurso Directo" desta semana trazia uma entrevista à presidente da Junta de Freguesia de Escariz, confesso que tive esperança de ver aí colocada alguma questão sobre o estado do vasto património arqueológico daquela importante freguesia de Arouca. Mas, não! Não lhe foi colocada qualquer pergunta e Fernanda Oliveira também não reconduziu qualquer resposta para esse tema. É pena! Recordo que foi o tema mais desenvolvido numa das suas primeiras entrevistas enquanto presidente de Junta e, então, teve muito a referir e a prometer, mas, entretanto... Entretanto, não sei!

Para a Páscoa, como que a repisar as pegadas de Pinho Brandão, quando por ali andou com os seus alunos a escavar aqueles importantes conjuntos, alguns deles classificados como Património Nacional, dou lá um saltinho...

Entretanto, - mais um de muitos "entretantos" - espero que alguma associação, algum autarca e/ou vereador se lembre daquele património e se preocupe com o estado em que se encontra e com a sua valorização e divulgação, para que o "entretanto" que encontrei há cinco anos não perdure por muito mais tempo, a desvalor e prejuízo daqueles elementos em particular, mas, também do património e história daquela freguesia, do concelho e até nacional.