sábado, 17 de março de 2012

IGESPAR não autoriza que se trabalhe as pedras acrescentadas na reconstituição do Portal do Terreiro

Ainda decorriam os trabalhos de reimplantação do antigo Portal do Terreiro de Santa Mafalda, já os transeuntes se questionavam se as pedras novas acrescentadas na reconstituição seriam para ficar assim, sem ser trabalhadas, diferenciando-se no conjunto. É verdade! O IGESPAR defende a demarcação entre o antigo e o novo e, contráriamente à opinião que lhe terá sido veiculada pela própria Câmara Municipal, não autorizou que as mesmas fossem trabalhadas.
Com o devido respeito pela corrente que parece estar em voga, até porque não sou autorizado na matéria, julgo que essa diferenciação não se deveria aplicar a peças de conjunto, mas, apenas, a construções ou colocação de elementos anexos e/ou paralelos a outros já existentes. O que defendo até! Agora, no caso concreto, e no mais, a corrente em voga parece pretender referir que os canteiros do nosso tempo não trabalham as pedras como as trabalhavam os canteiros de tempos idos. O que é um tremendo disparate e um tamanho desapreço pela arte e habilidade do nosso tempo. O que ali fica patente não é uma distinção entre o que é novo e o que é antigo, mas, antes uma distinção entre o que é novo e não está trabalhado e o que é antigo e está trabalhado. Coisa bem diferente e que, no caso em apreço, não faz sentido. Mais! Fica a atenção que o conjunto merece, completamente desviada para o pormenor das pedras não trabalhadas que lhe foram acrescentadas. Chamará a atenção não pela sua beleza arquitectónica de conjunto, mas pela diferenciação que uma corrente em voga lhe resolveu implementar! É mesmo um abuso que se utilize uma peça antiga para evidenciar uma corrente em voga!
Poderei estar enganado, mas, julgo ter vislumbrado recentemente na Cerca do Mosteiro, algumas das pedras que se diziam estar em falta e, por isso, deram lugar àqueles novos acrescentos. O que se lamenta!

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