quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Terei estado desatento ou a Serra pariu um rato?

Há cerca de dois anos, o então e actual presidente da Câmara Municipal de Arouca fez divulgar aos sete ventos a noticia de um "quase-acordo" com o município de Vale de Cambra no que diz respeito aos limites concelhios. Artur Neves fez então questão de realçar ter convencido o seu par valecambrense, José Bastos, de que as zonas das Pedras Parideiras, da Frecha da Mizarela e da Ribeira são, inequivocamente, território arouquense.
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Há precisamente 753 anos, D. Afonso III e a Condessa de Bolonha doaram as suas terras em Arouca à Abadessa Dona Maior Martins e seu Convento. A doação, para todo o sempre, compreendia toda a parte da Serra da Freita, incluindo as zonas das Pedras Parideiras, da Frecha da Mizarela e da Ribeira.

Pouco antes, em 01.VIII.1257, já aquele mesmo rei, sobrinho de Dona Mafalda, havia reconhecido ao Convento de Arouca todos os seus direitos na terra de Arouca e ordenado ao Abade de Pedroso e a seu Meirinho Gonçalo Mendes, entre outros, que delimitassem o seu termo dos das terras de Santa Maria, Fermedo, Cambra, Lafões, Paiva e Alvarenga. Ficavam assim estabelecidos novos limites entre as terras de Arouca e as terras de Vale de Cambra.

Em meados do Século passado, os Cambrenses, que sempre cobiçaram para seu território a maravilhosa queda de água e o raro fenómeno das Pedras Parideiras, despoletaram um pequeno diferendo, que apenas havia de sossegar com as "alegações" do autorizado Dr. Simões Júnior, sustentadas precisamente naqueles documentos em que se lavraram os respectivos actos e que ainda hoje podem ser lidos na Torre do Tombo.

Porém, mais dia menos dia, as insuficiências dos documentos dos primeiros séculos da Nacionalidade e a resolução meramente teórica do diferendo de meados do Século passado, prometiam voltar à questão.
Foi por isso com alguma expectativa que tomei conhecimento daquelas notícias há cerca de dois anos, e não foi menor a expectativa com que fiquei a aguardar o Acordo com o município de Vale de Cambra no que diz respeito aos limites concelhios. Terei estado desatento ou a Serra pariu um rato?

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Exposição da República vs Coches da Monarquia

Hoje visitei a Exposição do Centenário da República num edifício do tempo da Monarquia. E do tempo da Monarquia são os Coches que se querem albergar logo ali ao lado em novo edifício que está a ser construído pela República.
Aquela, é uma excelente, enorme e dinâmica exposição, pese embora termine inesperadamente em meados da 2.ª República. Este, é mais uma infelicidade da República que irá retirar valor ao património imóvel edificado pela Monarquia.

5 DE OUTUBRO

Antes de se comemorar o 05 de Outubro de 1910, já muitos portugueses comemoravam o 05 de Outubro de 1143, data em que D. Afonso Henriques e o seu primo Afonso VII de Leão e Castela, assinaram aquele que ficou conhecido como Tratado de Zamora, tido como acto instituidor da independência de Portugal.
A coincidência feliz faz com que o país Monárquico e o país Republicano tenham razões para comemorar, neste mesmo dia. E vale a pena comemorar e que todos tenham razões para comemorar! Porém, é bom que todos tenham a mesma disponibilidade para reflectir! Para reflectir o país! O País Monárquico e o País Republicano! O País todo, porque o país é todo e todo ainda é pouco!

sábado, 2 de outubro de 2010

OS ANOS DA 1.ª REPÚBLICA EM AROUCA

1910.X.24 – José Gomes de Figueiredo Sobrinho, de Arouca, toma posse como Presidente da Comissão Administrativa Municipal, de acordo com as novas orientações saídas da revolução de 5 de Outubro.

1910.XI.01 – Dá à estampa o primeiro número do quinzenário “MOCIDADE”, dirigido por Manuel de Castro, tendo como redactor Alberto Vicente de Almeida. Era composto e impresso na tipografia do jornal “Gazeta de Arouca”.

1912.I.28 – Inicia-se a curta publicação do Jornal Político-Noticioso “O AROUQUENSE”, de que foi director Pe. António Brandão, e editor José Luís de Sousa.

1915.IV.18 – Dá-se o falecimento do Dr. Alberto Carlos Teixeira de Brito, de Arouca, fundador e Juiz da Real Irmandade da Rainha Santa Mafalda.

1916.IV.23 – Dá à estampa o último número (n.º37) do Semanário Literário, Cientifico, Artístico e C.ª “O GAROTO”. Foi seu Director Joaquim Tavares de Almeida, Adminitrador e Editor Joaquim da Silva Amaral, Redactores A. Alves de Almeida e A. Tavares de Almeida. Tinha a sua redação e administração no Reguengo de Chave, Arouca, e era composto e impresso na Tipografia de A. Valente de Almeida & Irmãos. Este semanário que iniciou a sua publicação em 1915, publicou vários desenhos à pena do artista Maurício de Almeida.

1916.IX.30 – É constituída a Sociedade Mineira de Cabreiros.

1917.II.16 – Covêlo de Paivó, antiga freguesia do concelho de S. Pedro do Sul, passa a integrar o concelho de Arouca.

1917.VIII.11 – Os habitantes de Covêlo de Paivó protestam ao Ministro do Interior a sua integração no concelho de Arouca.

1917.XI.10 – É inaugurada e benzida a nova capela em honra de Nossa Senhora do Rosário, no lugar de Zendo, freguesia de Rossas.

1917.XI.25 – É esboçado o projecto para instalação de um Museu de Arte Sacra numa das dependências do Mosteiro.

1919.I.26 – Dá-se o falecimento do Dr. Inácio Teixeira Brandão de Vasconcelos, da casa de Alhavaite, fundador benemérito da Real Irmandade da Rainha Santa Mafalda, que se notabilizou, entre outras coisas, pela argumentação, junto da Comissão de Fazenda da Câmara dos Deputados, que levou à extinção, em 1898, dos foros que se pagavam ao Convento de Arouca.

1920.I.09 – Nasce na Casa do Outeiro, freguesia de Rossas, o futuro Bispo Auxiliar das Dioceses de Leiria e do Porto, Domingos de Pinho Brandão.

1921.II.06 – É constituída a “Cooperativa de Cabeçais” de consumo, crédito, produção, instrução e federativa. Foi primeiro outorgante da escritura Manuel Pereira da Conceição e Silva, morador no lugar de Mosteirô e pároco de Fermedo.

1921.IV.15 – É publicado o primeiro número do quinzenário “A AURORA”, defensor dos interesses de Cabeçais. Foi seu director o Sr. Prof. Álvaro Fernandes, administradores e editores António de Castro e Sousa, Agostinho Francisco da Silva e Mário de Castro e Sousa.

1923.IV.02 – Estreia no Salão Central (Lisboa), o filme “Mulheres da Beira” de Rino Lupo. Um filme baseado no conto “Frecha de Mizarela” da autoria de um dos expoentes serôdios do naturalismo literário português: Abel Botelho (1856-1917). Para além do mais, este filme, inaugura no cinema português o melodrama rural e verista, ambientado, quase todo, em décors naturais.

1923.V.05 – É constituída a Companhia Mineira do Norte de Portugal que, por extinção da “Société Franco-Portuguaise das Minas de Arouca et Amarante”, passará a ser detentora das concessões que pertenciam a esta última na região de Arouca.

1924.V.22 – É retirado o portão de acesso ao Terreiro de Santa Mafalda.

1926.I.02 – Dá à estampa o primeiro número do semanário “DEFESA DE AROUCA”, dirigido e editado por Alberto de Almeida, e administrado por Henrique de Almeida.