sexta-feira, 31 de outubro de 2008

pormenor de azulejos em habitação particular
Rua São Domingos de Benfica, Lisboa

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Governo vai avançar com ligação de Arouca à A1

Segundo o jornal Público, «A via estruturante que ligará o nó de Santa Maria da Feira da auto-estrada A1 a Arouca, mais precisamente à freguesia de Mansores, vai ser concessionada. A construção dos 24 quilómetros da ligação, que pretende ser uma alternativa às estradas nacionais n.ºs 326 e 223, deverá avançar no final de 2009.
O presidente da Câmara de Arouca, Artur Neves, está satisfeito com a decisão. Quanto a possíveis portagens em alguns trajectos, não há neste momento indicação em qualquer um dos sentidos. "A concessão vai permitir executar integralmente a via Arouca-Feira e a ligação de Penafiel a Vale de Cambra", refere.
O autarca lembra que a ligação entre Arouca e Feira é "a primeira prioridade" em termos rodoviários, da área metropolitana do Porto, permitindo uma rápida ligação do município arouquense ao litoral e à auto-estrada. "Espero que o Governo não falte às promessas feitas aos arouquenses e feirenses na construção desta obra".»
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Já por aí assiti a algum foguetório derivado a esta noticia. Porém, talvez, muito prematuro e a procurar granjear os efeitos políticos implícitos à mesma.
Apesar do titulo, o trecho «...deverá avançar no final de 2009.» está num tempo verbal que comporta poucas certezas, bem ao jeito de uma mera promessa eleitoral, que, estratégicamente utilizada, poderá dizer-se condicionada à continuidade ou não da actual Câmara e, também assim, do actual Governo. De resto, se de uma coisa certa se tratasse, nenhuma razão existiria para o presidente da Câmara Municipal de Arouca permanecer na esperança manifestada no remate da noticia em apreço.
Volvidos quase três anos sobre a ida do Ministro das Obras Públicas, Engº Mário Lino, a Arouca, fazer uma promessa aparentemente mais peremptória que o teor desta noticia, ainda a coisa se conjuga naquele tempo verbal. Mas, talvez se tornasse precipitado dar a coisa por definitivamente conseguida eleições à porta.
É inevitável que a obra avance a curto/médio prazo e, estes comprometimentos já são muito melhores do que nada. Porém, será lamentável trazê-la para mais uma campanha eleitoral, nos termos em que já andou em 2005.

domingo, 26 de outubro de 2008

pormenor de azulejos em habitação particular
Rua São Domingos de Benfica, Lisboa

sábado, 25 de outubro de 2008

Grupo de Teatro do Grupo Cultural e Recreativo de Rossas

Por esta hora, o Grupo de Teatro do Grupo Cultural e Recreativo de Rossas está com "Três em Lua-de-Mel" na freguesia de Mansores. Mais uma noite de Teatro a suceder a muitas outras e a antecipar muitas mais, numa fase em que na agenda deste grupo quase já não resta fim-de-semana em que não tenham de mostrar esta sua arte.
O enredo hoje em palco desenrola-se nestes moldes:

"Imagine que Dona Madalena de Vilhena havia de ir casar a Marrocos com o sr. Manuel Coutinho. Imagine ainda que no regresso a casa é surpreendida por uma carta do seu primeiro marido, João Romeira, dado como morto num desastre de avião há 5 anos atrás. O amparo da sua amiga Maria de Noronha, os desvarios da sua criada Clara e um Doutor em pijama contribuem para o caos na sua casa da Rua Castilho. Não bastando, Ernesto Miranda, um Inspector de Seguros, resolve ir "morrer" a sua casa quando vai em busca de um retratinho do morto, atraindo à casa a sua mulher Doroteia, parteira diplomada que ainda não esqueceu o amor da juventude pelo Doutor Telmo Pais. Uma comédia de costumes onde as peripécias se sucedem a um ritmo de fazer chorar a rir!"
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Próxima actuação:
8 de Novembro, no Salão dos Bombeiros Voluntários de Arouca.

Jardins do Palácio dos Marqueses de Fronteira









Nota: Não é permitido tirar fotos ao interior do Palácio, que, em parte significativa, como se sabe, é ainda hoje habitado pelo 12.º Marquês de Fronteira. Vale a pena uma visita ao interior do mesmo para, entre muitos outros motivos de interesse, observar dezenas de pinturas a óleo e o enorme conjunto de azulejos portugueses do séc.XVII que revestem meia altura de quase todas as divisões, em grande parte alusivos às batalhas da Restauração da Independência de Portugal, com uma pormenorizada descrição das mesmas, numa espécie de banda desenhada. No exterior podemos observar, para além de toda a beleza dos jardins, dezenas de esculturas de Deuses Gregos, Figuras mitológicas e de todos os Reis de Portugal.

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Solidário com o Partido da Nova Democracia!

PND recusa pagar multas da campanha de 2005.
«O presidente do Partido Nova Democracia, Manuel Monteiro, garante que «não vai pagar» as multas do partido em relação à campanha eleitoral de 2005 e acusou a Entidade Reguladora de Contas de querer «extinguir» os pequenos partidos.
«Fomos notificados para informar quais as acções de angariação de fundos que tínhamos desenvolvido, tendo em vista a campanha eleitoral de 2005, informámos que o PND não tinha realizado nenhuma acção de angariação de fundos. Apesar disto fomos multados em seis mil euros, algo inconcebível e inaceitável», explicou à Lusa Manuel Monteiro.
«Outro exemplo, na campanha de 2005, um militante deslocou-se ao banco onde o PND tem conta, fez um depósito na conta do partido e esse depósito deveria ter sido feito na conta da campanha. Por motivos com os quais nada temos, porque o militante não sabia da existência da conta, porque se esqueceu da existência da conta e apesar de estar devidamente identificado, fomos multados em cerca de 2 mil euros pelo Tribunal Constitucional», acrescentou.
«Nós não vamos pagar, não temos dinheiro para pagar, ainda por cima por coisas que nunca fizemos», afirmou.»

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

"Arouca - Centro"
Ruínas vistas, há algum tempo, por António Coutinho

Sobre as coisas do Estado e o estado das coisas...

«Com o CDS a afundar-se, apesar do balão de oxigénio que Portas obteve nas regionais dos Açores, e os militantes do PSD a testarem líderes como se fossem as manas da Gata Borralheira a experimentarem sapatos, a direita afunda-se, sem lideranças convincentes e sem projecto político, o pouco que restava do projecto ideológico de uma direita não refundada ou foi “roubado” por Sócrates ou desmoronou-se com o desaparecimento da mão invisível durante a crise financeira. A direita portuguesa não existe ideologicamente, não tem projecto político, não tem liderança digna desse nome, em suma, não é alternativa ao poder.»

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Banda Musical do Burgo foi reactivada

No passado dia 09 de Outubro de 08 no Cartório Notarial de Arouca, foi feita a escritura de reactivação da Banda Musical do Burgo, instituição que estava inactiva desde os anos 60. in Arouca.biz
Porque não se trata de um empreendimento fácil de levar por diante, mas, na certeza de que irá contribuir para a riqueza musical e cultural de Arouca, felicito todos quantos estão a deitar mãos a este projecto.

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

«Há, numa serra ali entre o Douro e o Vouga, uma vila povoada por pouco mais de três mil irredutíveis habitantes que, no último domingo, assistiram ao maior feito da história do clube local. O FC Arouca surpreende, de proeza em proeza, e os ecos das façanhas já extrapolaram os limites da pacata localidade, conhecida pela rica doçaria conventual.»
por Francisco Frederico, in MaisFutebol

domingo, 19 de outubro de 2008

Arouca afasta Marítimo e segue em frente na Taça de Portugal

Veio de Arouca a primeira grande surpresa da Taça. Num anfiteatro virado para o cenário bucólico da Serra da Freita, o público local teve de sofrer durante 120 minutos e esperar pelas grandes penalidades para confirmar uma passagem que a sua já havia feito por merecer durante o tempo regulamentar. Estão de parabéns as gentes arouquenses e em especial esta brava equipa da II Divisão, Série B, comandada por um ex-maritimista, José Pedro, que, à terceira, conseguiu vencer a antiga equipa.
O Marítimo encarou o jogo com cautelas. Demasiadas até. Só depois de uma fase de estudo é que resolveu subir no terreno e, mesmo assim, com movimentos previsíveis pelas faixas laterais, protagonizados sobretudo por Manu. O ex-benfiquista foi o único foco de preocupação para os da casa durante a primeira parte, assumindo o exclusivo dos remates, mas sempre com a mira muito torta.
Já o Arouca, cheio de fé, não olhava a meios para atacar a baliza de Marcos, que, sem ter sido chamado a fazer defesas de vulto, teve de mostrar-se muito atento a vários cruzamentos para a área. Comandados por Pedro Santos, que foi campeão pelo Boavista e passou pela Naval e Marítimo, entre outros, os serranos chegaram a empurrar os ilhéus para a sua área por largos períodos de tempo, imprimindo velocidade e emoção à partida.
Ao intervalo, Lori Sandri trocou Luís Olim por Djalma para dar mais vida ao ataque. João Guilherme deu o mote, num livre, conseguindo a melhor oportunidade do Marítimo até então. Mas o Arouca não se rendia. Ora em jogo corrido, ora através de livres despejados para a área, a baliza de Marcos esteve sempre debaixo de fogo. Bem arrumados, os donos da casa não concediam espaços na sua defesa e mantinham o jogo sempre perto da baliza maritimista.
Os insulares apenas criavam perigo em lances de bola parada e foi noutro livre que João Guilherme (outra vez!) proporcionou ao guarda-redes da casa, Ivo Oliveira (que passou pelo Salgueiros, no escalão principal) a defesa da tarde, num voo espectacular. Apenas um salpico da equipa da Liga (?), no imenso oceano arouquense.
Sem golos, o prolongamento chegou e começou logo com mais um daqueles pontapés para fazer brilhar Ivo entre os postes, desta feita num momento de (rara) inspiração de Vítor Júnior. Era mais um lance isolado, sem que o Marítimo conseguisse galvanizar-se para o golo. O Arouca não dava sinais de quebra física e o técnico José Pedro até lançou um ponta-de-lança (Carlitos) na última substituição, tirando Pedro Santos, num claro sinal de que acreditava na vitória, ainda antes dos penaties.
Com o tempo extra a escoar-se, Ivo começava a justificar o título de melhor em campo, com mais uma grande defesa, desta feita a cabeceamento de Manu, permitindo levar o jogo até às grandes penalidades. Veio a lotaria e a taluda, com grande influência do guardião Ivo (defendeu dois remates) saiu ao Arouca. Estava consumada a primeira surpresa da terceira eliminatória da Taça de Portugal. Inteiramente merecida.
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Ficha de jogo
Estádio Municipal, em Arouca. Árbitro: Olegário Benquerença (Leiria), auxiliado por Hélder Oliveira e José Luís Melo.
AROUCA: Ivo Oliveira; Steven (Capela, 28 minutos), Diogo, Fernando e Ricardo Correia; Filipe; Hélder Silva, Pedro Santos (Carlitos, 97), Abelha (Marcinho, 70) e Ruizinho; Rodrigo. Suplentes não utilizados: Jaime, Joel, Tiago e Pina. Treinador: José Pedro.
MARÍTIMO: Marcos; Paulo Jorge, Cardozo, João Guilherme e Luís Olim (Djalma, 46); João Luiz; Vítor Júnior, Bruno e Miguelito; Manu e Lelo (Bruno Fogaça, 60) (Pedro Moutinho, 84) Suplentes não utilizados: Bruno Grassi, Rodri, Briguel e Vicentini. Treinador: Lori Sandri.
Grandes penalidades: 1-0 (Ruizinho), 2-0 (Ricardo Correia), 2-1 (Dalma), 2-1 (Djalma), 3-1 (Filipe). Cartão amarelo a Bruno (82), João Guilherme (104), Marcinho (110).
in IOL Diário

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Mais em:
Arouca.biz: Arouca afasta Marítimo e segue em frente na Taça de Portugal; Jornal "O JOGO": Arouca afasta Marítimo nos penáltis; RTP: Taça de Portugal: Marítimo cai ante o Arouca; Jornal Record: Arouca e Gil Vicente justificam espírito de Taça; Sol: Derrota do Marítimo é surpresa em domingo de taça;

Sobre as coisas do Estado e o estado das coisas...

Campanhas Eleitorais de 2009 vão custar 70,5 milhões de euros ao país, facto que mereceu a aprovação unanime dos deputados e demonstra estarem a borrifar-se para as dificuldades das famílias portuguesas.
O PND - Partido da Nova Democracia já se mostrou indignado com esta aprovação, sustentando que «quando se prevê que em 2009 a crise se vai agravar, a unanimidade na votação comprova que os partidos políticos na hora de distribuir o dinheiro dos portugueses por eles próprios, pouco se importam com a realidade do país, esquecem as divergências e não se inibem de estar em sintonia. Para o PND, a aprovação deste orçamento é uma imoralidade, e demonstra que os partidos políticos com assento parlamentar são parte integrante de um arco de extravagância dos dinheiros públicos.»

sábado, 18 de outubro de 2008

André Almeida «está deputado» há um ano.

André Almeida cumpre por estes dias o seu primeiro ano como deputado à Assembleia da Republica. E numa análise e opinião que julgo recolher unanimidade, esse exercício, embora ainda muito curto, apresenta já um saldo muito positivo e mostra-se bastante promissor. André Almeida não esconde de ninguém que gosta de política e «estar deputado». A razão não é para menos: está na Assembleia da Republica a exercer uma das mais nobres funções que se podem exercer, o que, per si, é um importante factor de encanto, orgulho e motivação. E, ainda por cima, é bem remunerado por isso, como ele próprio, em nome da transparência que vai reclamando, não teve qualquer problema em reconhecer, numa circunstância que veio transformar-se no episódio mais delicado deste seu primeiro ano de exercício.
E, a propósito, fica bem dizer que «a politica é uma actividade nobre, mas não é uma profissão», como diz em entrevista ao jornal arouquense “Roda Viva”, dado sugerir a profissão como primeira opção, mas que, bem sabemos, muito raramente se manifesta, nomeadamente quando aquela é exercida ao mais alto nível.
Mas, voltando a São Bento, o certo é que André Almeida não ficou muito tempo encantado a olhar para o Palácio e depressa procurou ambientar-se aos seus corredores e aos meandros da política ao mais alto nível, sendo notório que já por lá não se perde.
Tudo o mais, e no que diz respeito ao exercício da função e actividade política, apesar de estar muito condicionado pelas lógicas de funcionamento dos próprios partidos naquela sede e pelas dificuldades e vicissitudes do partido a que pertence, que, actualmente, atravessa o “calvário” da tentativa de credibilização, André Almeida tem demonstrado bastante agilidade e conseguido passar quase imune no intenso “fogo cruzado”, indo mesmo granjear pontos a um e outro lado das “barricadas” com que se depara. Tem revelado o jeito que já se lhe conhecia para a coisa. E, por lá, bem dele necessita!
No mais, tenho seguido com atenção e interesse as suas intervenções e, em todas elas, notado o seu empenho e trabalho. Das funções de que está investido e que o obrigam a estar atento e preocupar-se com o país, mas, principalmente com o seu distrito e, nomeadamente, com o seu concelho, apercebo-me do esforço que tem feito por ir dando conta desse recado com interesse, preocupação e contributos válidos.
Razões suficientes para que se reconheça muito positivamente o trabalho que André Almeida vem desenvolvendo. Bem haja por isso!

Entradas anteriores .........................................................Página Pessoal de André Almeida no Parlamento

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

ESTÓRIAS DA HISTÓRIA DE AROUCA

Frei Simão de Vasconcelos
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Os Vasconcelos, da Quinta do Outeiro, em Cesar, família fidalga aparentada com a melhor nobreza da região. Representavam-na, no final do Século XVIII, José Bernardo Pereira de Vasconcelos, casado com Ana Margarida de Almeida Cabral.
Houve do casamento quatro filhas e cinco filhos. Destes, Simão e José entraram na vida monástica; Joaquim Maria e Frederico optaram pela carreira das armas, segundo a tradição da época; António, o mais novo, colaborava com o pai na administração da abastada casa, cujas propriedades se estendiam de Cesar a Arouca, onde era senhor da Quinta do Outeiral.
Frei Simão de Vasconcelos, Monge de Cister, nasceu em Cesar a 28 de Setembro de 1789. Não conhecemos a data da entrada no Convento de Alcobaça, mas fácil é de concluir a sua reduzida permanência na vida religiosa; efectivamente, um «breve» do Núncio Apostólico, Cardeal Pacca, de 17 de Março de 1816, concedia-lhe a solicitada secularização. Por conseguinte, Frei Simão de Vasconcelos abandonou a vida monacal, aos 26 anos de idade.
O motivo invocado para deixar o convento foi o de prestar assistência a suas quatro irmãs, todas solteiras: Maria Albina, Ana José, Antónia e Maria Henriqueta. Mas estaria aí a verdadeira razão? Não seriam antes inconciliáveis o temperamento fogoso e lutador de Simão de Vasconcelos e os limitados horizontes das quatro paredes de uma cela? Não seria já reacção latente ao conservadorismo da Igreja perante os seus ideais?

Regressado a Cesar, à Quinta do Outeiro, Simão de Vasconcelos transformou-se em trabalhador agrícola. Mas a vizinhança não via com bons olhos o «despadrado», que não escondia, bem pelo contrário, o entusiasmo com que aderira às ideias revolucionárias vindas de além dos Pirinéus.
E a perseguição começou em breve. Os «realistas» das redondezas não lhe perdoavam os seus sentimentos liberais, que roçavam mesmo pelo fanatismo. E após alguns assaltos infrutíferos à Quinta do Outeiro, os irredutíveis inimigos conseguiram prendê-lo em 28 de Maio de 1828, depois de o balearem pelas costas. Conduzido à Cadeia da Vila da Feira, aí permaneceu durante pouco mais de um ano.
Conseguindo iludir a vigilância dos carcereiros, e contando, certamente, com a colaboração de alguns companheiros de ideal, Simão de Vasconcelos fugiu para o Porto, onde passou a arrostar com a penosa vida de foragido, qual fera indomável que mãos criminosas pretendem eliminar. E por aí se manteve até à entrada triunfal de D. Pedro IV.
Em breve Simão de Vasconcelos é recebido pelo monarca liberal, a quem conta a sua odisseia e apresenta um pedido: homens e armas para a organização de uma guerrilha. Pretensão satisfeita, o frade secularizado avança com os seus homens para Cesar, numa romagem de saudade que não mais se repetiria. Dali partiu para Arouca, onde, na Quinta do Outeiral, seu pai se refugiara.
Como é óbvio, o conhecimento da presença de Simão de Vasconcelos aguçou a sede de vingança das guerrilhas miguelistas. O embate foi inevitável, e Simão de Vasconcelos e os seus homens tiveram de render-se, por falta de munições, na manhã de 8 de Setembro de 1832, nas terras agrestes de Moldes, no concelho de Arouca.

Simão de Vasconcelos e seis companheiros de armas foram conduzidos à cadeia de Arouca. Dali seguiram a pé para Viseu, onde entraram no dia 19 do mesmo mês, por entre os insultos da multidão.
Na cidade de Viriato funcionava o célebre «tribunal do Terror», que já mostrara a sua crueldade ao ordenar o fuzilamento de três sacerdotes. E em 16 de Outubro nova sentença implacável: fuzilamento para Simão de Vasconcelos e os seis companheiros (António Joaquim, do Porto; Joaquim Gonçalves, de Penafiel; Francisco José Marques e José de Oliveira, da Vila da Feira; Joaquim José da Silva, do Porto, e Luís Ferreira da Costa Santana, de Viseu).
No dia seguinte, Simão de Vasconcelos é atravessado pelas balas das milícias de Bragança, no chamado Campo de Santa Cristina. Com impressionante serenidade – só possível nos heróis, que sentem a paz de consciência do dever cumprido – abraça os companheiros e agradece-lhes a lealdade. Ao ouvir a voz de «fogo» dirigida aos carrascos, pôde ainda gritar: Viva Deus! Viva a liberdade!
Todos foram sepultados na capela de S. Martinho. Mais tarde, após a consolidação da vitória liberal, os restos mortais destes e doutros mártires da liberdade foram trasladados, no meio de impressionante manifestação cívica, para um honroso mausoléu que uma comissão patriótica levantara nos claustros da Sé de Viseu.
Ali pode ler-se: «Pela adesão à liberdade, Carta e Rainha Maria II, por iníquas sentenças foram inocentemente condenados e fuzilados. (Seguem-se os nomes de Simão de Vasconcelos e outros mais, incluindo alguns espanhóis.) Descansam suas cinzas neste monumento, o qual em detestação da execranda tirania daquele tempo, e para memória perpétua de varões tão beneméritos da Pátria, os cidadãos de Viseu religiosamente e por comum subscrição lhes dedicaram no dia 16 de Agosto de 1836».

in Aveiro e o Seu Distrito, Publicação Semestral da Junta Distrital de Aveiro,
n.º21, Junho de 1976

quarta-feira, 15 de outubro de 2008


A Selecção jogou hoje?

Futebol dos "Recreativos de Rossas" de Parabéns!


A equipa de Futebol Feminino do Grupo Cultural e Recreativo de Rossas venceu recentemente o Campeonato Feminino de Futebol do Concelho de Arouca, organizado pela Câmara Municipal e pela Federação das Associações do Município de Arouca.
Pelo feito, e sabendo de todo o empenho e dedicação que é necessário para o conseguir, os meus parabéns às atletas, seu treinador e Direcção do GCRR.
No próximo dia 1 de Novembro é a a vez da equipa masculina, que, entretanto, venceu o quadrangular do GCRD do Burgo, entrar em campo para disputar a final da Taça Five Clube Cup; mais uma vez, com a forte equipa da ADELMA - Associação Desportiva de Lourosa de Matos, Urrô. Duelo que é já um clássico em finais de Torneios de Futebol realizados em Arouca. Boa sorte para eles também!

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

«Geoparque é o grande projecto de Artur Neves»

«O presidente da Câmara Municipal de Arouca deverá ir a votos para conseguir um novo mandato. Neves ainda não assumiu a recandidatura, mas diz querer acompanhar o pleno desenvolvimento da sua grande aposta de desenvolvimento turístico – o Geoparque. Também quer duplicar a rede de saneamento, finalizar o ordenamento industrial e construir os centros escolares de que o Município necessita».
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Confesso que me começa a preocupar esta obsessão do presidente Artur Neves. De resto, também já não achava muita piada à obsessão que serviu de fundo à sua campanha eleitoral para o cargo que agora desempenha que, como se sabe, era a 2ª fase da Via Estruturante. Afunila demasiado a sua e a acção da Câmara por si presidida. E, sucedendo o que está a suceder com a 2ª fase da Via Estruturante, frustra as expectativas de quem nele acredita e lhe confere mandato. Um presidente da Câmara Municipal de Arouca deve almejar sempre o pleno desenvolvimento do concelho e a plena felicidade dos seus munícipes. E, tudo o que não o seja, deverá ser sempre eleito como um meio e não como um fim.
No mais, embora veja muitos méritos neste projecto e reconheça que é importante, nomeadamente para a recuperação e preservação de algum património que persiste abandonado à sua sorte e para o desenvolvimento turístico, não me parece, tal qual sucede com a Via Estruturante, que tudo traga ao concelho de Arouca e à sua população. É preciso muito cuidado com parangonas deste género!
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Quanto ao mais, muito sinceramente e apesar de tudo, entendo que Artur Neves se deve manter firme na intenção de se recandidatar a um segundo mandato. De resto, já devia ter avançado com a oficialização da sua recandidatura e ter dado mostras de manter esse entusiasmo, ambição e determinação.

domingo, 12 de outubro de 2008

pormenor de azulejo, do Palácio dos Marqueses de Fronteira
São Domingos de Benfica, Lisboa

Sobre as coisas do Estado e o estado das coisas...

Pedir de mais
«O Presidente da República apelou, este sábado, à união dos portugueses e defendeu que este não é o momento para divisões. Para Cavaco Silva, os agentes políticos têm a responsabilidade de procurar mobilizar os cidadãos para enfrentarem a crise juntos.»Esta declaração presidencial é muito mazinha para Manuela Ferreira Leite. Como é evidente, "mobilizar" não é um verbo que ela saiba conjugar, nem sequer no que respeita aos seus próprios apoiantes...
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"Embuste"

Num artigo no Jornal de Notícias, o ex-líder do PSD, Luís Filipe Meneses, considera a liderança de Manuela Ferreira Leite um «embuste» e apela à revolta dos militantes, antes que seja tarde.Decididamente, as hipóteses de pacificação interna do PSD são tantas quanto as suas chances de ganhar as próximas eleições. E à medida que o tempo passa sem que as coisas mudem, o nervosismo tenderá a aumentar. É de prever que dentro de poucos meses serão cada vez menos os que quererão ficar no filme da derrota iminente até ao fim...
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Antologia do anedotário político

«Liderança do PSD: Presidente do Governo regional da Madeira quer lugar de Ferreira Leite. João Jardim desembarca em Lisboa».
Pobre PSD! Que mais está para lhe acontecer?!
por Vital Moreira,

Sobre as coisas do Estado e o estado das coisas...

Mais uma semana sem que se tenha dado pela existência de Manuela Ferreira Leite, a líder do PSD até esteve sentadinha na cerimonia do 5 de Outubro, ao que dizem já terá convidado Santana para candidato a Lisboa, mas o voto de silêncio continua. Aliás, é tão levado a sério que já duvido que Manuela Ferreira Leite seja candidata a primeiro-ministro, isto parece mais um estágio para dar entrada no convento da Cartuxa.

Sobre "O blogueiro anónimo"...

“Esta gente rasteira que escreve sem se identificar só tem arte para discutir pessoas e não ideias e princípios”
Neste mundo global, ninguém questiona as virtualidades e as vantagens dos blogues, enquanto ferramenta multifuncional que promove uma nova forma de comunicação, uma forma de expressão completamente livre. De facto, quando o blogue é usado correctamente constitui um importante instrumento de debate público, de debate pertinente e sério, prestando um bom serviço ao exercício da Democracia.
Mas o blogue que permite que a grande maioria dos bloguistas se refugie no anonimato não é sério, nem presta um relevante serviço à sociedade. Bem sei que o anonimato foi uma conquista para fugir à opinião massiva, para poder discordar sem ser identificado, evitando ser colocado à margem do grupo. Mas também sei que esta característica específica dos blogues, assente no anonimato, tem servido para proteger gente cobarde e mesquinha, que se refugia nesta forma de comunicar para vinganças pessoais, para ofender a honra e o bom-nome das pessoas que dão a cara e que não têm medo de pôr a assinatura em tudo o que fazem. Esta gente rasteira que se esconde por detrás do biombo do anonimato só tem arte e engenho pa-ra discutir pessoas e não ideias e princípios. A espiral de silêncio de que nos fala a socióloga Noelle Neumann é a fronteira que distingue a qualidade e a honestidade intelectual entre os blogues.
O blogueiro anónimo é, infelizmente, também juiz. Também este, que é o rosto visível da Justiça, de uma Justiça que se quer de cara destapada e transparente, se refugia nesta forma desprezível de comunicar, torpedeando o que lê, caluniando, sem qualquer respeito e tolerância. Talvez o Conselho Superior da Magistratura devesse estar atento a alguns blogues que acompanham as questões da Justiça e que em nada dignificam o Poder Judicial.
As ofensas anónimas estão nos antípodas da crítica construtiva, proporcional e adequada. É bom que o juiz anónimo saiba que o blogue não foge às regras do ordenamento jurídico português nem aos limites do exercício de liberdade, de manifestação e de pensamento. E é bom também que saiba que o titular do blogue é responsável, civil e criminalmente, pelos comentários injuriosos. Para cada direito criado há limites.
Quem se esconde na caverna do silêncio e da penumbra, para ter o momento de glória quando escreve sem se identificar, demonstra fraca personalidade e não tem o mínimo de respeito e de amor pelos direitos de personalidade.

pelo Juiz Desembargador Rui Rangel,

Sobre as coisas do Estado e o estado das coisas...

É uma ironia do destino que o BPN tenha sido o primeiro banco português onde a crise financeira bateu à porta. Este banco com ramificações que vão desde as secretas a gente importante do PSD, foi um banco criado por Oliveira e Costa e Dias Loureiro, o primeiro foi simultaneamente secretário de Estado do Orçamento e tesoureiro do PSD, o segundo foi secretário-geral do PSD e ministro da Administração Interno. Ambos são hoje homens ricos, algo que não eram quando chegaram à política atrelados ao BX de Cavaco Silva.

sábado, 11 de outubro de 2008

Levo estes...







Lisboa no meu rumo - Palácio dos Marqueses de Fronteira

Hoje, o roteiro de fim-de-semana contemplou o Palácio dos Marqueses de Fronteira, aqui bem pertinho, em São Domingos de Benfica, na enconsta de Monsanto.
Este belo Palácio, ocupado, actualmente, pelo 12º Marquês, foi mandado construir por Dom João de Mascarenhas, primeiro marquês de Fronteira, em 1640, e ampliado no século XVIII, em estilo «rocaille», sendo de grande riqueza os azulejos que o adornam.
No interior, onde não é permitido fotografar, encontram-se salas de grande valor artístico, como o Salão das Batalhas, cujo friso de azulejos relata os triunfos do marquês na Guerra da Restauração contra os espanhóis (1644-1667), e o Salão dos Painéis; a Sala de Jantar está decorada com frescos retratos da nobreza portuguesa, de artistas como Domingos António de Sequeira; A capela, de finais do século XVI é a parte mais antiga. A fachada está dornada com pedras, conchas, vidros partidos e restos de porcelanas que, ao que consta, terão resultado de peças usadas na inauguração do palácio e partidas para que ninguém mais as utilizasse. No interior, as atenções viram-se para um presépio cuja autoria é atribuída a Machado de Castro.
O palácio possui um enorme terraço onde se podem admirar nove estátuas mitológicas de mármore e painéis de azulejo em que são representadas alegorias aos Sentidos, às Artes e às Ciências, bem como onze medalhões ao estilo do atelier Della Robbia; noutra fachada, encontra-se uma loggia entre dois torreões.
Os sumptuosos jardins, numa área de 5,5 ha, desenhados à italiana, rodeiam pavilhões, fontes e lagos, dos quais se destacam o Jardim de Vénus e, em particular, a Galeria dos Reis, composta por um friso de azulejos em que se podem ver vários cavaleiros a galope e um outro em que aparecem, em nichos, os bustos de quinze reis de Portugal.
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O actual Marquês de Fronteira é D. Fernando José Fernandes Costa Mascarenhas (1945-), 9º marquês de Alorna, 13º conde da Torre, 13º conde de Assumar, 12º conde de Coculim; neto do predecessor e filho de D. Fernando Mascarenhas, 12º conde da Torre; sem descendência.

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Será que o PSD de Arouca já regressou de férias?

Parece que as ordens de recato do PSD Nacional vieram mesmo a calhar ao brandinho PSD de Arouca. Com um ano intenso de batalhas políticas à porta e quase nada se sabe da acção da nova Comissão Política. Já terão tomado posse? Estava curioso por saber a linha de rumo traçada por esta nova equipa. Como é óbvio, na esperança de que não se limitasse a generalidades e apontasse algumas iniciativas inovadoras e algumas medidas concretas para fazer face a problemas concretos. Daquelas que nos ficam! Daquelas que nos fazem optar! Porque até aqui, nada! Não sei, não li, não vi nem ouvi dizer.
Tal como a nível nacional, também a nível local, o tempo é de lideranças fortes, a necessitar de serem protagonizadas por pessoas com rasgo, frontais, corajosas, com uma linha de rumo clara e determinadas. Só assim se aponta caminho e faz optar pelo caminho apontado. E isto é quase tão fundamental ao PSD de Arouca como pão para a boca! Não fosse alguma da melhor critica que se lhe associa (mesquinha e cobarde, mas a dizer algumas coisas de jeito e com jeito) andar para aí sem rosto e pelos caminhos do anonimato.
Num exercício mais sério, também não é caminho limitar-se a falar mal do rumo traçado por quem está no poder. É caminho pegar em cada uma das medidas tomadas e dizer se íam por aí ou por caminho diverso e explicar porquê. E fazer o mesmo no terreno, junto de visados, interessados, beneficiados e prejudicados, perante situações e problemas concretos, sem pretender "agradar a Gregos e Troianos". Mas, muito mais que isto! Ter rasgo! Apontar caminhos e soluções inovadoras!
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Ouvi dizer, entretanto, que já ouve alguma aproximação entre os dois principais protagonistas da última refrega eleitoral para a Comissão Política. Nota-se forçado por parte da lista vencedora, mas é positivo! Também ouvi dizer que a renovada Comissão tem andado muito atarefada a engalanar a nova sede. É certo que um bom espaço para preparar convenientemente as acções é importante, mas, não é o mais importante. Enfim, o PSD Arouca igual a si próprio! A trabalhar para dentro, com os seus e para os seus. Já se vai fazendo tarde e a melhor sede talvez seja o terreno!
No mais, concluir apenas que, atendendo ao número de militantes e à forma como se mobilizam nas refregas internas, mantém-se notório um problema de liderança, que se arrasta desde o momento em que foi necessário fazer a ruptura com um projecto perdedor e não se fez, optando por uma linha de continuidade. Foi consequente o enfraquecimento que pode, agora, também estar a contaminar alguns bons reforços e a impedir a necessária mudança e regeneração desta estrutura.
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Declaração de interesses: Porque longe vão os tempos de navegação à vela, quero ver a minha terra liderada por gente frontal, corajosa, determinada, com rasgo e capacidade de ver as coisas, os problemas e apontar soluções de forma aerofotogramétrica e, no minímo, com alguma linha de rumo.

Lisboa no meu rumo - uma secretária à janela...


terça-feira, 7 de outubro de 2008

5º Passeio Todo-o-Terreno Turístico dos BVA

(clicar na imagem)

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Ainda sobre esta enigmática foto... de uma alegada fiandeira arouquense.




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04.07.1907
Bilhete Postal ilustrado circulado como impressos [10 réis] de Lisboa para Xangai (China)
(Arouca – Costume do Minho – Nr. 471 – emissão: Faustino António Martins)