terça-feira, 31 de janeiro de 2006

"Arouca quer usar quintas para atrair desempregados"

Segundo o jornal "Público", «a Câmara de Arouca quer recuperar quintas abandonadas para proporcionar a auto-sustentação a quem está sem trabalho.»
Ora aí está mais uma ideia com a qual concordo e até entendo ser o mote para viabilizar e assegurar a manutenção de muitos dos investimentos que essas aldeias necessitam para servir o desiderato do tão ambicionado Turismo. Verdadeiro motor de desenvolvimento para Arouca. Matam-se dois coelhos de uma cajadada só! Soluciona-se o flagelo do desemprego e recupera-se o que de melhor temos para oferecer ao Turismo.
Para isso, «A Câmara de Arouca pretende recuperar as casas das quintas abandonadas das aldeias tradicionais do município, para que sirvam de morada a desempregados que queiram dedicar-se à agricultura biológica, ao cultivo de produtos sem recurso a químicos.»
“O objectivo é encontrar no espaço rural uma forma de criar a sua própria auto-sustentação”, explica o presidente da Câmara de Arouca, Artur Neves. Nesse sentido, acrescenta, “é cedido um espaço a quem está na cidade e não consegue arranjar ocupação, que não tenha formas de viver”. “Porque há-de estar o Estado a subsidiar esta gente?”, questiona.
Pois, mas aqui, também eu questiono porque terá de ser Arouca a suportar tal factura? Antes de ir tão longe, porventura com implicações irreversíveis, trate-se de apurar se não há em Arouca gente nessa situação e até "casais novos" com dificuldades, que necessitem de um impulso e incentivo deste género. De certeza que há! É preciso ter cuidado com aquela ideia. Pode levar a implicações extremamente graves para Arouca. Antes de mais, é preciso juntar o útil ao agradável. E, neste caso, juntar o útil ao agradável, é juntar as raízes e sensibilidade das pessoas da terra às potencialidades do seu torrão natal.
Mude-se lá o título e diga-se, antes de mais, "Arouca quer usar quintas para solucionar a situação dos seus desempregados". Primeiro, devemos tratar dos "nossos filhos"; depois, então, porventura, dos "filhos dos outros"!
Cuidado Senhor Presidente com as ideias que lhe andam a "meter na cabeça" lá para os lados da "GAMP". Que os logros da entrada na Grande Área Metropolitana do Porto não sejam os de solucionar os flagelos que pelas cidades se vagueiam!!!

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