terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Sobre a última Declaração da CPC do PSD Arouca

Ao contrário de muitos comentários e muitas declarações demagógicas e irresponsáveis de alguns militantes, e até de alguns elementos das estruturas do PSD e JSD de Arouca, a última declaração do líder da CPC do PSD de Arouca sobre a Via Estruturante, - pese embora a necessária e compreensível procura de ganho político - é responsável e respeitadora dos mais elementares princípios democráticos.
Ainda assim, e mais sobre a procura de ganho político, o dirigente do PSD Arouca critica a conferência do executivo camarário, onde, em sua opinião, se procurou justificar o injustificável. Porém, em minha opinião, tal como esta declaração, aquela conferência não só era necessária como devida, para dar conta dos últimos desenvolvimentos e, sim, justificar o porquê dos mesmos. É certo que por alguma inabilidade política terá o presidente da Câmara ido além nas responsabilizações e ficado aquém nas justificações. Porque o que era necessário justificar tem justificação! Mas, neste ponto, de resto, falhou o executivo camarário na conferência e falha o líder do PSD na declaração. Era preciso dizer alguma coisa sobre a situação do país e contextualizar os sucessivos recuos nos sucessivos cenários de recessão com que o país se tem vindo a deparar, não se cingindo a meras e eventuais reservas mentais e/ou faltas de vontade que, naturalmente, sobrecarregam quem delas é acusado e, no caso do presidente da Câmara, em minha opinião, injustamente. Os primeiros foram longe demais na imputação de responsabilidades e o segundo fica aquém ao cingir-se à reserva mental e/ou mera vontade do Governo e executivo camarário.
Discordo de André Almeida quando diz que Artur Neves ajudou a criar uma farsa, e, ao contrário do líder do PSD, entendo que é de todo legítima a vitimização que o presidente da Câmara, em sua opinião, procura agora fazer. Porque se não fosse também esta uma forma de pressão muito usada na nossa política, o que o presidente da Câmara ajudou a criar teve concretizações práticas e no preciso sentido das pretensões e legítimas expectativas dos arouquenses. De resto, se assim não fosse, não se justificava, agora, falar em recuos. Que responsabilidade deveria agora assumir o presidente da Câmara neste processo, quando sempre se bateu pela obra, conseguindo compromissos sérios de quem tem poder para a fazer andar? Que ilações deveria ele retirar? Demitir-se como sugeriram os vereadores do PSD, que ainda hoje procuram justificar o resultado das últimas autárquicas com a "promessa" maior da Via Estruturante? André Almeida sabe que a maioria obtida não se deve apenas à "promessa" da Via Estruturante - de resto ao alcance de ser prometida por todos os então candidatos - e não vai por aqui. E muito bem, em minha opinião!
André Almeida refere que o presidente da Câmara sempre procurou pessoalisar e liderar em exclusivo a estratégia da Via Estruturante e com isso obteve comprovado aproveitamento eleitoral. Então, não terá sido uma má estratégia!? Mas, a acusação comporta uma leitura concelhia e uma leitura extra-concelhia ou intermunicipal. Relativamente à primeira, se se sabe de antemão que o insucesso lhe cairá quase exclusivamente nas costas, como agora está a suceder, não será legítimo que busque também o sucesso, tanto mais quando obteve uma maioria, contra ventos e marés? Aceitaria o PSD colaborar nesta actual circunstância, assumindo sucessos e/ou insucessos? Quanto à segunda, paira no ar muito de chicana partidária, que alguns autarcas vizinhos não conseguem evitar, sem qualquer interesse para os anseios e legítimas expectativas dos arouquenses.
Concordo parcialmente com André Almeida quando fala em nula influência política do actual presidente, mas, nas actuais circunstâncias políticas, era interessante saber quem mais do que ele, poderia ter hoje mais influência política em Lisboa?
Concordo que o que o presidente da Câmara conseguiu em Lisboa ficou muito aquém do que era esperado, de acordo com as expectativas criadas. E concordo muito mais com aqueles que dizem que a melhor forma de nada se fazer, nada se concluir e nada progredir, é constituir e/ou nomear uma comissão. Urgem soluções e estratégias alternativas, que a estrada não passa por aqui!
De tudo, e de facto, importa sublinhar a disponibilidade de parceria para lutar pela Via Estruturante, mais uma vez manifestada pelo PSD Arouca, esperando se reúnam vontades para prosseguir com essa parceria, para que, efectivamente, se possa dizer que Arouca está unida nesta luta.

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