sexta-feira, 16 de dezembro de 2005

Foral concedido à vila de Arouca já conta 492 anos

Dentro de poucos dias, cumprem-se 492 anos sobre a outorga da Carta de Foral a Arouca pelo 14.º Rei de Portugal, D. Manuel II, O Venturoso, O Bem-Aventurado ou O Afortunado, em 20 de Dezembro de 1513. Trata-se, sem dúvida, de um dos factos mais relevantes para a história de Arouca e para a sua configuração administrativa.
A data, em si, não é um número redondo e por isso suscita menos comemoração (ou porventura, à semelhança dos últimos anos, nenhuma!). Contudo, não deve deixar de ser lembrada. Tanto mais que, a passos largos, se aproximam os 500 anos daquele acto e do documento a que o mesmo foi reduzido, de que a Real Irmandade Rainha Santa Mafalda é fiel guardiã.
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Como é sabido, o acto de outorga aconteceu no contexto da reforma geral dos forais, e veio substituir ou reformar o foral em vigor que remontava a Abril de 1151 e havia sido concedido pelo 1.º Rei de Portugal, D. Afonso Henriques, que, entretanto, havia sido confirmado pelo seu neto D. Afonso II, filho de D. Sancho I.
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O contexto em que a outorga é realizada é de grande prosperidade para Portugal, que se assume a maior potência mundial. O tempo de que falamos sucede a algumas das maiores venturas a que os portugueses se entregaram. É ainda recente a euforia dos achados e os logros obtidos com a descoberta do caminho marítimo para a Índia, a que apenas dois anos depois sucedeu a descoberta do Brasil e, se iniciou um profícuo domínio do oriente, dos monopólios e rotas comerciais. O tempo em que o mundo foi dividido em dois e Portugal passou a dominar uma das partes, sem deixar de constituir e afirmar o Império Português, de que o Mosteiro dos Jerónimos é o simbolo mais significativo, e espelha, de sobremaneira, o estilo manuelino, que os afortunados tempos criaram.

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