domingo, 15 de outubro de 2006

A propósito de "A História de Deus Comigo"

«(...) Vaz Pinto diz que é a Arouca, onde a família viveu, que regressa sempre que pode: a terra e a casa de família "não são apenas algo de remoto e de passado", antes uma "presença, uma referência contínua", para a qual o autor volta "permanentemente o olhar". Penúltimo de doze irmãos, o pai de António Vaz Pinto foi magistrado, até desempenhar o cargo de presidente do Supremo Tribunal Administrativo. Dele, o filho diz que "foi uma das mais notáveis figuras humanas" que conheceu. "Uma presença forte, discreta, contínua, tutelar, uma forte, positiva e marcante imagem de Deus, de Deus-Pai." Da mãe, guarda o padre Vaz Pinto a memória de uma mulher de "incansável dedicação e serviço ao próximo", mais "emotiva do que o pai", mas ambos profundamente católicos. Quando nasceu, em plena Guerra Mundial, sem táxis nem transportes públicos, o pequeno António foi para casa a pé: metido numa ceira de palha, foi levado pelos pais da Maternidade de Alfredo da Costa até ao Campo Grande, onde a família morava. "Vale a pena viver" Foi já na Faculdade de Direito, que frequentou juntamente com outros portugueses conhecidos - Mota Amaral, Basílio Horta, Manuela Eanes, Freitas do Amaral, Jorge Miranda, entre outros -, que se manifestou o desejo de ser padre. Antes de decidir entrar para os jesuítas, namorara com uma russa, identificada por Y. Confessa que, nessa altura, se via como ideologicamente moderado e pouco participativo nos movimentos associativos. Enfrentou uma crise de fé e, já na Alemanha, quando estudava Teologia e se preparava para ser ordenado padre, apaixona-se de novo - "a grande tormenta", como ele lhe chama no livro. Acaba por decidir ser padre. O 25 de Abril apanha-o ainda a estudar em Frankfurt. Regressa pouco depois a Portugal e conta a sua participação em vários actos contra a dominação política do Partido Comunista. O resto da história é mais conhecido: está nas equipas ou na ideia original da criação de dois centros universitários (Coimbra e Lisboa) ligados aos jesuítas, do Banco Alimentar Contra a Fome, da organização não-governamental Leigos para o Desenvolvimento. Diz, no fim, que "valeu a pena ser homem, ser cristão, ser padre, ser jesuíta" e que "vale a pena viver".»
por António Marujo, in Fóruns Paroquiais

3 comentários:

Anónimo disse...

so publicas os comentarios que te interessam?

O povo nao é burro...

Para ganhares o direito de ser ouvido, dar "tacadas" a torto e a direito tambem tens de ouvir algumas coisa que nao gostas de x em quando..

Anónimo disse...

eu por exemplo, estou a ponderar seriamente deixar de ler o teu blog.

tenta ser imparcial. Ó tone

António Brandão de Pinho disse...

1. Quanto ao povo não ser burro, há povo que o é. Não é muito fácil refutar um anónimo. De resto, gosto pouco de anónimos, normalmente são mal intencionados. Mas pronto, se não me ofenderem, nem ofenderem as pessoas a quem directa ou indirectamente me refiro, publico. Quanto a rejeitar comentários, devo dizer-te que apenas rejeitei dois. Um deles recentemente e com palavras que, em meu entender, ofendiam o presidente da Junta de Rossas.Contestas?
2. Acreditas mesmo que estou a procurar «o direito a ser ouvido» por esta via? Se quizesse ser ouvido e ter uma opinião lida, principalmente pelas pessoas a quem directa ou indirectamente me refiro, escrevia nos jornais.
Gosto de reflectir sobre as coisas da nossa terra, mas acredita, contento-me em estar minimamente ocorrente e ter opinião, mesmo que os outros não a leiam. Não pretendo chegar a lado algum por aqui.Pese embora a conciência de que por aqui passam alguns, que o Pe. António Vieira bem denominava no seu Sermão aos Peixes, que o pretendem. Não com uma opinião própria, mas com o minar e deturpar da opinião dos outros. Caro amigo, "quem não deve não teme". Para já, não devo. Por isso, não temo!
3. Quanto a ter que ouvir alguma coisa que não gosto «de x em quando..», ouço tantas. Mas, como "quem anda à chuva, molha-se", também não é coisa que não encare com normalidade. No entanto, e na maior parte dos casos, o que não gosto é que essas coisas sejam infundadas ou propositadamente deturpadas. É o que sucede na maior parte dos casos.
4. As poucas vezes que assumi "funções de jornalista"(não o sou) ou cargos que o requeriam, fui imparcial. No mais, não tenho que o ser. Mas, ainda assim, acho que o sou. Quando concordo, digo-o; quando discordo, manifesto-o. Exemplos? Tens aqui muitos!
Pronto, já chega. Respondi-te na generalidade e na especialidade. É atenção a mais para um anónimo, não achas?