quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Sobre o recente acordo de delimitação de Arouca com Vale de Cambra

Na Reunião de Câmara realizada no passado dia 21 de Outubro de 2008 (Acta n.º20/2008), o Vereador Dr. Óscar Brandão, referindo-se a uma «...notícia publicada na imprensa, segundo a qual foram acordados os limites do concelho com o município de Vale de Cambra...» questionou o presidente em exercício naquela reunião, senhor Dr. Ângelo Alberto Campelo de Sousa, sobre «...que envolvimento tiveram nas negociações que levaram a esse acordo as populações locais, as associações de baldios e os Presidentes das Juntas de Freguesia envolvidas...».
Ao que o também Vice-Presidente da Câmara, senhor Dr. Ângelo Alberto Campelo de Sousa, respondeu não se encontrar munido de elementos concretos que lhe permitissem dar as informações solicitadas.
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Aguardo com interesse noticias da próxima reunião do executivo camarário, em que o senhor Presidente da Câmara, este sim, necessariamente, munido de elementos concretos, principalmente do Auto de Delimitação e Demarcação, não deixará de prestar as informações solicitadas pelo senhor Vereador Dr. Óscar Brandão, relativamente ao tal acordo sobre os limites do concelho com o município de Vale de Cambra.
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Interessa-me, particularmente, saber se os presidentes das Juntas de Freguesia de Rossas e Urrô foram chamados a participar nas ditas negociações, como o assunto em causa tornava exigível. Interessando-me, nomeadamente, saber se estes se encontravam munidos dos documentos necessários e eram conhecedores dos limites das suas próprias freguesias, como assunto em causa requeria.
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Sem querer fazer qualquer apreciação sobre um acordo que não conheço, ficava já muito contente se a ele não se tivesse chegado com ligeireza e irresponsabilidade. Tanto mais, quando tenho vindo a notar tremendas discrepâncias entre o que está escrito nos documentos e aquilo que se constata no terreno, nomeadamente no lugar do Merujal e imediações, naquilo que aos limites e confrontações destas duas freguesias diz respeito.
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O tema é controverso desde há longa data, não tanto pelas causas de que há tradição, porque essas sempre estiveram esclarecidas nos documentos que a ignorância não leu, mas, agora, por evidentes abusos e manifesta irresponsabilidade, por acção e omissão, de quem tem passado por aquelas duas Juntas de Freguesia.
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Oxalá nada se tenha traçado a simples indicação do imemorial e que, directa ou indirectamente, no todo ou em parte, se tenha feito alguma luz sobre os rigorosos limites da freguesia de Rossas com a de Urrô, sendo certo que ambas tocam o município vizinho de Vale de Cambra.
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Relativamente aos limites com Vale de Cambra, não é preciso muito para constatar que o assunto não se compadece com ligeirezas. O complicado da questão afere-se por um simples exercício.
Se observarmos o mapa da nova Vigararia de Arouca ficámos com a sensação que as freguesias de Rossas e Urrô tocam a freguesia de Rôge, do c. de Vale de Cambra. Quando Rôge refere limites apenas com Chave, Urrô e Albergaria da Serra. Já a Junta de Freguesia de Rossas, num exercício aparentemente impossível, vira costas a Rôge e encontra limites com a freguesia de Cepelos daquele mesmo concelho.
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É claro que para o tal acordo devem ter sido levados mapas e documentos rigorosos, e feita a necessária confrontação e confirmação, seguida da almejada Delimitação e conveniente Demarcação no terreno. Porém, pelo exercício, não vislumbro fácil aperto de mão.

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