sexta-feira, 3 de fevereiro de 2006

Das Ordens Religiosas e Militares

Contráriamente ao que possa parecer, a Ordem dos Hospitalários, de São João de Jerusalém ou, como entre nós é mais conhecida, Ordem de Malta, não se encontra totalmente trabalhada, sendo pouco o que se sabe sobre esta Soberana Ordem Religiosa e Militar.
Daí que, para se conhecer um pouco mais sobre esta, seja necessário estudar a Ordem dos Templários ou dos Cavaleiros do Templo que, pese embora tenha aparecido depois daquela, é "extinta" muito antes da Ordem dos Hospitalários. Tanto uma como a outra surgem em Jerusalém, tendo por fim defender os lugares sagrados e acudir aos peregrinos que se deslocavam à Terra Santa.
Contudo, em Portugal, e por obra de D. Dinis, o corpo da "extinta" Ordem dos Templários vai manter-se sob a denominação de Ordem de Cristo, continuando a defender o reino da presença dos Mouros.
Paralelamente, a Ordem dos Hospitalários, que originalmente se dedicava a tratar peregrinos e doentes, entretanto também convertida em Ordem Religiosa e Militar, permanece em Portugal, sendo mais conhecida pela denominação trazida da ilha onde passou a estar sediada - Ordem de Malta - com os mesmos intentos daquela e, também, do povoamento das terras que iam sendo reconquistas. Por cá, sediou-se em Leça do Balio e depois no Crato. E, como é sabido, a freguesia de Rossas foi uma das suas Comendas. Daí o trabalho que continua em "cima da mesa".
Contudo, já o suficiente para demonstrar o relevante papel que a freguesia de Rossas teve para a história de Arouca.
De resto, a concessão de Rossas aos Hospitalários, dá-se no contexto da conquista de Portugal aos mouros. Bastam-nos os reinados de D. Afonso Henriques, o “Conquistador” (1143 – 1185) e de D. Sancho I, o “Povoador” (1185 – 1211), para presumir a estratégica concessão. O principal objectivo do primeiro Rei de Portugal era aumentar o território conquistando terras aos Mouros. «Para fixação das populações nas terras libertadas, favoreceu as ordens militares (Santiago de Espada, Hospitalários e Templários)…».
D. Sancho I continuou a luta contra os Mouros e foi cognominado de o “Povoador” por se ter ocupado do povoamento do território. Para garantir a defesa das terras conquistadas D. Sancho I mandou contruir castelos e fundou povoações junto das fronteiras. Doou terras às ordens religiosas e militares e mandou vir colonos estrangeiros a quem entregou terras com a obrigação de as cultivarem e defenderem. «O seu esforço para atrair populações às zonas recém conquistadas está patente na atribuição de cartas de foral a numerosos concelhos… Fez importantes doações a ordens militares (Hospitalários, Templários, Calatrava e Santiago de Espada), funcionando estas e seus castelos como defesa contra as incursões dos inimigos e simultaneamente como protecção às populações que se iam fixando ao seu redor…»
Pronto! O resto fica para quando se der à estampa.
.
Nota - Naquele livro, de Barbara Frale, especialista no assunto e membro do Arquivo Secreto do Vaticano, apenas se fala da origem e processo de extinção da Ordem dos Templários. Sendo certo que, aqui e ali, fai fazendo uma ou outra referência à Ordem dos Hospitalários.

Sem comentários: