segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Rota do Vinho e da Vitela - Mais um exemplo da habilidosa exploração das potencialidades de Arouca pelos concelhos vizinhos

Depois de Cinfães nos ter levado a certificação da Raça Arouquesa e Castelo de Paiva a certificação como Capital do Rafting, Vale de Cambra prepara-se agora para juntar a nossa vitela ao seu vinho verde, levando para esse concelho a futura sede da Rota do Vinho e da Vitela, onde «...serão apresentados e vendidos os vinhos verdes produzidos pela cooperativa».
Então e a vitela? Espero que Arouca também esteja a fazer o seu ”trabalho de casa”, e tenha já avançado com uma candidatura para apoio à criação de um espaço, que seja um dos dois primeiros estabelecimentos da Rota do Vinho e da Vitela, para aí divulgar e comercializar a vitela de Raça Arouquesa.
Porque, para já, o projecto e o nome apenas servem as pretensões daquela adega cooperativa e daquele município e não se vislumbra qualquer mais-valia para Arouca.
A ideia partiu da Adega Cooperativa de Vale de Cambra e, pelo que se lê nas noticias a propósito, o facto de envolver o nome de Arouca e a vitela arouquesa, apenas sugere a necessidade de dar maior dimensão à coisa e, única e simplesmente, ajudar às pretensões daquela cooperativa e daquele município. Todas as noticias sobre este assunto se reportam a Vale de Cambra. Ora, estando o vinho de Vale de Cambra e a vitela de Arouca em pé de igualdade para denominar a coisa, talvez as noticias se devessem reportar a Vale de Cambra e Arouca. Assim juntinhas como o nome da coisa! Parece que alguém está a faltar com o "trabalho de casa"!
Confesso que nada tenho contra Vale de Cambra, onde tenho muitos e bons amigos e onde amiúde bebo os bons vinhos verdes da terra. Por isso, não vai nesse sentido o apontar de dedo.
Já quanto a Arouca, começam a ser horinhas de acautelar melhor os seus interesses e começar a tirar maior proveito dos projectos que envolvem potencialidades predominantemente suas e a utilização directa e indirecta do seu nome, com notórios interesses comerciais.
Neste caso, como nos que comecei por referir, o mexer de pernas de Vale de Cambra viabiliza os interesses deste município e hipoteca a possibilidade de Arouca viabilizar os seus, "impossibilitando" este último, nomeadamente, de recorrer a fundos comunitários para idêntico objectivo.
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Post scriptum: Acautele-se, pelo menos, os Doces Conventuais. Não vá aparecer por aí uma "Rota" qualquer que nos leve as ideias e as receitas e levante sede noutro município qualquer.
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Em jeito de despacho à Jumento: Convide-se a Dra. Daniela Rocha (Técnica da AGA: Associação Geoparque Arouca) e do Dr. José Costa (sócio Gerente da Desafios, Desporto e Aventura Lda.), para uma nova apresentação do tema «Valorização Económica e Turística de Recursos Endógenos», nos Paços do Concelho.

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