segunda-feira, 31 de outubro de 2005

PORTUGAL NO MEU RUMO II

Castelo de Óbidos

Acredita-se o seu sítio elevado tenha sido ocupado desde tempos pré-históricos. Pela sua proximidade da costa atlântica, despertou o interesse de povos invasores da península Ibérica, tendo sido sucessivamente ocupado por celtas (século IV a.C.), romanos (século I), visigodos (séculos V a VI) e muçulmanos (século VIII), atribuindo-se a estes últimos a fortificação da povoação, como se constata pela observação de determinados trechos da muralha, com feições mouriscas.
No contexto da
Reconquista, as forças do rei D. Afonso Henriques (1112-85), após as conquistas de Santarém e de Lisboa (1147), encontraram viva resistência para conquistar a povoação e seu castelo, o que finalmente através de um ardil (10 de janeiro de 1148). No reinado de D. Sancho I (1185-1211) foram procedidas obras no castelo (conforme inscrição na Torre do Facho), quando a vila recebeu a sua Carta de Foral (1195). O seu sucessor, D. Afonso II (1211-23), doou a povoação e o respectivo castelo a D. Urraca, sua esposa (1210). Mantendo-se fiel a D. Sancho II (1223-48), rei deposto, resistiu vitoriosamente aos assaltos das forças do Conde de Bolonha, futuro rei D. Afonso III (1248-79). Essa resistência valeu à vila o epíteto de mui nobre e sempre leal, que figura até hoje em seu brasão de armas. Doada como presente de casamento por D. Dinis (1279-1325) à rainha Santa Isabel durante as núpcias ali passadas, a vila passou a integrar o dote de todas as rainhas de Portugal até 1834. Este monarca fez erigir a torre de Menagem (c. 1325).
Durante o contexto da
crise de 1383-1385, tomou o partido da rainha Dna. Beatriz, tendo resistido às forças do Mestre de Avis. Óbidos e o seu castelo só foram tomados após a morte de seu alcaide, João Gonçalves, na batalha de Aljubarrota (1385).
Sob o reinado de
D. João II (1481-95), a rainha Dna. Leonor escolheu a povoação e seu castelo, optando ainda (1494) pelas suas águas termais para tratamento da enfermidade que viria a vitimar aquele monarca. O seu sucessor, D. Manuel doou um novo Foral a Óbidos (1513), procedendo importantes melhoramentos na vila e em seu castelo.
Castelo de Pombal

Embora se ignore a data precisa, acredita-se que este castelo foi erguido juntamente com outros, à época da Reconquista, no século XII, possivelmente em 1160, pelo Mestre do Templo, Gualdim Pais, de acordo com inscrição lapidar datada de 1171, no Castelo de Almourol. Efetivamente o de Pombal obedece às mesmas linhas arquitetónicas características dos templários, presentes nos de Almourol, Idanha, Monsanto, Tomar e Zêzere, seus contemporâneos. A sua função era a de prover a defesa e o povoamento destas terras, ao sul do rio Mondego, confiadas à Ordem.
Embora historicamente não tenha estado diretamente envolvido em campanhas maiores, esteve em alerta quando da contra-ofensiva muçulmana que, no século XII, atacou Santarém e, atravessando a região do Alto Alentejo, assolou Coruche e Abrantes, e de outra, posterior, que atacou Tomar e arrasou Leiria.
Em 1334 passou para a
Ordem de Cristo e, em 1512, foi beneficiado com obras de restauro. No contexto da crise de 1383-1385, manteve-se ao lado do Mestre de Avis.
À época da
Guerra Peninsular, foi vítima do saque e do incêndio da povoação, inflingido pelas tropas de Napoleão, sob o comando do general Massena, que regressavam, derrotadas, das Linhas de Torres (1811).
Abandonado, conheceu a ruína, que o recobriu de extenso matagal. No século XX, na década de 1940, foram-lhe efetuadas obras de consolidação e restauro, a cargo da Direcção Geral dos Edifícios e Monumentos.
Miradouro do Castelo de Palmela

Primitivamente uma simples atalaia na região entre os rios Tejo e Sado, no contraforte leste da serra da Arrábida, o lugar de Palmela foi ocupado pelos romanos e, posteriomente, por bárbaros, até cair, no século VIII, sob o domínio muçulmano.
À época da Reconquista cristã da península Ibérica, a tomada da povoação fortificada de Palmela aos mouros só foi tentada após a conquista de Lisboa, em 1148. A região de Alcácer do Sal, entretanto, ainda resistiu durante alguns anos às arremetidas das forças de
D. Afonso Henriques (1112-85), vindo a cair nas mãos dos portugueses apenas em 1158.
No reinado de D. Sancho I (1185-1211), Palmela e o seu castelo foram retomados pelos mouros em 1191, quando estes, sob o comando do célebre Almançor, após terem reconquistado o Algarve, avançaram para o norte, vindo a arrancar ao domínio português, sucessivamente, o Castelo de Alcácer do Sal, o Castelo de Palmela e o
Castelo de Almada. Só após a batalha das Navas de Tolosa (1212), em que se registou uma vitória decisiva para os cristãos peninsulares, é que foram reconquistadas as terras perdidas para além das fronteiras que se estendiam do rio Tejo até Évora.

Ruínas de Conimbriga

Muitos sugerem que Conímbriga tinha origem num castro de origem celta da tribo dos Conii. O que se sabe ao certo, é que Conímbriga foi ocupada pelos romanos nas campanhas de Décimo Junio Bruto, em 139 a.C.. No reinado do imperador César Augusto (século I), a cidade sofre importantes obras de urbanização, tendo sido construídas as termas públicas e o Forum. Nos finais do século IV, e com o declínio do Império Romano, é construída uma cintura muralhada de defesa urbana, com cerca de 1500m de extensão, possivelmente para substituir e reforçar a muralha antiga, do tempo de Augusto. A maneira um tanto rústica como está construida denota uma certa urgência na sua construção, evidenciando um clima de tensão e de eminentes ataques, por parte dos povos bárbaros. Em 468 os Suevos assaltam a cidade e destroem parte da muralha. A partir de então, Conímbriga começa a desertificar, acabando por perder o seu estatuto de sede episcopal para Aeminium (Coimbra), que possuia melhores condições de defesa e sobrevivência. Os habitantes que ficaram, fundaram Condeixa-a-Velha, mais a norte.

Santuário de Fátima

O Santuário de Fátima, localizado na Cova da Iria, freguesia de Fátima (Portugal) é um dos mais importantes Santuários Marianos do mundo. Em 1917, Jacinta Marto, Francisco Marto e Lúcia de Jesus (conhecidos por os três pastorinhos), terão, alegadamente, presenciado várias aparições de Nossa Senhora. Reza a história que, numa dessas aparições, Ela lhes terá dito para construírem uma capela naquele lugar, que actualmente é a parte central do Santuário onde está guardada uma imagem de Nossa Senhora. No decorrer dos anos o Santuário foi sendo expandido. A Basílica começou a ser contruída em 1928, em estilo neo-barroco, segundo um projecto do arquitecto holandês G. Van Kriecken, vindo a ser sagrada em 1953. Neste momento encontra-se em curso a construção de uma Igreja com 9.000 lugares sentados, uma obra da autoria do Arq. Alexandros Tombazis. Prevê-se a conclusão desta obra em 2007.
Anualmente mais de 5 milhões de visitantes, de todos os países ali se deslocam. As maiores peregrinações ocorrem anualmente nos dias 12 e 13 de Maio a Outubro.

Mosteiro de Alcobaça

No final do século X organizou-se em Cluny, na Borgonha, um novo mosteiro beneditino que procurava renovar a regra de S. Bento. As igrejas cluniacenses eram cheias de belos elementos decorativos. Contra estas manifestações de gosto pela beleza natural, insurgiu-se Bernardo de Claraval, que se recolhera em 1112 em Cister, donde saíra para fundar a Abadia de Claraval e animar mais uma reforma que restituísse à ordem de S. Bento todo o rigor inicial. Os religiosos de Cister deviam viver do seu trabalho, não acumular riquezas, e os mosteiros seriam edificados em lugares ermos, sem qualquer decoração. Quando D. Afonso Henriques se empenhava na reconquista, chegaram ao território português os monges de Cister que fundaram o Mosteiro de São João Baptista de Tarouca em 1140. Diz a lenda que o nosso primeiro rei doou parte das terras da região de Alcobaça a S. Bernardo, em cumprimento da promessa feita quando da conquista de Santarém. Se se comparar a planta do Mosteiro de Alcobaça com o da segunda igreja de Claraval, temos que tem o mesmo desenho base. É de cerca de 1152 a construção provisória do mosteiro, e é conhecida no mesmo ano uma referência ao seu abade e a respectiva carta de couto é do ano seguinte.

Mosteiro da Batalha

O Mosteiro de Santa Maria da Vitória (também conhecido como Mosteiro da Batalha) situa-se na Batalha, Portugal e foi mandado edificar por D. João I como agradecimento do auxílio divino e celebração da vitória na Batalha de Aljubarrota.

Palácio da Pena, em Sintra

O Palácio Nacional da Pena, localizado na histórica vila de Sintra, representa uma das melhores expressões do Romantismo arquitectónico do século XIX em Portugal. Este monumento foi mandado edificar por D. Fernando de Saxe Coburgo-Gotha, casado com a Rainha Maria II em 1836. Homem culto, e com uma educação muito cuidada, o futuro Rei Fernando II depressa se apaixonou por Sintra. Ao visitar a montanha pela primeira vez, avistou as ruínas do antigo Convento dos Frades Hieronimitas, erguido no reinado de D. João II, e que tinha sido substancialmente transformado pelo rei Manuel I de Portugal. Este , no cumprimento de uma promessa, ordenou a sua reconstrução de raiz, em homenagem a Nossa Senhora da Pena, doando-o de volta à Ordem dos Monges de São Jerónimo.

Com o Terramoto de 1755, que devastou Lisboa e os arredores da capital, o convento da Pena caiu em ruínas.

Foram estas ruínas, no topo escarpado da Serra de Sintra, que maravilharam o jovem príncipe D. Fernando. Em 1838, decide adquirir o velho convento, toda a cerca envolvente, o Castelo dos Mouros e outras quintas e matas circundantes. Iniciou logo a seguir as obras de consolidação do velho convento, dotando-o de novos acessos em túnel. Em 1840, dois anos antes que Varnhagen desse à estampa a sua colecção de artigos sobre os Jerónimos, o príncipe D. Fernando decide a ampliação do Convento de forma a construir um verdadeiro paço acastelado romântico, residência de verão da família real portuguesa.

Palácio de Mafra

O Palácio Nacional de Mafra, foi construído durante o reinado de D. João V, em consequência de um voto que o jovem rei fizera se a rainha D. Mariana de Áustria lhe desse descendência. O nascimento da princesa D. Maria Bárbara determinou o cumprimento da promessa. Este palácio e convento barroco domina a cidade de Mafra.
O trabalho começou a 17 de Novembro de 1717 com um modesto projecto para abrigar 13 frades
franciscanos, mas o dinheiro do Brasil começou a entrar nos cofres, pelo que D. João e o seu arquitecto, Johann Friedrich Ludwig que estudara na Itália, iniciaram planos mais ambiciosos. Não se pouparam a despesas. A construção empregou 52 000 trabalhadores e o projecto final acabou por abrigar 330 frades, um palácio real, umas das mais belas bibliotecas da Europa, decorada com mármores preciosos, madeiras exóticas e incontáveis obras de arte. A magnifica basílica foi consagrada no 41.º aniversário do rei, em 22 de Outubro de 1730, com festividades de oito dias.

O palácio só era popular para os membros da família real, que gostavam de caçar na tapada. Hoje em dia decorre um projecto para a preservação dos lobos. As melhores mobílias e obras de arte foram levadas para o Brasil, para onde partiu a família real quando das invasões francesas, em 1807. O mosteiro foi abandonado em 1834, após a dissolução das ordens religiosas, e dali saiu também em 1910 o último rei D. Manuel II para o seu iate real.

O maior tesouro de Mafra é a biblioteca, com chão em mármore, estantes rococó e uma colecção de mais de 40 000 livros com encadernações em couro gravadas a ouro, incluíndo uma primeira edição de Os Lusíadas de Luís de Camões.

Palácio do Buçaco

Este admirável Palácio Real, último legado dos Reis de Portugal situado na Mata do Buçaco, é um conjunto arquitectónico, botânico e paisagístico único na Europa onde está instalado actualmente o Palace Hotel do Bussaco, categorizado como um dos mais belos e históricos hotéis do mundo.
Situado como que magicamente no interior da
Mata Nacional do Buçaco assemelha-se a uma Torre de Belém (Lisboa) rodeada de um extenso oceano verde, uma floresta mágica onde se encontram igualmente capelas, fontes, miradouros, uma Via Sacra e um Convento.
O edifício do actual hotel, em
estilo neo-manuelino, está decorado com painéis de azulejos, frescos e quadros alusivos à Epopeia dos Descobrimentos portugueses, todos eles assinados por alguns dos grandes mestres das artes.

Universidade de Coimbra

A Universidade de Coimbra foi criada em 1290 por el-rei D. Dinis, a Universidade de Coimbra é a mais antiga de Portugal e uma das mais antigas da Europa. A Universidade foi por diversas vezes transferida entre Coimbra e Lisboa até 1537, data em que D. João III a fixou definitivamente em Coimbra. Hoje, a Universidade de Coimbra, conta com oito Faculdades (Letras, Direito, Medicina, Ciências e Tecnologia, Farmácia, Economia, Psicologia e Ciências da Educação, Ciências do Desporto e Educação Física), e cerca de 22.000 alunos.

Universidade de Évora

A Universidade de Évora foi a segunda universidade a ser fundada em Portugal. Após a fundação da Universidade de Coimbra, em 1537, fez-se sentir a necessidade de uma outra universidade que servisse o sul do país. Évora, metrópole eclesiástica e residência temporária da Corte, surgiu desde logo como a cidade mais indicada.Ainda que a ideia original de criação da segunda universidade do Reino, tenha pertencido a D. João III, coube ao Cardeal D. Henrique a sua concretização. Interessado nas questões de ensino, começou por fundar o Colégio do Espírito Santo, confiando-o à então recentemente fundada Companhia de Jesus. Ainda as obras do edifício decorriam e já o Cardeal solicitava de Roma a transformação do Colégio em Universidade plena. Com a anuência do Papa Paulo IV, expressa na bula Cum a nobis de Abril de 1559, foi criada a nova Universidade, com direito a leccionar todas as matérias, excepto a Medicina, o Direito Civil e a parte contenciosa do Direito Canónico.A inauguração solene decorreu no dia 1 de Novembro desse mesmo ano. Ainda hoje, neste dia se comemora o aniversário da Universidade, com a cerimónia da abertura solene do ano académico.As principais matérias ensinadas eram Filosofia, Moral, Escritura, Teologia Especulativa, Retórica, Gramática e Humanidades, o que insere plenamente esta Universidade no quadro tradicional contra-reformista das instituições católicas europeias do ensino superior, grande parte das quais, aliás, controladas pelos jesuítas.

Quando a conjuntura política e cultural de meados do século XVIII se começou a revelar hostil aos jesuítas, não admira que a Universidade de Évora se tenha facilmente transformado um alvo da política reformadora e centralista de Pombal. Em 8 de Fevereiro de 1759 - duzentos anos após a fundação - a Universidade foi cercada por tropas de cavalaria, em consequência do decreto de expulsão e banimento dos jesuítas. Após largo tempo de reclusão debaixo de armas, os mestres acabaram por ser levados para Lisboa, onde muitos foram encarcerados no tristemente célebre Forte da Junqueira. Outros foram sumariamente deportados para os Estados Pontifícios.A partir da Segunda metade do século XIX, instalou-se no nobre edifício henriquino o Liceu de Évora, ao qual a rainha Dona Maria II concedeu a prerrogativa do uso de "capa e batina", em atenção à tradição universitária da cidade e do edifício.

Templo de Diana, em Évora

O Templo Romano na cidade de Évora (muito impropriamente chamado de Templo de Diana), é um templo de estilo coríntio, construído no início do século I. Durante muito tempo julgou-se tratar de um templo dedicado a Diana, a deusa romana da caça; estudos posteriores demonstraram tratar-se de santuário consagrado ao imperador.
Localizado na freguesia da
Sé e São Pedro, no Largo Conde de Vila Flor, encontra-se rodeado pela Sé de Évora, pelo Tribunal da Inquisição, pela Igreja e Convento dos Lóis, pela Biblioteca Pública e pelo Museu.

Sem comentários: