segunda-feira, 24 de outubro de 2005

CASA MUSEU DOUTOR EGAS MONIZ

No Verão passado, a Casa Museu Doutor Egas Moniz, em Avanca (Estarreja), foi um dos muitos sítios que tenho vindo a visitar para procurar e recolher dados para o meu trabalho sobre Rossas.
Como é sabido, o doutor António Caetano de Abreu Freire Egas Moniz, passou muitas das suas férias junto do seu tio Augusto, na Casa do Outeiro, em Rossas, por isso, o interesse em seguir algumas das suas memórias, nas quais, de resto, não vai esquecer Rossas e, nomeadamente a Casa do Outeiro de que chega a ser proprietário até 1907, altura em que a vende a Domingos de Pinho Brandão, pai do futuro bispo auxiliar de Leiria e do Porto Dom Domingos de Pinho Brandão.
Mas, o meu interesse recaía fundamentalmente, sobre o tio de Egas Moniz, o tal Senhor Augusto, que chegou a integrar a Câmara Municipal de Arouca.
Na visita a esse riquissimo museu, que aconselho a quem não conhece, encontrei um único retrato que não se encontrava identificado. O aspecto do homem retratado, tinha toda a pinta de ser o homem que procurava. Mas, ninguém sabia quem era aquele homem, inclusivé a menina que nos guiava e explicava um pouco acerca da vida do Nobel da Medicina. Insisti! Foi então que em dois telefonemas, a menina lá conseguiu saber de quem se tratava. Era o retrato do tio Augusto que vivera em Rossas, de Arouca.
Assim, a única fotografia que se conhece do tal Senhor Augusto, está hoje integrada na belíssima história da Casa do Outeiro e, associada a uma das mais fantásticas estórias acontecidas em Arouca. Disso dará conta "Rossas - Inventário Natural, Patrimonial e Sociológico", de que tenciono fazer publicar o 1.º Volume em Agosto de 2006.
Sugestão - A Nossa Casa, é um belíssimo livro sobre as suas "memórias", onde se encontram muitas referências à freguesia Rossas em geral, e à Casa do Outeiro em particular.
Antonio Caetano de Abreu Freire nasceu em Avanca, Estarreja, em 29 de Novembro de 1874. Era filho de Fernando de Pina Resende Abreu e Maria do Rosário de Almeida e Sousa, gentes humildes. O seu tio e padrinho, o Padre Caetano de Pina Rezende Abreu Sá Freire viria a insistir mais tarde para que o seu apelido fosse alterado para Egas Moniz, em virtude da sua família descender em linha directa de Egas Moniz, o aio de D. Afonso Henriques. Faleceu em Lisboa, em 13 de Dezembro de 1955.
Completou a instrução primária na Escola do Padre José Ramos e o Curso Liceal no Colégio de S. Fiel, dos Jesuítas. Formou-se em Medicina na Universidade de Coimbra, onde começou por ser lente substituto, leccionando anatomia e fisiologia. Em 1911 foi transferido para a recém-criada Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa onde foi ocupar a cátedra de Neurologia como professor catedrático. Jubilou-se em Fevereiro de 1944.
Egas Moniz contribuiu decisivamente para o desenvolvimento da medicina ao conseguir pela primeira vez dar visibilidade às
artérias do cérebro. A
Angiografia Cerebral, que descobriu após longas experiências com raios X, tornou possível localizar neoplasias, aneurismas, hemorragias e outras mal-formações no cérebro humano e abriu novos caminhos para a cirurgia cerebral.
As suas descobertas clínicas foram reconhecidas pelos grandes neurologistas da época, que admiravam a acuidade das suas análises e observações.

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