segunda-feira, 1 de março de 2010

Viveiros da Granja e antigas casas florestais ao abandono

Já foi um lugar muito procurado pelos arouquenses e forasteiros nas décadas de setenta e oitenta, pela beleza do seu espaço e enquadramento paisagístico. Era um local onde famílias inteiras se reuniam na Primavera e Verão para ali conviverem numa comunhão perfeita com a natureza. A multiplicidade de espécies vegetais ali existentes (daí o nome de viveiros) tornava o espaço numa admirável palete de cores e aromas que perfumavam e davam um brilho especial àquele local bem presente na memória colectiva do povo de Arouca. Actualmente, o quadro é bem mais sombrio e desolador, onde o abandono e o desrespeito pela natureza são evidentes. O local que já foi um ex-líbris do município, do qual os arouquenses tinham orgulho, hoje não passa de um desleixado e desordenado espaço florestal.
Os próprios edifícios adjacentes aos Viveiros da Granja - então bem cuidados e funcionais - hoje não passam de verdadeiras casas assombradas à mercê de pilhagens. Outros exemplos semelhantes proliferam pelo concelho, como é o caso da casa florestal situada perto da Senhora da Mó.
Quando Arouca acabou de integrar a rede internacional de Geoparques, onde o seu património natural teve, certamente, um peso importante na obtenção daquela marca, mais caricata e incompreensível se revela a situação que se vive presentemente nos Viveiros da Granja, um local sinalizado nas informações municipais como zona de lazer.
Pedro Pereira, morador na Granja e grande apaixonado pela Serra da Freita e de toda a área envolvente éum homem desolado e revoltado com a forma como as autoridade têm votado ao abandono os Viveiros da Granja. «Este espaço está completamente ao abandono, está a saque, antigamente faziam-se trabalhos espectaculares de pedra nas lareiras e nos estábulos, e como podemos ver nestes edifícios, já pouco sobra dessas estruturas», denunciou. É notório no seu discurso uma grande estupefacção pelo aspecto a que chegou os Viveiros da Granja, «custa-me ver o estado lastimável a que os Viveiros chegaram depois de ter sido durante muitos anos um dos espaços mais aprazíveis e bem tratados de Arouca. É inconcebível o que se está a passar aqui. Não se compreende que quem tutela este espaço odeixa degradar-se da forma acelerada como se tem vindo a verificar para tristeza e revolta daqueles que adoram a Serra da Freita», sublinhou. «Mais lamentável ainda se torna a situação quando aqui nos Viveiros temos alguns pontos de referência do Geoparque de Arouca e de caminhos pedestres», afirmou ainda Pedro Pereira.
Neste momento é praticamente impossível as pessoas deleitar-se naquele lugar em momentos de convívio e lazer (piqueniques, por exemplo) como acontecia outrora, pois existem lenhas velhas que se encontram espalhadas em grande quantidade pelo perímetro dos Viveiros, há ainda o perigo iminente de derrocada dos próprios telhados dos edifícios que ali existem, bem como os soalhos que estão completamente podres. JCS in Roda Viva Jornal

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