quarta-feira, 10 de outubro de 2007

A Freita vista por Abel Botelho

��Na Freita �� maior ainda a aridez. Aqui o sub-solo �� gran��tico; agrupam-se a espa��os, em disposi����es cah��ticas, enormes pedregulhos, musgosos e negros, que o tempo tem ido desbastando sensivelmente, e que parece terem sido reunidos com algum mysterioso intuito por m��os de gigantes subnaturaes. Por vezes um s�� penedo, carcomido, cavado e tosco, erecto no ��pice de um morro, e cujas in��meras laminazinhas de mica brilham como diamantes, quando ridente o sol as ilumina, parece um throno gigante, para o g��nio das selvas trabalhando polo g��nio das tempestades. Cobrindo os flancos, vegeta a urze; nos planaltos superiores, onde empo��a um tanto a agua, crescem os fetos r��sticos, algumas gram��neas alpestres, e essa relva miudinha e rasteira, verdadeiro manjar para os gados, sobre cujas folhas delicadas de sonho o orvalho se deposita em gr��nulos de prata.��
Abel Botelho, in conto ���A Frecha da Mizarela���, Mulheres da Beira,
Edi����o original de 1898, p��g.3 e 4.

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